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Delta Ifal

A forma farmacêutica xampu está particularmente indicada em
infestações parasitárias do couro cabeludo.

Contraindicação do Delta Ifal

Deltametrina (substância ativa) é contraindicado para pacientes
que apresentam hipersensibilidade à substância Deltametrina
(substância ativa) ou à outros componentes da fórmula, alergia
respiratória e com lesões de pele como feridas e queimaduras ou
condições que possibilitem uma maior absorção deste
medicamento.

Como usar o Delta Ifal

Loção

Aplicar o produto friccionando em toda região afetada do corpo,
caso necessário, deixando permanecer até o próximo banho. Usar
durante 4 dias consecutivos.

Xampu

Deltametrina (substância ativa) deve ser aplicado nos cabelos e
no couro cabeludo, de preferência durante o banho, fazendo ligeiras
fricções com a ponta dos dedos.

Deixar nas áreas atingidas durante 5 minutos. Enxaguar bem. Usar
durante 4 dias consecutivos.

O produto deve ser reaplicado após 7 dias, para evitar uma
possível reinfestação por permanência de ovos.

Precauções do Delta Ifal

Não deve ser ingerido ou inalado.

Não deve haver contato com os olhos e mucosas. No caso de
contato acidental com os olhos, lavá-los imediatamente com água
corrente por alguns minutos.

No caso de infecção ou irritação da pele, interromper o
tratamento.

No caso de uso em pele lesada por feridas ou queimaduras, pode
ocorrer maior absorção da Deltametrina (substância ativa) com
efeitos gastrintestinais e neurológicos agudos, efeitos estes,
característicos quando o medicamento é utilizado erroneamente pela
via oral, o que é extremamente proibido.

Normas de higiene recomendadas

  1.  Ferver as roupas de cama e de uso pessoal, mantendo-as
    limpas;
  2. Manter as unhas curtas e limpas. No caso de pediculose
    (piolhos) e ftiríase (chatos), manter os cabelos curtos e
    limpos;
  3. Evitar exagero de coçar e colocar luvas de proteção nas
    crianças;
  4. Procurar descobrir possíveis portadores e possíveis contatos
    com eles ou seus objetos de uso;
  5. Alertar os responsáveis por instituições coletivas frequentadas
    pelo portador do parasita.

Toxicidade Reprodutiva

Um estudo de teste reprodutivo de três gerações realizado em
ratos, indicou que a NOEL estimada para a Deltametrina (substância
ativa) deve ser superior a 2,5mg/kg/dia, sendo os níveis testados
0; 0,1; 1,0 e 2,5mg/kg/dia. A administração oral de Deltametrina
(substância ativa) no 7º e 16º dia de gestação produziu uma redução
de peso proporcional à dose administrada, não sendo, contudo,
observado nenhum efeito no número de implantes, mortalidade, peso
ou má formação fetal (Hayes e Laws, 1990).

Carcinogenicidade

A International Agency for Research on Cancer, em 1991,
concluiu que as substâncias Deltametrina (substância ativa),
fenvalerato e permetrina não são consideradas carcinogênicas à
espécie humana.

Teratogenicidade

Não há evidências na literatura que indiquem que a Deltametrina
(substância ativa) apresente atividade teratogênica em camundongos,
ratos e coelhos (Hayes e Laws, 1990).

Gravidez

Os estudos em animais não demonstraram risco fetal, mas também
não há estudos controlados em mulheres grávidas; ou então, os
estudos em animais revelaram riscos, mas que não foram confirmados
em estudos controlados em mulheres grávidas.

Categoria B.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.

Reações Adversas do Delta Ifal

Pode ocorrer irritação cutânea, ocular e reações de
hipersensibilidade, sobretudo do tipo alergia respiratória.

No caso de uso em pele lesada por feridas ou queimaduras, pode
ocorrer maior absorção da Deltametrina (substância ativa) com
efeitos gastrintestinais e neurológicos agudos.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de
Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou para a
Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Interação Medicamentosa do Delta Ifal

Não foram relacionadas as interações do produto com outras
substâncias e/ou medicamentos.

Ação da Substância Delta Ifal

Resultados de Eficácia

O princípio ativo deste medicamento, a Deltametrina (substância
ativa), é um composto piretroide de quarta geração. É uma
alternativa segura e eficaz para o tratamento de doenças
ectoparasitárias, conforme demonstrações a seguir.

Pediculose

O tratamento é conduzido basicamente utilizando medicamentos à
base de compostos organoclorados, tais como o lindano e à base de
piretroides, como a Deltametrina (substância ativa) e a permetrina
(Hill, 2000).

Escabiose

O tratamento, no geral, consiste na aplicação de medicamentos a
base também de lindano, permetrina e Deltametrina (substância
ativa) sob a forma de loções na pele do corpo todo, do pescoço para
baixo, mesmo nos locais onde não aparecem lesões ou coceira (Hogan,
1991).

Ftiríase

O seu tratamento é realizado com compostos organoclorados e
piretroides. De acordo com Wendel amp; Rompalo (2002), o tratamento
mais eficaz utilizado atualmente para esta parasitose é uma
combinação do uso de agente tópico e a administração oral de
ivermectina.

A administração de Deltametrina (substância ativa) para
tratamento de ectoparasitores via transdérmica é a que oferece o
menor risco de intoxicação e o maior grau de segurança. A
utilização de soluções tópicas, xampus e cremes a base de
piretroides é contemplada na literatura como sendo uma alternativa
eficaz e segura para o combate de escabiose e pediculose humana
(Elgart, 1999; Hipólito et al., 2001; Roos et al., 2001).

Em um estudo realizado por Picollo et al.; 2000, a resistência
dos parasitas observada para a terapia tópica com a Deltametrina
(substância ativa) foi considerada significativamente menor do que
a com os demais inseticidas tópicos piretroides. Apesar do risco de
desenvolvimento de um quadro de hipersensibilização, a Deltametrina
(substância ativa) tem se mostrado uma alternativa eficaz, segura e
de baixo custo para o tratamento da escabiose e da pediculose
humana (Brown et al., 1995).

Em estudo realizado por Heukelbach e colaboradores (2004) foi
demonstrada uma redução significativa na prevalência de escabiose e
pediculose em um grupo de indivíduos impossibilitado de receber
terapia oral com ivermectina, que recebeu tratamento tópico com
Deltametrina (substância ativa). Os participantes do estudo foram
instruídos a utilizar por três noites consecutivas a solução tópica
no corpo e na cabeça. O monitoramento de eventos adversos foi
realizado pelos investigadores no intervalo de 2 – 5 dias após a
aplicação do produto. Nenhum efeito adverso sério foi relatado e a
eficácia do tratamento foi estimada em 87%. Outro estudo atestou a
eficácia da Deltametrina (substância ativa).

Foi realizado um estudo multicêntrico em vários centros urbanos,
totalizando 563 pacientes com as seguintes parasitoses: 540 com
pediculose do couro cabeludo, 2 com pediculose pubiana, 1 caso com
ambos os tipos de pediculose e 20 casos de escabiose. O tratamento
consistiu na aplicação tópica de loção de Deltametrina (substância
ativa) a 0,2%, nos pacientes infestados de piolhos, à noite, com
lavagem dos cabelos e couro cabeludo com xampu contendo
Deltametrina (substância ativa), na manhã seguinte. A erradicação
dos parasitos foi obtida em 99,45% dos pacientes tratados. A
tolerância à Deltametrina (substância ativa) foi excelente.
Concordantes com os resultados obtidos por outros pesquisadores, os
nossos demonstram uma atividade extraordinária da Deltametrina
(substância ativa) sobre P. capitis, P. pubis e S. scabiei, levando
à cura em praticamente todos os casos (Waisman, 1986).

Características Farmacológicas

A Deltametrina (substância ativa) é a substância mais ativa da
classe dos piretroides, substância sintética obtida por
esterificação do ácido crisantêmico. A Deltametrina (substância
ativa) apresenta elevado coeficiente de segurança e baixa
toxicidade para mamíferos. Possui considerável efeito residual e
alto poder letal contra piolhos e ácaros.

Apresenta notáveis propriedades pediculicidas e escabicidas,
sendo o Pediculis humanus capitis, Pediculus humanus
coporis,
Phthirus pubis e seus ovos
extraordinariamente sensíveis à sua ação. A sua ação é seletiva e
se dá após absorção da substância através do exoesqueleto de
quitina dos ectoparasitas.

Uma vez no interior do organismo do inseto, a Deltametrina
(substância ativa) transportada pela hemolinfa, fixa-se aos
gânglios nervosos periféricos e nas estruturas motoras do sistema
nervoso, produzindo excitabilidade, incoordenação motora,
paralisia, letargia e morte do parasita (Hensel, 2000).

Normalmente são utilizadas formulações que apresentam uma
concentração que varia de 0,01 – 5%, dependendo da indicação
clínica, as quais são aplicadas diretamente sobre a pele ou o couro
cabeludo. Recomenda-se a aplicação do produto, na forma tópica, em
toda extensão corpórea, devendo o mesmo permanecer na pele por um
período, no mínimo de 8 horas. É usual a associação de piretrinas e
piretroides com butoxido de piperonil, o que potencializa os
efeitos inseticidas desses compostos.

Estrutura química da Deltametrina (substância ativa).
Fonte: Joint Meeting on Pesticide Residues – WHO:

Os princípios farmacocinéticos que regem os fármacos de
aplicação tópica são semelhantes aos envolvidos nas outras vias de
administração de fármacos. Entretanto, apesar da pele humana ser
normalmente apresentada como uma estrutura simples constituída por
três camadas sobrepostas, deve ser considerada a existência de um
mecanismo de barreira complexo capaz de alterar a difusão de
fármacos através da pele.

Por ser um composto lipofílico, com alto peso molecular, a
Deltametrina (substância ativa) apresenta uma baixa
volatilidade.

Preparações tópicas contendo Deltametrina (substância ativa)
apresentam estabilidade térmica, entretanto, se exposta a radiações
UV, pode ocorrer um processo de isomerização do tipo cis-trans,
ocasionando a perda do átomo de bromo e alterando as propriedades
farmacológicas do produto.

Como os demais piretroides, a Deltametrina (substância ativa)
interfere em uma série de processos neuroquímicos, mas nem as suas
ações intoxicantes parecem estar envolvidas totalmente na
interrupção da função neural. Existem evidências que sugerem que os
canais de sódio-voltagem-dependentes são o principal alvo molecular
desses inseticidas, tanto em mamíferos quanto em insetos. Sendo
assim, essa classe de compostos vem sendo categorizada como
bloqueadores de canais abertos de sódio (Ray, 1991).

A faixa de diferentes ações sobre as rotas de neurônios
sensoriais e motores decorrentes de efeitos qualitativos distintos
nos canais de sódio parecem justificar as síndromes de
envenenamento em insetos e mamíferos. Também é importante salientar
que, apesar dos canais de sódio-voltagem-dependentes serem
considerados os principais alvos da ação dos piretroides, esse
mecanismo não é considerado único nos processos de intoxicação.

Os neurônios neurosecretores dos insetos, caracterizados por
apresentarem uma grande quantidade de canais de
cálcio-voltagem-dependentes, são muito sensíveis a concentrações
extremamente baixas desses inseticidas. Sendo assim, há evidências
de que no sistema neurosecretório, os efeitos irreversíveis da
intoxicação causados pelos piretroides como a Deltametrina
(substância ativa), não se restringem aos canais de sódio.

Sendo a Deltametrina (substância ativa) um piretroide, ela
compartilha com as demais substâncias da classe, a propriedade de
atuar diretamente sobre os canais de sódio da membrana dos axônios
no sistema nervoso central e periférico do parasita.

Delta-Ifal, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.