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Canabidiol: benefícios no tratamento do Autismo

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Olá pessoal, tudo bom? Hoje estou aqui com o querido diretor Tiago Gusmão, que é neurologista da infância e adolescência. Eu pedi para ele conversar um pouquinho com a gente sobre o uso do canabidiol para tratamento do autismo, porque muita gente está me perguntando. Muitas pesquisas têm saído a respeito e é mais uma possibilidade, é uma luz para a gente no tratamento do autismo. Podemos falar um pouco sobre o uso dessa química e bioquímica, como a gente deixa um pouco deste fármaco para autismo, contra um pouco para gente?

(Tiago) Obrigado pelo convite, é um prazer. O canabidiol é da planta cannabis sativa, então é uma planta que quando se fala em canabidiol, já pensamos no efeito tóxico, mas vai chegar para uso médico. Temos vários compostos que têm que ser retirados da planta. Ele está falando isso porque se trata da substância da maconha, mas não é alucinógeno, é esse THC que a gente quer evitar nos nossos pacientes. É a mesma planta, mas outros princípios dessa planta são usados e os alucinógenos são eliminados. Então, o canabidiol, que é o principal ativo da cannabis sativa, é o princípio ativo medicinal que está sendo reconhecido para o Parkinson e para o espectro autista, também para a epilepsia de difícil controle. Mas é um tema muito polêmico porque a parte médica ainda tem artigos de média e longa data que precisam ser fechados e estudados mais a fundo para ver qual o efeito desta droga ao longo do tempo. Hoje, a gente sabe que o princípio ativo médico, que é o canabidiol, é o princípio ativo que tem que ser retirado que é o tóxico, que é o tetrahidrocanabinol. Por isso, as formulações de laboratório específicos para uso humano têm que ter 0 THC, ou seja, zero de tetrahidrocanabinol. Ou seja, somente o princípio ativo não tóxico, que é o canabidiol, pode ser utilizado. Ele funciona para casos refratários, ou seja, quando os medicamentos mais padronizados já foram utilizados e a criança ainda tem um distúrbio grave de comportamento, como agressividade e distúrbio do sono, onde os fármacos de primeira linha e até de segunda linha não surtiram efeito. Então, nesses casos refratários, é indicado o uso do canabidiol.

(Eu) Entendi. Então, a primeira escolha medicamentosa é feita por drogas que já foram comprovadas, como a risperidona. Desde 2006, ela é prescrita para uso em distúrbios comportamentais. Nós sabemos que ajuda muito a organizar neuroquimicamente a criança. Quando a criança está com medicação adequada, ela aproveita mais a terapia, usufrui mais dos estímulos que a gente está dando. Então, a gente sabe que tem crianças que se dão muito bem com essas drogas de primeira linha, mas também existem crianças refratárias, que já têm quatro, cinco ou seis anos de idade. Então, ele entra como uma alternativa para esses casos refratários, como um complemento para ajudar o controle das crises convulsivas na criança autista. Mas é importante falar que o canabidiol no autismo, assim como na epilepsia, ainda merece muitos estudos e não é uma escolha de primeira linha. Além disso, não são medicações baratas, são de alto custo. Portanto, é importante ressaltar que a base da terapia não é medicamentosa, mas sim a análise do comportamento.

(Tiago) Isso mesmo, é importante falar tudo isso para o pessoal. Precisamos divulgar conhecimento, não podemos deixar que fique só no laboratório ou nas pesquisas científicas. É importante explicar às pessoas o que realmente funciona e deixar claro que elas não são medicações milagrosas. A base da terapia é não medicamentosa, é a terapia comportamental. Por isso, é necessário que os pais assinem um termo de consentimento para respaldar o uso da cannabis no tratamento de seus filhos.

(Eu) Perfeito, muito importante falar tudo isso para o pessoal. Obrigada, Tiago, muito obrigada mesmo. Até o próximo vídeo!

Fonte: Canabidiol – No tratamento do Autismo por Mayra Gaiato | Autismo e Desenvolvimento Infantil