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Bursite de quadril: sintomas, tratamentos e orientações com o Dr. Rogério Naim

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Música boa noite, o assunto é bursite trocantérica

Eliana, também conhecida como a dor lateral do quadril, é importante porque é frequentemente comum em mulheres e a incidência dessa doença está aumentando muito nos últimos anos. É quase uma epidemia nos consultórios de ortopedia. Para entender por que isso está acontecendo, é importante entender um pouco da anatomia dessa região.

A dor lateral, como o nome sugere, não vem da articulação do quadril, mas sim da musculatura fora da articulação. Apesar de não ser tão grave como a artrose, essa dor é tão incapacitante. O quadril é formado pelo osso do fêmur e pela saliência óssea conhecida como “culote”. Ao redor dessa saliência, existe a musculatura do quadril, que é extremamente importante para todas as atividades que realizamos, como levantar, andar, fazer exercícios, entre outros.

A medida que essa musculatura age sobre o osso, ocorre atrito e, entre o osso e a musculatura, existe uma bolsa de líquido rico em terminações nervosas, conhecida como “bolsa trocantérica”. Quando há atrito constante, essa bolsa pode inflamar e causar a bursite trocantérica, que é o que conhecemos como dor lateral do quadril.

Para diagnosticar a bursite trocantérica, não é difícil. Geralmente, uma conversa de cinco minutos no consultório e alguns exames físicos são suficientes para o diagnóstico. No entanto, a ressonância e o ultrassom podem ajudar a ter uma ideia mais precisa do grau da lesão e sua cronicidade.

O tratamento da bursite trocantérica varia de acordo com cada caso. Nos casos mais simples e no início dos sintomas, o tratamento envolve evitar exercícios que agravem a dor, alongar a musculatura e balancear o desequilíbrio muscular.

Já nos casos mais avançados, que já apresentam muita dor e uma retração muscular significativa, é necessário fazer uma análise mais profunda. Pode ser indicado o uso de medicamentos, fisioterapia e até mesmo infiltrações para aliviar a dor. Em cerca de 3% dos casos, o tratamento clínico e a infiltração não são eficazes, sendo necessária a cirurgia.

Atualmente, a cirurgia é realizada por via artroscópica, utilizando dois portais de um centímetro cada um. Através desses portais, é possível visualizar a bursa e fazer a limpeza da mesma, reparando também o tendão e a musculatura afetada.

Outros métodos mais modernos estão sendo estudados, como o uso de células-tronco para regenerar a bolsa lesada. No entanto, esses métodos ainda não são amplamente utilizados e estão em fase experimental.

Em alguns casos, a eletroacupuntura também pode ser usada como tratamento. Essa técnica consiste em introduzir uma agulha no nervo na bolsa, gerando um curto-circuito temporário para interromper a dor e abrir uma janela de oportunidade para os exercícios de fisioterapia e alongamento muscular.

Em resumo, o tratamento da bursite trocantérica envolve diversos aspectos, desde o controle da dor até a reabilitação muscular. O diagnóstico e o tratamento devem ser realizados por um profissional qualificado, como um ortopedista.

Fonte: Bursite de Quadril – Dr. Rogério Naim por Americas