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Gabapentina Nova Química

Tratamento da dor neuropática (dor devido à lesão e/ou mau
funcionamento dos nervos e/ou do sistema nervoso) em adultos; como
monoterapia (uso apenas de gabapentina) e terapia adjunta das
crises epilépticas parciais (convulsões), com ou sem generalização
secundária (crise com maior comprometimento do sistema nervoso
central acompanhada de perda da consciência), em pacientes a partir
de 12 anos de idade.

Como o Gabapentina – Nova Química funciona?


Supõe-se que a gabapentina atue modulando (regulando) o trânsito
das mensagens entre as células do sistema nervoso, reduzindo a
atividade excitatória responsável pela dor neuropática e pelas
crises convulsivas. No entanto o seu mecanismo não é totalmente
conhecido.

Contraindicação do Gabapentina – Nova
Química

Não use gabapentina se tiver hipersensibilidade (alergia) à
gabapentina ou a outros componentes da fórmula.

Este medicamento é contraindicado para menores de 12
anos.

Como usar o Gabapentina – Nova Química

Gabapentina só deve ser usada por via oral (engolido), podendo
ser usado com ou sem alimentos. O comprimido de gabapentina 600 mg
tem um sulco (divisão) que permite que ele possa ser partido em 2
metades, com 300 mg cada uma.

Posologia do Gabapentina – Nova
Química


A dose de gabapentina deve ser individualizada, ou seja,
ajustada pelo médico de acordo com a resposta ao tratamento.

As doses recomendadas e a velocidade de ajuste, de acordo com o
resultado alcançado, serão descritas abaixo.

Epilepsia (indicado a partir dos 12 anos de
idade)

Dose eficaz entre 900 mg/dia a 3600 mg/dia. Sugere-se o uso de
300mg (½ comprimido de 600mg), 3 vezes ao dia no 1º dia, ou
ajustando-se a dose conforme descrito na Tabela 1 após análise da
resposta ao tratamento. O intervalo máximo entre as doses não deve
ultrapassar 12 horas para prevenir a ocorrência de convulsões.

Tabela 1 – Esquema de Dosagem Sugerido – Titulação
Inicial

Dose

Dia 1 

Dia 2 

Dia 3

Manhã

300 mg (½ comprimido de 600 mg)

300 mg (½ comprimido de 600 mg)

Tarde

300 mg (½ comprimido de 600 mg)

Noite

300 mg (½ comprimido de 600 mg)300 mg (½ comprimido de 600 mg)

300 mg (½ comprimido de 600 mg)

Dor Neuropática (indicado para adultos)

A dose eficaz é entre 900 mg/dia e 3600mg/dia. Sugere-se o uso
de 300 mg (½ comprimido de 600 mg), 3 vezes ao dia no 1º dia, ou
ajustando-se a dose conforme descrito na Tabela 2 após análise da
resposta ao tratamento.

Tabela 2 – Esquema Posológico Sugerido

Titulação Inicial 

Aumento de dose se necessário

Dia 1 (300 mg)

Dia 2 (600 mg)

Dia 3 (900 mg)

1200 mg

1500 mg

1800 mg

Manhã

300 mg (½ comprimido de
600 mg)
300 mg (½ comprimido de
600 mg)
300 mg (½ comprimido de
600 mg)
300 mg (½ comprimido de
600 mg)

600 mg (1 comprimido de 600 mg)

Tarde

300 mg (½ comprimido de
600 mg)
300 mg (½ comprimido de
600 mg)
600 mg (1 comprimido de
600 mg)

600 mg (1 comprimido de 600 mg)

Noite

300 mg (½ comprimido de
600 mg)
300 mg (½ comprimido de
600 mg)
300 mg (½ comprimido de
600 mg)
600 mg (1 comprimido de
600 mg)
600 mg (1 comprimido de
600 mg)

600 mg (1 comprimido de 600 mg)

Pacientes portadores de insuficiência renal
(comprometimento da função dos rins)

Podem precisar de ajuste da dose.

Ajuste de dose para pacientes em hemodiálise (modalidade
de tratamento que visa filtrar o sangue para compensar a falta de
funcionamento dos rins)

É recomendada uma dose de ataque de 300 a 400mg, e
posteriormente doses de 200mg a 300mg de gabapentina após cada 4
horas de hemodiálise.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os
horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o
tratamento sem o conhecimento do seu médico.

O que devo fazer quando eu me esquecer de usar o
Gabapentina – Nova Química?


Caso você se esqueça de tomar gabapentina no horário
estabelecido pelo seu médico, tome-o assim que lembrar.

Entretanto, se já estiver perto do horário de tomar a próxima
dose, pule a dose esquecida e tome a próxima, continuando
normalmente o esquema de doses recomendado pelo seu médico. Neste
caso, não tome o medicamento 2 vezes para compensar doses
esquecidas. Se você esquecer uma dose você pode comprometer o
resultado do tratamento.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico
ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.

Precauções do Gabapentina – Nova Química

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.

A gabapentina só deve ser usada por gestantes se o benefício
potencial para a mãe superar claramente o risco potencial para o
feto. Você deve informar o seu médico caso esteja grávida,
planejando engravidar ou engravide durante o tratamento com
gabapentina. A medicação atravessa a placenta humana e é excretada
(eliminada) no leite materno, o que significa que o uso por
mulheres grávidas ou lactantes só deve ser feito sob estrita
orientação e observação médica. Avise seu médico se você estiver
amamentando ou começará a fazê-lo durante o uso de gabapentina.

Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir
veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem
estar prejudicadas.

Este tipo de atividade só poderá ser feita após avaliação médica
que constate ausência de prejuízo, sobre suas habilidades,
secundária ao medicamento.

O uso de gabapentina não deve ser interrompido abruptamente (de
um dia para o outro). Recomenda-se que a interrupção seja gradual
(aos poucos) ao longo de – no mínimo – 1 semana. Isso porque a
interrupção abrupta pode desencadear o aparecimento de crises
convulsivas que podem precipitar o estado de mal epiléptico (crises
convulsivas que acontecem uma atrás da outra, sem intervalos, e que
são de difícil controle).

Após iniciar o tratamento com gabapentina, erupção cutânea
(vermelhidão da face ou outras partes do corpo) ou outros sinais ou
sintomas de hipersensibilidade (alergia) como febre ou
linfadenopatia (aparecimento de ínguas ou gânglios) podem indicar
um problema de saúde grave e você deve relatar qualquer ocorrência
ao médico imediatamente.

Casos de abuso e dependência (vício a substâncias químicas)
foram relatados no banco de dados pós-comercialização.

Como acontece com qualquer medicamento ativo do sistema nervoso
central, seu médico deve avaliar cuidadosamente seu histórico
quanto ao abuso de medicamentos bem como possíveis sinais de abuso
de gabapentina.

O tratamento com gabapentina tem sido associado com tonturas e
sonolência, que podem aumentar a ocorrência de lesões acidentais
(quedas). Há também relatos, na póscomercialização, de confusão,
perda de consciência e comprometimento mental. Assim, os pacientes
devem ser avisados para tomarem precauções até que estejam
familiarizados com os potenciais efeitos da medicação.

Não foram realizados estudos controlados em pacientes
portadores de epilepsia menores de 12 anos e em portadores de dor
neuropática os estudos envolveram apenas adultos.

Pacientes portadores de comprometimento renal, fazendo ou não
tratamento com diálise (modalidade de tratamento que visa filtrar o
sangue para compensar a falta de funcionamento dos rins), podem
necessitar de ajuste de dosagem.

Reações Adversas do Gabapentina – Nova
Química

As reações adversas mais frequentemente documentadas
foram:

Geral

Sensação de mal-estar, fadiga/astenia (cansaço), febre, cefaleia
(dor de cabeça), dor lombar (nas costas) e abdominal (na barriga),
infecção viral, dor, sintomas de gripe, lesão acidental, edema
(inchaço) generalizado.

Cardiovascular

Dor no peito, vasodilatação (manifesta-se por vermelhidão na
pele ou pessoa fica mais corada), palpitação, aumento da pressão
arterial.

Digestivo

Boca ou garganta seca, náusea e/ou vômito, flatulência (gases no
estômago ou intestinos), anorexia (falta de apetite), dispepsia (má
digestão), constipação (prisão de ventre), diarreia, anormalidades
dentárias, aumento do apetite, inflamação nas gengivas (gengivite)
e/ou no pâncreas (pancreatite).

Hematológico (sistema sanguíneo)

Leucopenia é uma alteração descrita no exame de sangue
(hemograma) que indica uma diminuição do número de leucócitos ou
glóbulos brancos (células de defesa) circulantes, trombocitopenia
(alteração do exame de sangue (hemograma) que indica uma diminuição
das plaquetas (células do sangue que são ativadas quando há
sangramento)), púrpuras (manchas roxas sob a pele devido à pequenos
sangramentos) que podem ser confundidas com hematomas que são
manchas roxas maiores decorrentes de traumas ou batidas sofridas no
local.

Metabólico e nutricional

Edema (inchaço) nas extremidades do corpo, ganho de peso,
hiperglicemia (aumento do açúcar no sangue) e hipoglicemia
(diminuição de açúcar no sangue) mais frequente em pacientes
diabéticos, hiponatremia (redução da concentração de sódio no
sangue), icterícia (coloração amarelada da pele, geralmente, devido
a problemas no fígado), alterações nos testes laboratoriais de
funcionamento do fígado, hepatite (inflamação do fígado),
ginecomastia (aumento do tamanho das mamas em homens), hipertrofia
das mamas.

Musculoesquelético

Fratura, mialgia (dor muscular), artralgia (dor nas juntas).

Sistema Nervoso

Tinido (zumbido no ouvido), confusão mental, alucinações,
amnésia (perda de memória), sonolência ou insônia, nervosismo,
tremor, tontura, vertigem, alteração do humor, ataxia (falta de
coordenação dos movimentos, principalmente ao caminhar), disartria
(dificuldade de pronunciar as palavras), hipercinesia (movimentação
excessiva), coreoatetose (movimentos involuntários e bruscos dos
braços e pernas), discinesia (movimentos descoordenados localizados
ou em todo corpo) e distonia (espasmos musculares involuntários),
mioclonia (contrações musculares), aumento, diminuição ou abolição
de reflexos, coordenação anormal, depressão, instabilidade
emocional, nistagmo (movimentação rítmica, involuntária dos olhos
geralmente, em direção horizontal), pensamento anormal, abalos
musculares, ansiedade, hostilidade, alteração da marcha, queda,
perda de consciência (desmaio), hiperestesia (excesso de
sensibilidade), agitação (alteração do comportamento).

Visão

Ambliopia (diminuição da visão), diplopia (visão dupla,
estrábica ou popularmente olhar “vesgo”), visão anormal.

Sistema Respiratório

Tosse, inflamação da faringe (garganta) e/ou do nariz (rinite),
pneumonia (infecção do pulmão), dispneia (falta de ar).

Pele e anexos

Escoriação (“pele ralada”), acne (cravos e espinhas), prurido
(coceira), rash (vermelhidão na pele) eritema multiforme
(manchas vermelhas na pele com formas diferentes), síndrome de
Stevens-Johnson (forma grave de reação alérgica caracterizada por
bolhas em mucosas em grandes áreas do corpo), alopecia (queda de
cabelo), angioedema (inchaço do corpo devido à reação alérgica),
reação alérgica incluindo urticária.

Urogenital

Impotência, infecção do trato urinário (uretra, bexiga,
ureteres, rins), insuficiência renal aguda (parada súbita do
funcionamento dos rins) e incontinência urinária (dificuldade em
segurar a urina), disfunção sexual (alterações no desejo sexual,
distúrbios de ejaculação e falta de orgasmo).

Também foram relatados eventos adversos após a descontinuação
repentina de gabapentina. Os eventos mais frequentemente relatados
foram ansiedade, insônia, náusea, dor e sudorese (transpiração
excessiva).

Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou
farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do
medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de
atendimento.

Composição do Gabapentina – Nova Química

Cada comprimido revestido de gabapentina 600 mg
contém

O equivalente a 600 mg de gabapentina.

Excipientes:

amido pré-gelatinizado, hipromelose, copovidona, estearato de
magnésio, hipromelose + macrogol, dióxido de titânio e talco.

Apresentação do Gabapentina – Nova Química


Comprimidos revestidos de 600 mg em embalagem contendo 6, 9, 18,
27, 30, 54 e 100 (Embalagem hospitalar) comprimidos revestidos.

Via de administração: uso oral.

Uso adulto e pediátrico acima de 12 anos de idade
(apenas para tratamento de epilepsia).

Superdosagem do Gabapentina – Nova Química

Não foi observada toxicidade aguda com risco de morte com
superdoses de gabapentina de até 49 g. Os sintomas da superdose
incluíram tontura, visão dupla, fala empastada, sonolência, perda
de consciência, letargia e diarreia leve. Todos os pacientes se
recuperaram totalmente com terapêutica de suporte

. Não se recomenda hemodiálise (filtração do sangue), na maioria
dos casos, apesar da gabapentina ser excretada pelos rins. Em
pacientes com insuficiência renal grave, a hemodiálise pode ser
indicada.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento,
procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do
medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você
precisar de mais orientações.

Interação Medicamentosa do Gabapentina – Nova
Química

Sempre avise ao seu médico sobre todas as medicações que você
toma ou se iniciará um tratamento e, também sobre a ingestão de
álcool durante o tratamento com gabapentina. O médico precisa
avaliar se as medicações reagem entre si alterando a sua ação, ou
da outra; isso se chama interação medicamentosa.

A gabapentina não deve ser usada junto com antiácidos que
contenham alumínio e magnésio. Se você faz uso dessas medicações
faça um intervalo de 2 horas entre a dose de gabapentina e do
antiácido.

O uso de gabapentina com opioides (analgésico) pode aumentar a
concentração de gabapentina no sangue.

A gabapentina usada junto com outros medicamentos
anticonvulsivantes pode alterar exames laboratoriais, tais como
proteinúria (proteína aumentada na urina). Se você for fazer exames
laboratoriais durante o uso de gabapentina avise o laboratório e o
médico.

Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está
fazendo uso de algum outro medicamento.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico.
Pode ser perigoso para a sua saúde.

Ação da Substância Gabapentina – Nova Química

Resultados de Eficácia


Neuralgia pós-herpética

A gabapentina foi avaliada para o controle da neuralgia
pós-herpética (NPH) em 2 estudos multicêntricos, randomizados,
duplo-cegos, controlados por placebo, com N=563 total de pacientes
randomizados que receberam pelo menos uma dose de gabapentina (ITT)
(Tabela 1). Os pacientes eram admitidos no estudo se continuassem
sentindo dor por mais de 3 meses após a resolução da erupção
cutânea por herpes zoster.

Tabela 1: Estudos controlados de NPH: duração, doses e
número de pacientes.

Estudo

Duração do Estudo

Gabapentina (mg/dia)a
Dose-Alvo

Pacientes tratados com gabapentina

Pacientes tratados com placebo

1

8 semanas3.600113

116

7 semanas1.800, 2.400223

111

Total

336

227

* Dividido em 3 doses (3 vezes/dia).

Cada estudo incluiu uma fase duplo-cega de 7 ou 8 semanas de
duração (3 ou 4 semanas de titulação e 4 semanas de dose fixa). Os
pacientes iniciaram o tratamento com titulação até 900 mg/dia de
gabapentina durante 3 dias. As doses foram então tituladas em
aumentos de 600 a 1.200 mg/dia, a intervalos de 3 a 7 dias até a
dose-alvo, por 3 a 4 semanas.

Os pacientes registraram a dor em um diário por meio de uma
escala numérica de gradação da dor de 11 pontos, variando de 0 (sem
dor) a 10 (pior dor possível). Foi exigida para randomização uma
pontuação média de dor durante a fase inicial de no mínimo 4. As
análises foram conduzidas utilizando-se a população de intenção de
tratamento (todos os pacientes randomizados que receberam pelo
menos uma dose do medicamento em estudo).

Os dois estudos apresentaram diferenças significativas de
eficácia em comparação ao placebo em todas as doses testadas.

Foi observada uma redução significativa nas pontuações médias
semanais de dor durante a Semana 1 nos dois estudos e as diferenças
significativas foram mantidas até o final do tratamento. Foram
observados efeitos comparáveis em todos os braços ativos de
tratamento. O modelo farmacocinético/ farmacodinâmico forneceu
evidências de eficácia em todas as doses. As figuras 1 e 2 mostram
a escala de intensidade de dor para os Estudos 1 e 2.

Figura 1. Média semanal da pontuação de dor (casos
observados na população (ITT): Estudo 1

Figura 2. Média semanal da pontuação de dor (casos
observados na população (ITT): Estudo 2​

A proporção de pacientes que responderam ao tratamento
(pacientes que relataram melhora de pelo menos 50% no desfecho da
pontuação da dor em comparação com a fase inicial) foi calculada
para cada estudo (Figura 3).

Figura 3. Proporção de respostas (pacientes com redução
de pelo menos 50% na pontuação da dor) na visita final: estudos
controlados NPH

Epilepsia

A eficácia de gabapentina como terapia adjuvante (em combinação
a outros anticonvulsivantes) foi estabelecida em estudos
multicêntricos, controlados por placebo, duplo-cegos, de grupos
paralelos conduzidos em pacientes adultos e pediátricos (a partir
de 3 anos de idade) com crises parciais refratárias.

Evidências da eficácia foram obtidas em três estudos conduzidos
em 705 pacientes (a partir de 12 anos de idade). Os pacientes
admitidos nos estudos apresentavam história de pelo menos 4 crises
parciais por mês apesar de receberem um ou mais fármacos
anticonvulsivantes em níveis terapêuticos e foram avaliados com
seus respectivos esquemas terapêuticos estabelecidos durante um
período inicial de 12 semanas (6 semanas no estudo de pacientes
pediátricos).

Nos pacientes que continuaram a apresentar pelo menos 2 (ou 4 em
alguns estudos) crises por mês, a gabapentina ou placebo foram
então adicionados à terapia existente durante um período de
tratamento de 12 semanas. A eficácia foi avaliada principalmente
com base na porcentagem de pacientes com redução igual ou superior
a 50% na frequência de crises com o tratamento em relação ao basal
(“taxa de pacientes responsivos”) e uma medida derivada denominada
razão de resposta, uma medida da alteração definida como (T – B) /
(T + B), em que B é a frequência de crises do paciente na fase
inicial e T é a frequência de crises do paciente durante o
tratamento. A razão de resposta distribui-se no intervalo de -1 a
+1.

O valor zero indica que não ocorreu alteração, ao passo que a
eliminação completa das crises receberia um valor de -1 e, o
aumento das taxas de crises receberia valores positivos. A razão de
resposta de -0,33 corresponde a uma redução de 50% na frequência de
crises. Os resultados apresentados a seguir são para todas as
crises parciais na população de intenção de tratamento (todos os
pacientes que receberam qualquer dose de tratamento) em cada
estudo, a menos que indicado de outra forma.

Um estudo comparou gabapentina 1.200 mg/dia divididos em 3 doses
ao dia com o placebo. A taxa de pacientes responsivos foi de 23%
(14/61) no grupo que recebeu gabapentina e de 9% (6/66) no grupo
que recebeu placebo.

A diferença entre os grupos foi estatisticamente significativa.
A razão de resposta também foi melhor no grupo gabapentina (-0,199)
do que no grupo placebo (-0,044), uma diferença que também atingiu
significância estatística.

Um segundo estudo comparou 1.200 mg/dia de gabapentina (N=101)
divididos em três doses ao dia com o placebo (N=98). Grupos menores
de doses adicionais de gabapentina (600 mg/dia, N=53; 1.800 mg/dia,
N=54) também foram estudados para obter informações sobre a
resposta à dose. A taxa de pacientes responsivos foi mais alta no
grupo gabapentina 1.200 mg/dia (16%) do que no grupo placebo (8%),
porém a diferença não foi estatisticamente significativa.

A taxa de pacientes responsivos com 600 mg (17%) também não foi
significativamente maior do que a do placebo, porém a taxa do grupo
responsivo de 1.800 mg (26%) foi significativamente superior em
relação ao grupo placebo. A razão de resposta foi melhor para o
grupo gabapentina de 1.200 mg/dia (-0,103) do que para o placebo
(-0,022); porém esta diferença também não foi significativa (p =
0,224). Foi observada resposta melhor nos grupos que recebiam
gabapentina 600 mg/dia (- 0,105) e 1.800 mg/dia (-0,222) do que no
que recebia 1.200 mg/dia, com o grupo de 1.800 mg/dia atingindo
significância estatística em comparação ao placebo.

Um terceiro estudo comparou gabapentina 900 mg/dia divididos em
3 doses ao dia (N=111) e placebo (N=109).

Um grupo adicional de gabapentina 1.200 mg/dia (N=52) forneceu
dados de dose-resposta. Foi observada diferença estatisticamente
significativa na taxa de pacientes responsivos para o grupo
gabapentina com 900 mg/dia (22%) em comparação ao grupo placebo
(10%). A razão de resposta também foi significativamente superior
para o grupo gabapentina 900 mg/dia (-0,119) em comparação ao
placebo (- 0,027), assim como ocorreu no grupo gabapentina com
1.200 mg/dia (-0,184) em comparação ao placebo.

Também foram realizadas análises em cada estudo para examinar o
efeito da gabapentina sobre a prevenção das crises tônico-clônicas
generalizadas secundariamente. Os pacientes que apresentaram tais
crises na fase inicial ou no período de tratamento nos três estudos
controlados por placebo foram incluídos nestas análises. Houve
várias comparações de razões de resposta que apresentaram vantagem
estatisticamente significativa para a gabapentina em comparação ao
placebo e tendências favoráveis para quase todas as
comparações.

A análise de pacientes responsivos utilizando dados combinados
dos três estudos e de todas as doses (N=162, gabapentina; N=89,
placebo) também demonstrou uma vantagem significativa para
gabapentina sobre o placebo na redução da frequência de crises
tônico-clônicas secundariamente generalizadas.

Em dois dos três estudos controlados, foi utilizada mais do que
uma dose de gabapentina. Dentro de cada estudo, os resultados não
apresentaram uma resposta consistentemente elevada em relação à
dose. No entanto, observando os estudos, fica evidente uma
tendência para o aumento da eficácia com o aumento da dose (ver
Figura 4).

Figura 4. Taxa de pacientes responsivos recebendo
gabapentina, expressa como uma diferença em relação à dose de
placebo por estudo: estudos de terapia adjuvante em pacientes gt;
12 anos apresentando crises parciais

Na figura 4, está traçada a magnitude do efeito do tratamento,
medida no eixo Y como a diferença na proporção de pacientes
designados a receber gabapentina e placebo que atingiram redução
igual ou superior a 50% na frequência de crises em relação à
frequência inicial e à dose diária administrada de gabapentina
(eixo X).

Embora não tenha sido realizada análise formal por sexo, as
estimativas de resposta (razão de resposta) dos estudos clínicos
(398 homens, 307 mulheres) indicam que não existem diferenças
importantes relativas ao gênero dos pacientes. Não houve padrão
consistente indicativo de que a idade apresentasse qualquer efeito
sobre a resposta à gabapentina. Não houve número suficiente de
pacientes de outras etnias além da caucasiana que possibilitasse
uma comparação de eficácia entre os grupos étnicos.

Referência Bibliográfica

Physicians’ Desk
Reference®. Medical Economics Company 2004; 58: 2559 –
2564.

Fonte: Bula do Profissional do Medicamento
Neurontin®.

Características Farmacológicas


Propriedades farmacodinâmicas

A gabapentina penetra rapidamente no cérebro e previne
convulsões em uma série de modelos animais de epilepsia. A
gabapentina não possui afinidade pelos receptores GABA-A ou GABA-B
nem altera o metabolismo do GABA. Não se liga a outros receptores
ou sítios de neurotransmissão cerebral e não interage com os canais
de sódio.

A gabapentina liga-se com alta afinidade à subunidade α2δ
(alfa-2-delta) dos canais de cálcio voltagem-dependentes
propondo-se que a ligação à subunidade α2δ esteja envolvida nos
efeitos anticonvulsivantes da gabapentina em animais. A triagem
ampliada não sugere outro sítio de ação do fármaco além de α2δ.

Evidências de vários modelos pré-clínicos atestam que a
atividade farmacológica da gabapentina pode ser mediada pela
ligação à α2δ através da redução da liberação de neurotransmissores
excitatórios em regiões do sistema nervoso central. Tal atividade
pode sustentar a atividade anticonvulsivante da gabapentina. A
relevância dessas ações da gabapentina sobre os efeitos
anticonvulsivantes em humanos ainda não foi estabelecida.

A gabapentina também apresenta eficácia em vários modelos
pré-clínicos animais de dor. Propõe-se que a ligação específica da
gabapentina à subunidade α2δ resulta em várias ações diferentes que
podem ser responsáveis pela ação analgésica em modelos animais. Os
efeitos analgésicos da gabapentina podem ocorrer na medula
espinhal, bem como em centros cerebrais superiores por meio de
interações com as vias descendentes inibitórias da dor. A
relevância dessas propriedades pré-clínicas para a ação terapêutica
em humanos é desconhecida.

Propriedades farmacocinéticas

A biodisponibilidade da gabapentina não é proporcional à dose.
Isto é, quando a dose aumenta, a biodisponibilidade diminui. Os
picos de concentração plasmática de gabapentina são observados de 2
a 3 horas após a administração oral.

A biodisponibilidade absoluta de gabapentina cápsula é de
aproximadamente 60%. A alimentação, incluindo dietas ricas em
gorduras, não tem efeito sobre a farmacocinética da
gabapentina.

A eliminação plasmática da gabapentina é melhor descrita pela
farmacocinética linear. A meia-vida de eliminação da gabapentina
independe da dose e é, em média, de 5 a 7 horas.

A farmacocinética da gabapentina não é afetada por
administrações múltiplas e as concentrações plasmáticas no estado
de equilíbrio são previsíveis a partir dos dados de dose única.
Embora as concentrações plasmáticas da gabapentina nos ensaios
clínicos tenham estado geralmente entre 2 μg/mL e 20 μg/mL, tais
concentrações não permitem prever a segurança ou a eficácia. As
concentrações plasmáticas de gabapentina são proporcionais às doses
de 300 mg ou de 400 mg, administradas a cada 8 horas. Os parâmetros
farmacocinéticos estão descritos na Tabela 2.

Tabela 2: Resumo dos parâmetros farmacocinéticos
médios (% DP) da gabapentina, no estado equilíbrio, após
administração a cada 8 horas

Parâmetro Farmacocinético

300 mg
(n = 7)

400 mg
(n = 11)

Cmáx (µg/mL)

4,02(24)5,50

(21)

tmáx (h)

2,7(18)2,1

(47)

t 1/2 (h)

5,2(12)6,1

ND

AUC (0-∞) (µg.h/mL)

24,8(24)33,3

(20)

Ae%

NANA63,6

(14)

%

DP =

Desvio padrão.

ND =

Não determinado.

NA =

Não disponível.

Ae% =

porcentagem de gabapentina inalterada que é excretada pela
urina.

A gabapentina não se liga às proteínas plasmáticas e possui um
volume de distribuição equivalente a 57,7 L.

Em pacientes com epilepsia, as concentrações de gabapentina no
líquido cefalorraquidiano (LCR) são correspondentes a
aproximadamente 20% da concentração plasmática no estado de
equilíbrio. A gabapentina é eliminada exclusivamente pelos rins.
Não há evidência de metabolismo em seres humanos.

A gabapentina não induz as enzimas oxidativas hepáticas de
função mista, responsáveis pelo metabolismo dos fármacos.

Em idosos e em portadores de insuficiência renal, o
clearance plasmático da gabapentina é reduzido. A
constante da taxa de eliminação, o clearance plasmático e
o clearance renal da gabapentina são diretamente
proporcionais ao clearance da creatinina.

A gabapentina é removida do plasma por hemodiálise. Recomenda-se
um ajuste da dose em pacientes com função renal comprometida ou sob
hemodiálise.

Em um estudo de farmacocinética com 24 lactentes e crianças
saudáveis, pacientes pediátricos entre 1 e 48 meses de vida,
evidenciou exposição aproximadamente 30% menor (AUC) do que a
observada em crianças com mais de 5 anos de idade. O
Cmáx foi menor e o clearance por peso corporal
foi maior em lactentes e em crianças.

Dados de segurança pré-clínicos

Carcinogênese

A gabapentina foi administrada na dieta de camundongos, nas
doses de 200, 600 e 2000 mg/kg/dia e de ratos, nas doses de 250,
1000 e 2000 mg/kg/dia, durante 2 anos. Um aumento estatisticamente
significativo na incidência de tumores de células acinares
pancreáticas foi observado somente em ratos machos que receberam a
dose mais elevada. Os picos das concentrações plasmáticas do
fármaco em ratos, com a dose de 2000 mg/kg/dia foram 10 vezes
maiores que as concentrações plasmáticas em humanos que receberam a
dose de 3600 mg/dia. As neoplasias de células acinares pancreáticas
em ratos machos foram de baixo grau, que não afetaram a sobrevida,
não resultaram metástases ou invadiram os tecidos vizinhos e foram
semelhantes aos observados nos controles. Não está clara a
relevância destes tumores de células acinares pancreáticas de ratos
machos ao risco carcinogênico em humanos.

Mutagênese

A gabapentina não demonstrou potencial genotóxico. Não se
mostrou mutagênica in vitro, em testes padrões empregando
células de mamíferos ou modelos bacterianos. Também não induziu
aberrações estruturais dos cromossomos em células de mamíferos
in vitro ou in vivo e não induziu a formação de
micronúcleos na medula óssea de hamsters.

Alterações da fertilidade

Não foram observados efeitos adversos sobre a fertilidade ou
sobre a reprodução em ratos, em doses de até 2000 mg/kg
(aproximadamente 5 vezes a dose humana diária máxima na base de
mg/m²).

Teratogênese

Comparando-se aos controles, a gabapentina não aumentou a
incidência de malformações na prole de camundongos, ratos ou
coelhos em doses de até 50, 30 e 25 vezes, respectivamente, a dose
humana diária de 3600 mg (4, 5 ou 8 vezes, respectivamente, a dose
diária humana na base de mg/m²).

A gabapentina induziu ossificação tardia do crânio, das
vértebras e das patas dianteiras e traseiras de roedores, indicando
um atraso do crescimento fetal. Estes efeitos ocorreram quando
fêmeas prenhas de camundongo receberam doses orais de 1000 ou de
3000 mg/kg/dia durante a organogênese e em ratas nas quais foram
administradas doses de 2000 mg/kg/dia antes e durante o
acasalamento e durante toda a gestação.

Estas doses são de aproximadamente 1 a 5 vezes a dose
recomendada de 3600 mg para humanos na base de mg/m².

Não foram observados efeitos em fêmeas prenhas de camundongo que
receberam 500 mg/kg/dia (aproximadamente metade da dose diária
humana na base de mg/m²).

Foi observado um aumento na incidência de hidroureter e/ou
hidronefrose em ratas que receberam 2000 mg/kg/dia em um estudo de
reprodução geral e de fertilidade; 1500 mg/kg/dia em um estudo de
teratogênese; e 500, 1000 e 2000 mg/kg/dia em um estudo peri e
pós-natal. A significância destes resultados é desconhecida, mas
foi associada ao retardo no desenvolvimento. Estas doses também são
aproximadamente 1 a 5 vezes a dose humana de 3600 mg na base de
mg/m².

Em um estudo de teratogênese em coelhos, ocorreu um aumento na
incidência de perda fetal pós-implantação, em coelhas que receberam
60, 300 e 1500 mg/kg/dia durante a organogênese. Estas doses são
aproximadamente 1⁄4 a 8 vezes a dose diária humana de 3600 mg na
base de mg/m².

Fonte: Bula do Profissional do Medicamento
Neurontin®.

Cuidados de Armazenamento do Gabapentina – Nova
Química

Gabapentina comprimido revestido deve ser conservado em
temperatura ambiente (entre 15 e 30°C), protegido da luz e
umidade.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide
embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde-o em sua embalagem original.

Características do produto

Gabapentina apresenta-se na forma de comprimidos revestidos
brancos, oblongos, biconvexos e monossectados.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso
ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no
aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá
utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das
crianças.

Dizeres Legais do Gabapentina – Nova
Química

Reg. MS: nº 1.2675.0181

Farm. Resp.:

Dra. Ana Paula Cross Neumann
CRF-SP n° 33.512

Registrado por:

Nova Química Farmacêutica S/A.
Av. Ceci, 820 – Tamboré Barueri / SP
CEP: 06.460-120
CNPJ: 72.593.791/0001-11
Indústria Brasileira

Fabricado e embalado por:

EMS S/A
Hortolândia – SP

SAC:

0800-0262274

Venda sob prescrição médica. Só pode ser vendido com
retenção da receita.

Gabapentina-Nova-Quimica, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.