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Alimentação para Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa | Dicas do Dr. Marcelo Werneck

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Mas vou falar sobre a alimentação nas doenças inflamatórias intestinais. Eu sou doutor Marcelo Werneck, esse é o próprio lojista centavo.

A alimentação da doença inflamatória intestinal é um assunto cercado de muito tabu. A gente acha na internet todo tipo de informação, é muito importante ter cuidado com isso porque as pessoas, quando falam sobre esse assunto, muitas vezes têm outros interesses envolvidos e muitas vezes vão falar de coisas que não estão comprovadas, e isso vai criando muitos mitos e as pessoas não resistem fingir muita alimentação.

Um fator que está em considerar que é muito importante na doença inflamatória é o fato de a pessoa muitas vezes evoluir com desnutrição. Então, se a gente fica limitado demais alimentos que a pessoa pode ingerir, isso gera problemas e esse quadro de desnutrição. Existem orientações específicas para as doenças inflamatórias e a palavra-chave é tolerância à aceitação da dieta. O que a gente tem é uma recomendação de alimentação saudável. É importante considerar em qual fase da doença a pessoa está, se a doença está em fase ativa ou em fase de remissão, isso faz toda a diferença para saber qual vai ser a alimentação que a gente vai sugerir.

Além disso, a doença tem sintomas que são muito variáveis, que vão desde a dor abdominal até episódios de diarreia intensa. Isso vai influenciar a absorção de alguns alimentos e a aceitação de alguns alimentos.

Quando a gente pesquisa, a gente vai ver que muitas pessoas vão restringir a alimentação rica em fibras e isso é um problema. As pessoas pensam que sempre estimula o funcionamento do intestino, quando na verdade restringe as fibras. E não é essa a verdade para pacientes com doença inflamatória. Eles devem ingerir uma dieta rica em fibras, uma dieta natural, com as fibras naturais, que é uma dieta mais saudável.

Uma coisa que a gente precisa saber é que muitas vezes a ativação da doença não vai estar relacionada à dieta. São vários fatores que estão envolvidos, que têm a questão emocional, de estresse, uso de medicamentos, especialmente os anti-inflamatórios, alimentação, estilo de vida, tudo está envolvido na organização da doença. Então, a gente não pode pensar que é só um alimento vai restringir aqui e ele vai ficar livre dos sintomas. Isso é um mito e aí pode levar a pessoa a ter uma dieta que vai causar uma carência nutricional, uma deficiência de vitaminas e minerais, e isso é um problema. Então, nós temos que ficar atentos a isso.

Aí tem que ter uma dieta saudável. Não existe um ingrediente mágico. Muitas vezes, a gente vai achar na internet, acho engraçado, que se você pesquisar qualquer alimento, você vai achar lá 15 benefícios de comer pipoca. E não é bem assim. Não existe essa mágica. A gente tem que ter uma dieta balanceada.

Então, quais são os alimentos que as pessoas mais evitam nessa esperança de ficar livre de sintomas? O leite ou derivados, alimentos ricos em fibras como grãos e sementes, frutas com casca, hortaliças cruas, carne gordura. E diversos trabalhos científicos já mostraram que os pacientes com doença inflamatória intestinal têm muita dificuldade e deficiência em fibras. Por isso, evitar alimentos que são saudáveis na esperança de melhorar os sintomas.

Então, na verdade, quais são os pacientes que devem evitar os alimentos derivados de leite? Os pacientes que têm intolerância à lactose. A gente tem que lembrar que muitas vezes a intolerância é transitória. Então, o paciente que está na fase ativa da doença, há uma diminuição do contato da enzima conquistar dentro do intestino e isso gera uma intolerância à lactose temporária. Então, depois que passou a fase aguda, a pessoa pode voltar a ingerir. Então, não deve restringir para sempre, só na fase ativa da doença. Em um estudo de 2007, mostra que os pacientes que fazem restrição de leite e derivados vão ter uma absorção deficiente de cálcio, que é fundamental para a mineralização dos ossos, por exemplo. Os pacientes em fase ativa têm uma tolerância reduzida a alguns alimentos, especialmente as leguminosas, porque têm uma tendência maior de provocar gases. Então, esses alimentos também na fase ativa devem ser reduzidos ou evitados, mas depois a pessoa deve voltar a ingerir.

A gente tem que lembrar que alimentos que causam gás muitas vezes são alimentos saudáveis que a gente não deve restringir. A gente deve evitar quando a pessoa tem um sintoma mais intenso. O que a pessoa deve comer? A pessoa deve comer de tudo, ter uma dieta equilibrada, lembrar de ingerir bastante líquido, e vamos tentar acrescentar na dieta esses alimentos que eu falei que são antioxidantes. Depois eu vou falar deles.

Uma coisa fundamental é avaliar a tolerância de cada um. Lembrando que não tem alimentos mágicos, nem para um lado, nem para o outro, e que a gente deve observar a aceitação da pessoa humana.

Uma dica que é muito importante é fracionar a alimentação. A gente fracionar a alimentação e fazer a pessoa ingerir tanto de calorias como nutrientes que ela precisa. Muitas vezes, não aguenta comer tudo nas refeições padrões, então é bom dividir e fracionar as refeições, comendo pouco, seis vezes ao dia, se for o caso.

Então, uma dieta anti-inflamatória ou antioxidante é uma dieta que a gente vai evitar os carboidratos simples ou carboidratos refinados nos alimentos industrializados, em excesso, a gordura trans ou gordura industrializada, que aquela que eu já fiz um vídeo se ela faz mal mesmo, só clicar aqui e assisti-lo. E quais alimentos a gente deve estimular que a pessoa consuma? Alimentos frescos, alimentos naturais, alimentos orgânicos. Então, nós temos aí suco de uva, a cúrcuma, salmão, cacau, oleaginosas, aveia, frutas cítricas e vegetais em geral.

Eu quis fazer esse vídeo para mostrar que é um assunto que ainda é cercado de muito mito, muito tabu. Tem muita coisa escrita, mas nem tudo dá para confiar. Então, tem que procurar fontes científicas. Tudo que eu estou falando aqui, a gente encontra num livro-texto, é baseado em evidência, em artigos. Então, fiquem à vontade para pesquisar, podem mandar perguntas. Eu sou doutor Marcelo Werneck e é o próprio lojista tabu. Até a próxima!

Fonte: Alimentação para Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa | Dr. Marcelo Werneck por Dr. Marcelo Werneck