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Autismo em adultos: saiba como identificar os sintomas | Daniel Barros – CRM/SP 100.674

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Autismo em adultos

Muito tem se falado sobre o autismo. Cada vez mais há informação sobre o autismo, mas sabia que o autismo também pode acontecer em adultos?

Na verdade, o autismo não acontece quando a pessoa está adulta, o que acontece é a pessoa se tornar um adulto com autismo. Antes de explicar mais sobre isso, lembre-se de se inscrever aqui no canal e acionar os alertas para não perder quando tem vídeo novo (que sempre tem vídeo novo sobre temas diferentes). Esse aqui foi uma sugestão do Osvaldo Ferreira, faz tempo que ele me pede para falar sobre o autismo no espectro adulto.

O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento. A pessoa não fica autista na idade adulta, mas é uma forma de desenvolvimento neuronal do sistema nervoso central que a pessoa vai desenvolvendo com algumas deficiências e coisas diferentes. Quais são os principais sintomas do autismo no espectro? A pessoa pode ter dificuldade sócio-emocional, ou seja, ela tem a complicação de entender as pistas do relacionamento, as ironias, etc. Ela pode ter dificuldade na comunicação verbal e não verbal e também na formação de relacionamentos. Essas deficiências acabam impactando na forma como ela lida com seus relacionamentos.

Além disso, há sintomas mais específicos, como movimentos estereotipados e interesses fixos. A pessoa pode ficar obcecada por determinado tema e só querer falar daquilo. Outra coisa comum é a hiperreatividade em lugares barulhentos ou com muitas pessoas. Um paciente com transtorno do espectro autista pode ficar muito sensível a sobrecargas sensoriais, podendo ficar agitado ou se sentir mal.

Como o autismo é um espectro, as apresentações podem variar enormemente. Há pessoas que vão ter mais dificuldades sócio-emocionais, outras terão mais dificuldade na linguagem, enquanto outras talvez não tenham dificuldades de fala. Alguns pacientes vão ser mais obcecados por um interesse fixo e só querem falar sobre aquilo, outros não. Enfim, cada pessoa é diferente e precisa ser entendida na sua particularidade.

A síndrome de Asperger, hoje incluída no espectro autista, é um quadro em que não existe deficiência intelectual e também não existe dificuldade de linguagem propriamente dita. No entanto, pessoas nessa região do espectro têm dificuldade na reciprocidade sócio-emocional. Entrar em sintonia emocional e afetiva com o outro não é tão automático para eles. Também têm dificuldade na comunicação não verbal e na compreensão de ironias e figuras de linguagem. Geralmente, são mais concretos e tendem a ser mais “preto no branco”.

Os adultos com a síndrome de Asperger, que estão nessa região do espectro, normalmente desenvolveram estratégias para compensar essas dificuldades. Aprendem, por exemplo, que um sorriso significa que a pessoa está feliz, que uma expressão brava significa que a pessoa não está propensa a conversar, etc. Eles vão desenvolvendo estratégias racionais para compensar esse déficit emocional. No entanto, isso pode ser um desafio para eles em situações novas, como entrar numa festa e começar a falar num grupo de pessoas desconhecidas. Eles não conseguem fazer aquela leitura automática que a maioria das pessoas faz. Isso pode gerar bastante ansiedade e até levá-los a evitar essas situações.

Porém, essas dificuldades podem ser compensadas com o treino de habilidades sociais. Existem terapias específicas feitas por alguns psicólogos que são treinos de habilidades sociais. Essas terapias ensinam às pessoas no espectro autista a reconhecer sinais, interpretá-los e como devolver o que dizer para alguém que está feliz, triste, etc. É possível melhorar essa interação sócio-emocional, apesar das dificuldades.

Apesar disso, eles podem ter uma vida normal. Podem trabalhar, casar, ter relacionamentos, amizades, etc. Muitas vezes, a pessoa passa a vida inteira sem saber que tem isso. É tida como estranha ou esquisita e, às vezes, até a rede social a chama de estranha. Nada disso é verdade. A pessoa tem uma dificuldade porque teve um neuro desenvolvimento diferente, mas pode aprender a lidar com isso.

É importante divulgar esse tipo de informação, pois quanto mais informação as pessoas tiverem, mais podem procurar ajuda e melhorar. Existem tratamentos específicos que podem ajudar. Por isso, compartilhe esse vídeo com quem você puder e leve essa informação para o maior número de pessoas possível.

E não esqueça de passear aqui pelo canal, pois há outros temas interessantes. Já falamos sobre dislexia e desenvolvimento infantil, por exemplo. Vale a pena ver os outros vídeos e levar informação para o maior número de pessoas que pudermos.


Fonte: Autismo em adultos: como saber? | Daniel Barros – CRM/SP 100.674 por Daniel Martins de Barros