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Ameba comedora de cérebro: conheça os perigos e como se proteger

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Oi! E o “Pra Ficar Ligado” dessa semana vai falar sobre a terrível e assustadora ameba comedora de cérebros. Veja como se tornou decisivo a gente assusta. O nome tem um tom devastador, mas calma, vamos tranquilizar o coração aqui. A princípio, não é para chegar na gente, vamos torcer para que não chegue, né gente? Então, é o seguinte: essa média aqui (coloquei um desenho meramente ilustrativo) é só para contextualizar. Na biologia, a ameba é um protozoário. O protozoário é um indivíduo unicelular que pode ser parasita ou de vida livre. Então, ele vive parasitando outros organismos ou vive livremente.

A ameba é um protozoário parasita muito famoso. A entamoeba histolytica é a causadora da amebíase, uma doença muito comum. Os dados dizem que ela infecta de 40 a 50 milhões de pessoas por ano e aproximadamente 100 mil dessas pessoas acabam morrendo. É uma doença muito constante e presente. A transmissão ocorre quando as pessoas ingerem água e alimentos contaminados com cistos de amebas.

As amebas, como outros protozoários, possuem alguns estágios de vida. A forma de cisto é a forma resistente, ou seja, eles são capazes de promover a transformação do seu organismo em um cisto resistente envolto por uma cápsula resistente. Os cistos podem sobreviver por muito tempo em ambientes inóspitos, onde ainda não são propícios para eles. Quando uma ameba parasita chega dentro do seu hospedeiro, ela libera sua segunda forma de vida, que é o trofozoíta, responsável pela infecção. Ele cresce e vira um indivíduo adulto.

No caso das amebas, elas fazem parte de um grupo de protozoários conhecidos como sarcodíneos ou rizópodes. Esses organismos são capazes de se locomover e se alimentar, projetando expansões do seu citoplasma, conhecidas como pseudópodes. Através dessas projeções, eles conseguem se locomover e capturar alimentos por fagocitose.

Agora vamos falar um pouco mais sobre as aterrorizantes amebas comedora de cérebros. O nome científico dela é Naegleria fowleri. Ela é uma ameba termofílica e termotolerante, ou seja, ela prefere viver em locais quentes e consegue se adaptar a essas condições, podendo sobreviver em locais ainda mais quentes por um determinado período de tempo. Onde encontramos esse tipo de ameba? Ela vive em lagos, rios, lagoas que têm uma temperatura mais elevada e pode até ser encontrada em piscinas aquecidas, desde que não estejam sendo tratadas adequadamente com cloro.

Pesquisas mostram que também é possível encontrar esse protozoário em poeira hospitalar, filtro de aparelho de ar condicionado e até mesmo em garrafas de água mineral. Os indivíduos podem ser encontrados livremente no ambiente e, quando não estão parasitando, se alimentam de bactérias presentes no sedimento do próprio local onde vivem, através da emissão dos pseudópodes.

Então, como acontece a infecção por essa ameba? Quando uma pessoa está na água quente cheia de amebas, essa ameba consegue penetrar pela cavidade nasal. Essa é a forma dela entrar no corpo humano. Ela é bem restrita, pois consegue subir pelo bulbo olfatório e chegar aos nervos olfatórios. A partir daí, ela atinge o sistema nervoso central e migra até a membrana aracnoide, que compõe as meninges.

Meninges é uma estrutura que envolve o nosso cérebro e é composta por três membranas: a dura-máter, a aracnoide e a pia-máter. A ameba vai passando pelos neurônios até atingir a aracnoide. Quando ela chega lá, se instala e provoca inflamação. Essa inflamação, dentre outras consequências, pode causar muita dor de cabeça. Quando a ameba se instala no sistema nervoso central, causa a meningoencefalite amebiana primária, uma doença hemorrágica e necrosante. Ao longo do processo de infecção, a ameba vai corroendo e necrosando o cérebro, daí o nome assustador de “ameba comedora de cérebros”.

Mas calma, como saber se uma pessoa está infectada com essa ameba? É necessário fazer uma análise do líquido cérebro-espinhal. Médicos especializados inserem uma agulha na região lombar e retiram o líquido cefalorraquidiano, também conhecido como líquor, para análise. Se tiver ameba lá dentro, é um sinal de infecção.

O tratamento é tentado com um medicamento utilizado para tratar leishmaniose, chamado miltefosina. Esse medicamento tem se mostrado efetivo, mas ainda existem poucas pesquisas sobre o assunto.

A melhor forma de prevenção é evitar o contato com locais onde essa ameba pode ser encontrada. No Brasil, ainda não temos notícias da presença dessa ameba há muitos anos. Ela é mais comum nos Estados Unidos e na Flórida, onde ocorreu o último caso conhecido, que gerou toda essa repercussão com a mídia. Então, calma, ninguém precisa ficar nervoso aqui! Pelo menos por enquanto, não precisamos nos preocupar com essa ameba. É uma doença extremamente rara.

Espero ter esclarecido qualquer dúvida. Escrevam aqui nos comentários se tiverem mais perguntas. Um beijo!

Fonte: “Pra Ficar Ligado” – Ameba comedora de cérebro por ABF AstroBioFísica