Fluxo de Atendimento a Parada Cardiorrespiratória
Introdução
O objetivo deste vídeo é mostrar o fluxo de atendimento a parada cardiorrespiratória da criança e do adulto no complexo do Hospital das Clínicas da UFMG, descritos nos protocolos de código azul publicados na internet, e demonstrar as manobras de suporte básico de vida pediátrico e adulto.
Identificação da vítima
Ao reconhecer uma possível vítima de parada cardiorrespiratória (PCR), você deverá se aproximar e chamá-la para verificar se ela responde. Se a vítima não responder, você deverá checar o pulso e a respiração simultaneamente por pelo menos cinco e no máximo 10 segundos em bebês. O local correto para checagem de pulso é o braquial em crianças, o femoral ou carotídeo, e em adultos, o carotídeo. Importante destacar que se você não é profissional de saúde, observe se a vítima se movimenta ou respira. Não é necessário checar o pulso.
Identificação de PCR
É importante destacar que a respiração anormal ou agônica não é considerada uma respiração eficaz. Se a vítima não responder, não respirar normalmente e não possuir pulso, ela está em parada cardiorrespiratória.
Início das manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP)
O profissional que identificou a PCR deverá imediatamente pedir ajuda e iniciar as manobras de RCP pelas compressões torácicas. Ao pedir ajuda, o profissional deverá solicitar o acionamento da equipe do código azul de acordo com a área de abrangência e pedir para que providenciem o carrinho de emergência. O acionamento do código azul é feito através do celular 975 370 11 para pacientes adultos e do ramal 9898 para pacientes pediátricos. Nos locais em que não houver a abrangência do código azul, a equipe local deverá ser acionada juntamente com a solicitação do material para atendimento de emergência.
Qualidade da RCP
A ressuscitação cardiopulmonar deverá ser de alta qualidade e isso é decisivo para que o paciente recupere a circulação. Os fatores que determinam uma ressuscitação de alta qualidade são:
- Frequência de compressão torácica de 100 a 120 por minuto: rápidas
- Profundidade de compressão torácica de no mínimo cinco centímetros do tórax no adulto e um terço do diâmetro do tórax em crianças e bebês: profunda
- Garantir superfície rígida durante o atendimento
- Minimizar as interrupções nas compressões torácicas para não mais do que dez segundos
- Evitar ventilações excessivas
A compreensão da criança deve ser feita apenas com uma mão ou com duas mãos caso a compressão com apenas uma mão não seja eficaz. A compressão do bebê deverá ser feita com a técnica de dois dedos no caso de um socorrista e com a técnica de dois polegares no caso de dois socorristas. A ventilação deverá ser realizada com o dispositivo bolsa-válvula-máscara assim que estiver disponível na proporção de 30 compressões para 2 ventilações no adulto e também na criança e no bebê. Caso haja apenas um socorrista, a proporção compressão ventilação deve ser de 15 compressões para duas ventilações. Caso o paciente possua uma via aérea avançada, como tubo endotraqueal, as compressões e as ventilações deverão ser feitas de forma independente.
Desfibrilação precoce
A desfibrilação precoce é um fator determinante de sobrevida, especialmente em pacientes adultos. Em caso de PCR na portaria do hospital ou nos ambulatórios, ao pedir ajuda, o profissional que reconheceu a PCR deverá solicitar também o desfibrilador externo automático, conhecido pela sigla DEA. O DEA pode ser operado por qualquer pessoa, basta seguir as orientações do aparelho. O DEA deverá ser utilizado assim que estiver disponível. Ele também é equipado com pás pediátricas que devem ser utilizadas em crianças menores de 8 anos de idade, pois possui um atenuador de carga pediátrica.
Síntese do atendimento
Resumindo a sequência de atendimento:
- Ao identificar uma possível vítima de PCR, aproxime-se e chame;
- Caso a vítima não responda, verifique pulso e respiração simultaneamente;
- Pedir ajuda imediatamente e acionar a equipe do código azul e providenciar o carrinho de emergência ou DEA;
- Iniciar as manobras de RCP de alta qualidade até a chegada da equipe do código azul.
Essas medidas são muito importantes e podem ser realizadas por profissionais de qualquer área. Ao aplicá-las corretamente, você contribuirá para melhores resultados para o paciente. Você faz toda a diferença e juntos salvamos vidas.
Contato
Para acionar o código azul, utilize o celular 975 370 11 para pacientes adultos e o ramal 9898 para pacientes pediátricos.
Fonte: Atendimento de suporte básico de vida – Atualização por Centro de Telessaúde HC-UFMG