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Alucinação no Parkinson: entenda a ocorrência comum dessa condição

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No vídeo de hoje, vamos falar sobre as alucinações na doença de Parkinson. Vou explicar por que elas acontecem, como podemos diagnosticar e tratar esse problema que incomoda tanto os pacientes e seus familiares.

Nas pessoas que têm doença de Parkinson, as alucinações geralmente aparecem em uma fase mais tardia da doença. O paciente pode ter ilusões, ou seja, ver algum objeto e interpretá-lo como outro. Por exemplo, ele pode ver um casaco pendurado no canto do quarto e, aos olhos dele, parece um grande animal. Isso seria uma ilusão. Ou ele pode ter alucinações, enxergar coisas que não existem. Muitas vezes, eles podem enxergar pequenos animais como formigas caminhando em cima da mesa, aranhas, baratas, ou até mesmo alucinações mais elaboradas, como pessoas que não estão ali, conversam, gesticulam, e até mesmo grandes animais.

Também é comum haver alucinações auditivas, ou seja, o paciente escuta coisas que não existem.

Quando um paciente inicia com alucinações, a primeira coisa que devemos fazer é descartar algum processo que possa estar causando essas alucinações. Podemos descartar uma infecção no paciente, que é muito comum em idosos e pode ocorrer sem febre. Além disso, devemos considerar alguma alteração metabólica ou alguma alteração na função dos rins.

Em seguida, vamos analisar quais medicamentos essa pessoa está usando, pois diversas medicações têm o potencial de provocar alucinações. Isso inclui até mesmo alguns medicamentos usados para tratar o próprio Parkinson. Os agonistas dopaminérgicos, principalmente o pramipexol, são as medicações que mais frequentemente podem causar esse efeito colateral.

Além disso, alguns antidepressivos, medicamentos para tratar a dor ou a incontinência urinária também podem provocar alucinações. Portanto, devemos analisar toda a relação de medicamentos para tentar reduzir ou retirar algum deles, o que muitas vezes resolve o problema.

No entanto, se após todas essas avaliações, as alucinações persistirem, é possível que sejam causadas pela própria evolução da doença de Parkinson. Conforme a doença avança, outras regiões do cérebro podem ser afetadas, como as regiões frontais do córtex cerebral, o que pode estar relacionado ao aparecimento das alucinações. Nesse caso, podemos lançar mão de medicamentos antipsicóticos de segunda geração, também conhecidos como antipsicóticos atípicos, que não pioram os sintomas do Parkinson. É importante evitar o uso de antipsicóticos típicos, como o haloperidol, que podem piorar a rigidez e a lentidão dos movimentos.

Em resumo, o tratamento das alucinações na doença de Parkinson é complexo e os pacientes devem ser avaliados cuidadosamente para descartar outras causas possíveis. Espero ter esclarecido suas dúvidas. Se tiverem mais alguma pergunta, deixem nos comentários. Até a próxima!

Fonte: Parkinson – Alucinação no Parkinson é comum? por Dra. Adriana Moro – Neurologia