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Autismo: Entenda sobre a fala da Summer

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Diariamente recebo mensagens no Instagram pedindo para falar um pouquinho sobre a fala das crianças. Como tudo começou quando minha filha foi diagnosticada com 2 anos e 1 mês e ainda não falava nada, mesmo não balbuciava algumas coisas, tipo “Mamãe” ou “Papá”, mas sem função, sem comunicação, nada.

Bom, então quando começamos com as terapias, fomos a fundo também na fala. Aqui no canal tem algumas dicas que fizemos com ela para ajudá-la a falar. Vou contar aqui neste texto um pouco da trajetória dela e como nós fizemos para ela falar.

A senhora começou a falar as primeiras palavrinhas quando ela tinha mais ou menos dois anos e meio. Antes disso, nós ensinamos a língua de sinais para ela. Alguns sinais, como “por favor” e “obrigado”, foram ensinados em inglês, pois estávamos morando nos Estados Unidos na época. O objetivo de ensinar esses sinais era fazer com que ela entendesse que, se fizesse algo, receberia algo em troca, sem precisar chorar. Era só fazer algum sinal ou tentar falar alguma palavrinha.

Depois que ela entendeu esse conceito, sua fala começou a se desenvolver de forma mais rápida. Primeiro, ela começou com palavrinhas simples, como “queijo” e “chupeta”. Nós achamos mais fácil ensinar “chupeta” como “bubu”. Depois dessas primeiras palavras, foram surgindo as próximas, como “mamãe”, “papai” e “povo”. No entanto, ela ainda não falava “Apple” corretamente. Ela falava algo como “é ou” e assim por diante.

O interessante é que, assim como uma criança típica, sua fala foi melhorando aos poucos. Ela começou a falar uma palavra, depois a juntar duas, três e até quatro palavras. Hoje em dia, ela fala bastante coisa, mas ainda precisa melhorar em relação à fala. Ela ainda não consegue sentar e ter longas conversas, mas já responde perguntas, reclama quando está com alguma dor e explica o que quer fazer ou não fazer. Ela também já entende o conceito de passado, presente e futuro, o que é muito fofo.

No entanto, é algo que estamos constantemente trabalhando, pois ainda precisa melhorar bastante. É importante não desistir. Eu sei que muitas vezes pode ser frustrante. Eu mesma passei por essas experiências em que achava que estava falando sozinha, que ela não olhava, que ela não respondia. Mas não desistam. Eles estão prestando atenção, eles estão ouvindo. A fala vai vir, a gente só não pode desistir.

É importante também tentarmos nos colocar no lugar deles e imaginar como é estar no pouquinho deles. Imagina você indo para a China sem saber falar chinês. Mas você estudou algumas palavrinhas básicas, como “casa”, “banheiro”, “loja”, “quanto custa”, “onde vai”, o básico do básico. Chegando lá, você não entra no restaurante, por exemplo, porque está com muita vontade de ir ao banheiro. Chega um monte de gente falando uma monte de coisas com você e você não entende nada. Aí alguém pergunta “banheiro?” e você entende, responde “banheiro”. Não é isso que eu quero mostrar com minha história. Não adianta bombardear a criança com muita informação, muita explicação, muitas palavras, sem que ela tenha entendido o básico primeiro. A gente precisa ir para o básico e ir aumentando gradativamente.

Outra pergunta que recebo muito é se ela fala inglês ou português. Quando ela começou a falar, nós morávamos nos Estados Unidos, então falávamos inglês. A escola também era em inglês, assim como as terapias. Decidimos focar somente em um idioma no início, então comidas, comandos, pedidos, perguntas, tudo era em inglês. No entanto, como não podemos deixar de falar português em casa, ela começou a pegar algumas palavrinhas em português. Hoje em dia, se eu sentar e perguntar algo para ela ou explicar alguma coisa, faço isso em inglês. Mas ela sabe muitas coisas em português, como contar números, cores e várias expressões engraçadas que falamos em casa.

Depois que meu outro filho nasceu, ela começou a falar ainda mais, pois eu quis ficar com ele em português. Então ela aprendeu mais coisas em português, mas no início nós nos focamos em apenas um idioma.

É isso. Espero que eu tenha tirado suas dúvidas. Se tiver alguma pergunta, deixe nos comentários que eu responderei.

Fonte: AUTISMO: FALA DA SUMMER por Family On Board