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Câncer de ânus: diferenças e semelhanças em relação ao câncer de intestino

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O sangramento anal, saída de secreção, dor na região do ânus, entre outros sintomas, são queixas muito comuns no meu consultório. Esses sintomas podem estar relacionados a pelo menos 5 tipos de doenças mais comuns do canal anal.
Eu vou fazer uma série de cinco vídeos falando sobre esses acometimentos mais comuns do canal anal, sendo eles: a doença hemorroidária, a fístula anorretal, a fissura anorretal, o abcesso ano retal e o câncer de canal anal. Então fica ligado se você se interessa por esse conteúdo.
O câncer de canal anal corresponde a 5% dos casos de patologias anorretais de todo o trato gastrointestinal. 2% dos cânceres são da região do canal anal e acometem, na grande maioria das vezes, mulheres. Esse tipo de câncer tem uma relação muito forte com o vírus do papiloma humano (HPV), que também é investigado na área de ginecologia e obstetrícia com o papanicolau. Além disso, o hábito de fumar também está relacionado ao câncer de canal anal.
Os sintomas desse câncer são muito parecidos com as doenças benignas mais comuns do canal anal, o que torna a avaliação de um especialista e a realização de uma anoscopia muito importante. A anoscopia é um exame em que um aparelho é colocado na região do ânus para conseguir olhar com uma lanterna lá dentro do canal anal e observar possíveis lesões.
A maioria das vezes, o câncer de canal anal aparece como um abaulamento, porém esse abaulamento é irregular e frágil ao toque, podendo sangrar facilmente. Por isso, a avaliação no consultório é fundamental.
Esse tipo de câncer está relacionado, na maioria dos casos, com o vírus HPV. Esse vírus pode causar lesões pré-cancerígenas, como as verrugas, que também devem ser tratadas desde o início. Se forem identificadas verrugas na borda anal, é necessária a realização de uma anoscopia para verificar se não há verrugas dentro do canal anal, pois também devem ser retiradas para evitar a evolução para câncer.
Uma vez identificada uma lesão suspeita de câncer de canal anal, é necessário fazer o estadiamento do tumor, ou seja, verificar o tamanho do crescimento, se invadiu outras estruturas ou se há metástase. Com base nesse estadiamento, o médico especialista irá estratificar o tumor e determinar o tratamento adequado.
O tratamento para o câncer de canal anal por HPV normalmente é feito com quimiorradioterapia e apresenta uma boa resposta. Em alguns casos, pode ser necessário realizar a colostomia se o tumor estiver muito avançado. Após o término do tratamento, é feita uma nova avaliação para verificar se o tumor regrediu e se não há metástases. Em casos de acometimento dos linfonodos, pode ser necessária a retirada cirúrgica dos mesmos.
Em casos mais raros, a quimioterapia e radioterapia podem não ser suficientes, havendo a necessidade de uma cirurgia mais extensa, como a amputação abdominoperineal, que é a ressecção do canal anal. Essa cirurgia deve ser cuidadosamente avaliada e discutida com o paciente.
O câncer de canal anal por HPV, principalmente o carcinoma espinocelular, geralmente responde bem ao tratamento com quimiorradioterapia e tem um bom prognóstico. O acompanhamento após o tratamento deve ser realizado regularmente para monitorar os linfonodos, verificar a presença de metástases ou recidiva do tumor.
Por isso, é tão importante a avaliação dos sintomas do canal anal. Muitas pessoas acabam deixando para lá por acreditarem ser apenas uma hemorroida ou algo benigno, mas é fundamental procurar um médico especialista para avaliação adequada desde o início.
Se tiverem dúvidas, deixem um comentário abaixo ou entrem em contato comigo pelo Instagram. Até o próximo vídeo!
Fonte: CÂNCER DE ÂNUS – É DIFERENTE DE CÂNCER DE INTESTINO? por Dra. Patrícia Silveira