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Usoleg

Contraindicação do Usoleg

  • Hipersensibilidade ao cloridrato de tansulosina, incluindo
    angioedema induzido pelo medicamento, ou a qualquer componente da
    fórmula;
  • Histórico de hipotensão ortostática;
  • Insuficiência hepática grave;
  • Uso concomitante com inibidores potentes da CYP3A4, como o
    cetoconazol.

Este medicamento é contraindicado para pacientes com
insuficiência hepática grave. 

Como usar o Usoleg

Este medicamento não deve ser partido ou
mastigado.

A dose diária recomendada de cloridrato de tansulosina é de 0,4
mg (uma cápsula de liberação prolongada).

A cápsula de liberação prolongada deve ser ingerida inteira, por
via oral, sem abrir ou mastigar, pois isto pode interferir na
liberação prolongada do princípio ativo.

A administração do medicamento pode ser feita independentemente
do horário das refeições.

A presença de insuficiência hepática leve a moderada não
necessariamente requer ajuste posológico, assim como a presença de
insuficiência renal.

Pacientes Pediátricos

Não há uma indicação relevante para o uso de cloridrato de
tansulosina em crianças.

A segurança e eficácia de tansulosina em crianças menores de 18
anos de idade não foram estabelecidas.

Precauções do Usoleg

Assim como ocorre com outros antagonistas de receptores alfa-1
adrenérgicos, durante o tratamento com cloridrato de tansulosina
pode ocorrer diminuição da pressão arterial que, em casos
excepcionais, pode levar a ocorrência de síncope. Aos primeiros
sinais de hipotensão ortostática (tontura, fraqueza), o paciente
deve sentar ou deitar-se até o desaparecimento dos sintomas.

Antes de se iniciar o tratamento com cloridrato de tansulosina,
o paciente deve ser submetido a exames, a fim de excluir a presença
de outras condições que possam causar os mesmos sintomas que a
hiperplasia prostática benigna. O exame de toque retal e, quando
necessário, a determinação do antígeno prostático específico (PSA)
devem ser realizados antes do tratamento e após este, em intervalos
regulares.

O tratamento de pacientes com insuficiência renal grave
(depuração de creatinina lt; 10 mL/min) deve ser abordado com
precaução, uma vez que tais pacientes não foram estudados.

Em alguns pacientes em tratamento, ou que haviam sido tratados
anteriormente com cloridrato de tansulosina, durante a realização
da cirurgia de catarata e glaucoma, foi observada a ocorrência da
Síndrome Intraoperatória da Íris Frouxa (IFIS), que é uma variante
da Síndrome da Pupila Pequena. A IFIS pode aumentar o risco de
complicações oculares durante e após a cirurgia de catarata. A
descontinuação do tratamento com cloridrato de tansulosina de 1 a 2
semanas antes da cirurgia de catarata ou glaucoma pode ajudar, no
entanto, o benefício da interrupção do tratamento ainda não foi
estabelecido. Também foram reportados casos de IFIS em pacientes
que tiveram seu tratamento com tansulosina interrompido por um
período maior de antecedência à cirurgia.

Não é recomendado iniciar o tratamento com cloridrato de
tansulosina em pacientes que serão submetidos à cirurgia de
catarata ou glaucoma. Durante a avaliação pré-operatória,
cirurgiões e oftalmologistas devem levar em consideração se os
pacientes que serão operados de catarata ou glaucoma estão em
tratamento ou foram tratados com tansulosina, de modo a assegurar
que medidas apropriadas sejam tomadas para o manejo da IFIS durante
a cirurgia.

O cloridrato de tansulosina deve ser usado com precaução em
combinação com inibidores moderados da enzima CYP3A4, por exemplo,
a eritromicina.

Não foram realizados estudos sobre o efeito na capacidade de
dirigir veículos ou de operar máquinas. Entretanto, os pacientes
devem ser conscientizados sobre a possibilidade de ocorrência de
tontura.

Este medicamento não é indicado para uso em
mulheres.

Transtornos de ejaculação são observados em estudos clínicos com
tansulosina de curto e longo prazo. Eventos de transtornos de
ejaculação, ejaculação retrógrada e falha na ejaculação são
relatados na fase pós-comercialização.

Insuficiência renal grave (depuração de creatinina lt;10
mL/min)

O tratamento deve ser feito com cautela, uma vez que não há
estudos com tais pacientes.

Reações Adversas do Usoleg

Reações comuns (gt; 1/100 e lt;1/10):

Tontura, distúrbios da ejaculação, incluindo ejaculação
retrógrada e falha na ejaculação.

Reações incomuns (gt; 1/1.000 e lt; 1/100):

Cefaleia, palpitações, hipotensão ortostática, rinite,
constipação, diarreia, náusea e vômitos, erupção cutânea, prurido,
urticária e astenia.

Reações raras (gt;1/10.000 e lt; 1/1000):

Síncope, edema angioneurótico.

Reações muito raras (lt;1/10.000):

Priapismo, Síndrome de Stevens-Johnson.

Desconhecida (não pode ser estimada a partir dos dados
disponíveis):

Visão turva*, deficiência visual*, epistaxis*, eritema
multiforme*, dermatite esfoliativa*, boca seca*.

*Observadas no período pós-comercialização.

Existem relatos de ocorrência da Síndrome Intraoperatória da
Íris Frouxa (IFIS), na qual a pupila deixa de dilatar-se, durante a
realização da cirurgia de catarata e glaucoma em pacientes em
tratamento com tansulosina.

Experiência pós-comercialização: além dos eventos adversos
listados, têm sido reportados casos de fibrilação atrial, arritmia,
taquicardia e dispneia, associados ao uso da tansulosina. Esses
eventos são relatados espontaneamente em todo o mundo a partir da
experiência pós-comercialização e por essa razão a frequência
desses eventos e o papel da tansulosina em sua causalidade não pode
ser determinado com segurança.

Atenção: este produto é um medicamento que possuí nova
forma farmacêutica no país e, embora as pesquisas tenham indicado
eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado
corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou
desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo
Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou para
a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Interação Medicamentosa do Usoleg

Estudos de interação medicamentosa foram realizados somente com
adultos.

Não foram observadas interações na administração concomitante
com atenolol, enalapril ou teofilina.

A administração concomitante de cimetidina eleva os níveis
plasmáticos de tansulosina, enquanto que a furosemida causa
redução. Porém, como os níveis se mantêm dentro dos limites da
normalidade, não há necessidade de ajuste posológico.

In vitro, diazepam, propranolol, triclormetiazida,
clormadinona, amitriptilina, diclofenaco, glibenclamida,
sinvastatina e nem varfarina modificam a fração livre de
tansulosina no plasma humano. Tampouco a tansulosina modifica as
frações livres de diazepam, propranolol, triclormetiazida e
clormadinona.

Contudo, o diclofenaco e a varfarina podem aumentar a taxa de
eliminação da tansulosina.

A administração concomitante de cloridrato de tansulosina com
inibidores potentes da enzima CYP3A4 pode levar ao aumento da
exposição ao cloridrato de tansulosina. A administração
concomitante de cetoconazol (conhecido como potente inibidor da
CYP3A4) resultou em um aumento da AUC e Cmáx de
cloridrato de tansulosina de 2,8 e 2,2, respectivamente. O
cloridrato de tansulosina não deve ser administrado em combinação
com inibidores potentes da CYP3A4, uma vez que indivíduos com baixa
metabolização do CYP2D6 não podem ser facilmente identificados, e
existe o potencial para aumento significativo da exposição ao
cloridrato de tansulosina quando este é coadministrado com
inibidores potentes da CYP3A4 em indivíduos com baixa metabolização
da CYP2D6. O cloridrato de tansulosina deve ser administrado com
precaução em associação com inibidores moderados da CYP3A4.

A administração concomitante de cloridrato de tansulosina com
paroxetina, um potente inibidor da CYP2D6, resultou em um aumento
de 1,3 e 1,6 na Cmáx e AUC da tansulosina,
respectivamente. Entretanto, esses aumentos não são considerados
clinicamente relevantes.

A administração concomitante de outros antagonistas dos
receptores alfa-1 adrenérgicos pode levar a efeitos
hipotensores.

Interação Alimentícia do Usoleg

Não há relatos até o momento.

Ação da Substância Usoleg

Resultados da eficácia

A eficácia de cloridrato de tansulosina de liberação prolongada
foi avaliada em dois estudos duplo-cegos, randomizados e
controlados, de fase 2b e 3a que incluíram cerca de 3.000
pacientes com sintomas do trato urinário inferior por HPB (I-PSS
total de aproximadamente 18, taxa máxima de fluxo de 10 mL/s e
volume prostático entre 41 e 45 mL). Cerca de 1.700 pacientes
receberam cloridrato de tansulosina de liberação prolongada nas
doses de 0,4, 0,8 e 1,2 mg 1x/dia, cerca de 600 pacientes receberam
placebo e cerca de 700 pacientes receberam cloridrato de
tansulosina em cápsulas de 0,4 mg 1x/dia. Das 3 doses de cloridrato
de tansulosina de liberação prolongada avaliadas, a dose de 0,4 mg
apresentou a proporção mais favorável de eficácia/tolerabilidade
(Tabela 1) sendo a dose proposta para cloridrato de tansulosina de
liberação prolongada.

Em ambos os estudos, cloridrato de tansulosina de liberação
prolongada 0,4 mg reduziu os sintomas urinários segundo medição
realizada com a utilização do I-PSS total em grau maior que o
placebo, de forma constante e estatisticamente significativa. Além
disso, o estudo de fase 2b demonstrou que cloridrato de tansulosina
de liberação prolongada tem rápido início de ação sendo que após
duas semanas foi atingido 60% da melhora total do I-PSS e após 4
semanas foi atingida 80% da melhora total do I-PSS.

No estudo de fase 3a a eficácia de cloridrato de tansulosina de
liberação prolongada 0,4 mg foi comparável à de cloridrato de
tansulosina em cápsulas de 0,4 mg (Tabela 1).

Tabela 1. Eficácia de cloridrato de tansulosina de
liberação prolongada e de cloridrato de tansulosina em cápsulas de
0,4 mg nos estudos de fase 2b e 3a controlados por
placebo

* Estatisticamente significativo vs. placebo; @ sem
teste estatístico vs. placebo; NA: não aplicável.

Além disso, um estudo de fase 3b duplo-cego, randomizado e
controlado por placebo realizado durante 8 semanas, com 117
pacientes com sintomas do trato urinário inferior por HPB que
sofriam de noctúria com comprometimento do sono, avaliou o efeito
de cloridrato de tansulosina de liberação prolongada 0,4 mg 1x/dia
cedo sobre a noctúria, a qualidade do sono e a QV e evidenciou que
cloridrato de tansulosina de liberação prolongada 0,4 mg melhorou
de modo estatisticamente significativo a noctúria e a QV dos
pacientes comparado ao placebo.

Assim sendo, cloridrato de tansulosina de liberação prolongada
0,4 mg proporciona uma concentração plasmática estável por 24
horas, assegurando o controle diurno e noturno dos sintomas e,
portanto, uma redução eficaz da noctúria, um dos sintomas mais
incômodos para os pacientes com sintomas do trato urinário inferior
por HPB, melhorando desta forma a QV destes pacientes.


Características Farmacológicas

Farmacodinâmica

A tansulosina é um antagonista dos receptores alfa-1
adrenérgicos. Fixa-se seletiva e competitivamente aos receptores
alfa-1 pós-sinápticos, em particular aos dos subtipos alfa-1A e
alfa-1D, promovendo o relaxamento da musculatura lisa da próstata e
da uretra. O cloridrato de tansulosina melhora os sintomas
urinários obstrutivos e aumenta o fluxo urinário máximo, pois
diminui a obstrução ao fluxo urinário através do relaxamento da
musculatura lisa na próstata e na uretra.

O cloridrato de tansulosina também melhora os sintomas
irritativos, nos quais a instabilidade da bexiga tem um papel
importante. Estes efeitos sobre os sintomas obstrutivos e
irritativos são mantidos durante a terapia a longo prazo. A
necessidade de cirurgia ou cateterização é significativamente
retardada.

Os antagonistas dos receptores alfa-1 adrenérgicos podem
diminuir a pressão arterial pela redução da resistência vascular
periférica. Entretanto, durante estudos com o cloridrato de
tansulosina, não se observou redução clinicamente importante da
pressão arterial.

Pacientes pediátricos

Um estudo de determinação de dose, duplo-cego, randomizado,
controlado com placebo foi realizado em crianças com bexiga
neuropática. Um total de 161 crianças (com idade entre 2 a 16 anos)
foram randomizadas e tratadas para uma das três doses de
tansulosina (baixo [0,001 a 0,002 mg/kg], médio [0,002 a 0,004
mg/kg] e alto [0,004 a 0,008 mg/kg]), ou placebo. O desfecho
primário foi o número de pacientes que reduziu a pressão do
detrusor para perda urinária (LPP – detrusor leak point pressure)
para lt; 40 cm H2O com base em duas avaliações no mesmo
dia. Os desfechos secundários foram: alteração real e percentual
desde o período basal da pressão do detrusor para perda urinária,
melhora ou estabilização de hidronefrose e hidroureter e alteração
nos volumes urinários obtidos por cateterização ou número de vezes
em que o paciente estava molhado no momento da cateterização
conforme registrado nos diários de cateterização. Nenhuma diferença
estatisticamente significativa foi encontrada entre o grupo placebo
e os três grupos de doses de tansulosina para os desfechos primário
e secundário. Nenhuma resposta à dose foi observada em qualquer
nível de dose.

Farmacocinética

Absorção

O cloridrato de tansulosina é uma cápsula de liberação
prolongada. Sua formulação permite liberação lenta e constante de
tansulosina, resultando em uma exposição adequada, com pouca
flutuação, durante 24 horas.

O cloridrato de tansulosina administrado como cápsula de
liberação prolongada é absorvido no intestino e estima-se que 57%
da dose administrada seja absorvida quando em condição de jejum. A
taxa e a extensão da absorção de cloridrato de tansulosina
administrado como cápsula de liberação prolongada não são afetadas
por uma refeição pobre em gorduras. A extensão da absorção sofre um
aumento de 64% e 149% (AUC e Cmáx respectivamente) por
uma refeição rica em gordura em comparação ao jejum.

A tansulosina apresenta uma cinética linear.

Após a administração em jejum de dose única de cloridrato de
tansulosina, as concentrações plasmáticas de tansulosina atingem o
pico em aproximadamente 6 horas. No estado de equilíbrio, que é
alcançado aproximadamente no 4o dia de tratamento, as concentrações
plasmáticas de tansulosina atingem o pico em 4 a 6 horas, tanto em
jejum como no estado pós-prandial. As concentrações plasmáticas
máximas aumentam aproximadamente de 6 ng/mL após a primeira dose
para 11 ng/mL no estado de equilíbrio.

Como resultado da característica de liberação prolongada de
cloridrato de tansulosina, a concentração plasmática mínima de
tansulosina corresponde a 40% da concentração plasmática máxima,
tanto no estado de jejum quanto no pós-prandial.

Existe uma considerável variação individual nos níveis
plasmáticos, tanto após administração de dose única como após
administração de múltiplas doses.

Distribuição

Em humanos, a tansulosina liga-se aproximadamente 99% às
proteínas plasmáticas. O volume de distribuição é pequeno
(aproximadamente 0,2 L/kg).

Metabolismo

A tansulosina é metabolizada lentamente, com baixo efeito de
primeira passagem.

A maior parte da tansulosina é encontrada no plasma na forma
inalterada. A metabolização ocorre no fígado.

Em ratos verificou-se que a tansulosina dificilmente causa
indução das enzimas hepáticas microssomais.

Nenhum dos metabólitos é mais ativo que o composto original.

Resultados in vitro sugerem que CYP3A4 e CYP2D6 e, em menor
contribuição outras enzimas CYP, estão envolvidas na
biotransformação do cloridrato de tansulosina. A inibição das
enzimas metabolizadoras CYP3A4 e CYP2D6 pode levar a aumento da
exposição ao cloridrato de tansulosina.

Excreção

A eliminação da tansulosina e de seus metabólitos ocorre
principalmente pela urina.

Estima-se que aproximadamente 4 a 6% da dose administrada seja
excretada na forma inalterada.

Após administração de dose única de cloridrato de tansulosina e
no estado de equilíbrio, foram medidas meias-vidas de eliminação de
aproximadamente 19 e 15 horas, respectivamente.

Usoleg, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.