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Avaliação rápida do Raio X de Tórax: entenda mais sobre o procedimento.

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Olá pessoal, eu sou Dr. Massau e sejam bem-vindos ao blog Méditerranée. Hoje vamos aprender uma maneira rápida de interpretar o raio-X de tórax. Esse é um método bastante didático e útil para médicos emergencistas, já que temos que analisar rapidamente um grande número de exames em um único plantão. Cada médico tem sua metodologia de análise, porém é importante lembrar que uma boa sistematização nos ajuda a não deixar passar despercebido detalhes ou pequenas alterações que podem fazer a diferença, ainda mais se tratando de casos de emergência. Então vamos lá, vamos analisar uma radiografia de tórax seguindo os passos MILHÃO.

A letra A é de “Ar”. Vamos analisar as vias aéreas. A letra B é de “Brônquios e Pulmões”. A letra C é de “Coração”. A letra D é de “Diafragma”. A letra E é de “Esqueleto”. A letra F é de “Fat”, que significa gordura em inglês. A letra G é de “Gadget”, que significa dispositivos em inglês.

Nessa etapa, analisaremos tubos, catéteres, fios e sondas. Antes de iniciar a análise, é importante lembrar que em todo exame temos que conferir o nome do paciente e a data. Se não houver identificação, o exame não está válido. Não podemos afirmar que aquele exame é daquele paciente. Quem faz plantão em emergência sabe que a ocorrência de trocas de exame acontece e temos sempre que estar atento quanto a isso. Confirmada a identificação, vamos então rapidamente verificar se o exame está centrado e se foi realizado com boa técnica, num exame com radiação adequada. Não conseguimos ver nitidamente os corpos vertebrais da coluna torácica. Passamos então para os passos de análise.

Na letra A, vamos analisar rapidamente as vias aéreas. No caso, somente a traqueia. Vamos analisar se ela está centrada e perceber a presença de calcificação no lume na parte inferior da traqueia. Notamos a carina traqueal, que marca a divisão dos brônquios fontes. Na letra B, de “brônquios”, vamos analisar os brônquios e pulmões. Aqui, dá pra perceber que temos os brônquios fontes direito e esquerdo. O direito é sempre mais verticalizado do que o esquerdo. Em sequência, já avaliamos o parênquima pulmonar em busca de infiltrados ou alterações da transparência pulmonar. Normalmente, notamos que o parênquima apresenta a trama peribrônquica, que nada mais é do que as ramificações dos brônquios e seus respectivos vasos. Notamos também que a trama peribrônquica vai diminuindo quando chegamos na periferia.

Na letra C, de “coração”, vamos analisar o coração e os vasos da base, e aproveitar para ver se o mediastino não está alargado. O coração tem tamanho normal. Se o diâmetro da silhueta cardíaca for menor do que a metade do diâmetro interno do tórax, não temos cardiomegalia. Agora vamos analisar de perto os contornos da silhueta cardíaca e dos vasos da base.

Na letra D, de “diafragma”, vamos analisar o contorno das bordas do músculo diafragma. Geralmente, o contorno do lado direito é mais elevado e mais nítido, por causa do fígado que está situado logo abaixo. Quando existe perda do contorno do diafragma ou abaulamento, devemos pensar em acometimento no parênquima pulmonar adjacente. Outro ponto importante é analisar a região lateral, conhecida como seios costofrênicos. Quando eles estão livres, podemos ver todo o contorno do diafragma até a parede torácica interna. Se houver obliteração dessa região, devemos pensar em derrame pleural ou acometimento do parênquima pulmonar adjacente.

A próxima letra é a E, de “esqueleto”. Nessa etapa, vamos analisar todo o arcabouço ósseo torácico. Começamos olhando todos os arcos costais, percorrendo da região posterior até a região anterior. Na região próxima da articulação costocondral, a estrutura óssea fica cada vez menos visível, sendo que na região mais próxima da articulação, ela começa a ficar com tecido cartilaginoso e por isso menos perceptível no raio-X. Feito uma inspiração profunda e de modo adequado, conseguimos ver entre 9 a 10 arcos costais. Aproveitamos e olhamos também se as linhas ósseas da clavícula, escápula e úmero estão preservadas, e se não existe indícios de fratura ou lesão.

A próxima letra é a F, de “fat”, que significa gordura em inglês. Aqui, analisamos o subcutâneo e as partes moles. Vamos avaliar se existe indícios de enfisema subcutâneo, que é basicamente a existência de ar no subcutâneo, uma condição que pode acontecer nos traumatismos torácicos ou mesmo complicações de procedimentos médicos. Aqui vale lembrar que o contorno das mamas nas mulheres pode atrapalhar a análise mais detalhada do parênquima pulmonar no primeiro andar, devido à interposição. Por isso, é importante avaliarmos também a incidência em perfil do raio-X de tórax.

Por último, temos a letra G, de “gadget”, que significa dispositivo em inglês. Nessa etapa, analisamos os tubos, catéteres, sondas e outros dispositivos. Verificamos se estão posicionados adequadamente e se não existem complicações relacionadas.

Nessa sistematização, começamos a analisar o raio-X de tórax na parte central, seguindo até a periferia. Depois disso, é importante parar e fazer uma visão panorâmica do exame, tendo todo ele e contextualizando as alterações achadas juntamente com o quadro clínico do seu paciente.

Nessa aula, fiz uma rápida sistematização de análise do raio-X de tórax na emergência. Existem vários outros métodos, alguns que fazem análises da periferia para o centro, dentre outros. Quero ressaltar que, como todo exame, o ponto essencial é a sistematização, para que não deixemos passar nenhum ponto. Nas próximas aulas, vou falar de algumas alterações frequentes na emergência e dos padrões de alterações pulmonares.

Então é isso aí pessoal, espero que vocês tenham gostado. Deixo aqui também o link para as outras aulas. Não se esqueçam de assinar o canal, curtir nossa página no Facebook. Se gostaram do vídeo, deixem eu lhe adicionar aos favoritos, me ajudem na divulgação para que possamos postar vídeo com mais frequência. Na descrição do vídeo, deixarei as referências de material utilizado. Deixe suas críticas, comentários e até a próxima!

Fonte: Raio X Tórax – Avaliação rápida por MedTV – DrJulioMassao

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