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Análise da Marcha em Vídeo – Aspectos Clínicos

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Análise Clínica da Marcha

Olá pessoal!

Então, para continuar nossa série de vídeos sobre a análise clínica da marcha, hoje nós vamos apresentar alguns casos e como deve ser apresentado o vídeo clínico aos pacientes. É importante armazenar esses vídeos corretamente.

Lembrando que o vídeo clínico necessita de um layout adequado da organização da sala para que seja capturado corretamente.

Aqui, estou apresentando o layout do laboratório de marcha em que trabalho, na Universidade de Caxias do Sul, no Instituto de Medicina do Esporte.

Layout do Laboratório de Marcha

No laboratório, temos um sistema que captura a marcha por meio do infravermelho, mas aqui iremos nos direcionar apenas ao vídeo clínico.

Explicando um pouco da nossa planta do laboratório, temos uma sala de convenções para reuniões e uma sala para avaliações clínicas, com testes de amplitude de movimento em uma maca.

E na sala maior, temos o laboratório em si. Mas, falando sobre o vídeo clínico, precisamos ter em mente que devemos ter uma pista de aproximadamente 12 metros, onde a pessoa possa caminhar e tenha visibilidade suficiente do paciente.

Nessa sala, temos duas câmeras observando simultaneamente o paciente na pista. Uma câmera capta o plano frontal do paciente e outra câmera capta o plano lateral, ou seja, a vista lateral.

Essas duas câmeras devem capturar simultaneamente a marcha do paciente para que depois você possa juntar os dois vídeos e fazer uma avaliação qualitativa do movimento do seu paciente. No vídeo clínico, você tem liberdade para movimentar a câmera olhando para onde o paciente vai ou seguindo seu movimento.

Pode movimentá-la para melhor observar o paciente. Porém, se você tiver o objetivo de utilizar o vídeo para fazer medidas, como por exemplo, o comprimento da passada ou a largura da passada, então a câmera deve ficar parada.

Aqui, faremos apenas a observação do vídeo clínico para tentar interpretar alguns aspectos simples da marcha.

Agora, vamos apresentar um primeiro caso de um dos nossos pacientes, uma criança com 12 anos de idade que apresenta paralisia cerebral.

Nesse caso, fizemos a filmagem dele caminhando. Como você pode perceber, temos uma câmera capturando o plano frontal na pista, e no fundo temos a cadeira onde estava sentado. E aqui desse lado, temos a câmera capturando o plano lateral, acompanhando o movimento do paciente.

Quais são os aspectos que você deve observar durante esse vídeo?

Seguindo a lógica que mencionamos no vídeo anterior, iniciaremos a observação sempre pela pelve, uma vez que os segmentos anteriores podem trazer repercussões aos membros superiores. Devemos observar a partir da pelve e então as articulações adjacentes, seguindo digitalmente até o tornozelo e pé.

Um primeiro aspecto que podemos observar diretamente no vídeo clínico é que ele apresenta uma amplitude de movimento pélvica bastante elevada. Podemos perceber uma versão posterior e anterior aumentada, assim como uma rotação da pelve aumentada. Esse indivíduo já está apresentando um movimento pélvico exagerado.

Agora, vamos olhar para o quadril. Podemos observar que há uma extensão limitada do quadril, exatamente como mencionamos no vídeo anterior. Devemos refletir sobre os mecanismos que geraram essas alterações.

Em seguida, vamos para o joelho. No lado saudável, temos a extensão completa do joelho no final da fase de apoio durante a fase de balanço. No entanto, do lado afetado, ele pisa sobre o solo com o joelho flexionado.

O tornozelo já está bem visível desde o início do vídeo. Ele se mantém em flexão plantar, o que é um caso clássico da espasticidade do tríceps sural na paralisia cerebral.

Claramente, temos algo limitando a extensão do joelho do nosso paciente, que pode ser clinicamente investigado por meio do vídeo.

Como vocês puderam ver nesse vídeo, existem vários aspectos que podem ser observados e associados à sua prática clínica para tentar identificar os desvios funcionais e musculares do paciente.

Muito obrigado!

Fonte: Vídeo Clínico Análise da Marcha por Kinetec Tecnologias Biomecânicas