Pular para o conteúdo

Clonidin

Dentre suas aplicações podemos destacar

Analgésico potente de curta duração (4 a 6 horas) por via
intratecal ou epidural.

Adjuvante em analgesia intratecal ou
epidural

Potencializa a ação de anestésicos tais como a lidocaína e a
bupivacaína, favorecendo diminuição de dose e prolongamento da
ação. Associada à bupivacaína isobárica, diminui a incidência de
Tourniquet Pain‘;

Adjuvante em analgesia pós-operatória

Redução de morfina e opioides lipofílicos com consequente
diminuição de seus efeitos colaterais.

A medicação pré-anestésica com Clonidin já é rotineira e
inclui ainda as seguintes indicações

  • Promover estabilização hemodinâmica;
  • Reduzir níveis plasmáticos de catecolaminas;
  • Reduzir a demanda por anestésicos opioides e anestésicos
    gerais;
  • Prolongar a anestesia intratecal por tetracaína;
  • Reduzir a pressão intraocular em cirurgia oftálmica.

Como o Clonidin funciona?

A clonidina é um agonista α2 adrenérgico parcial, interagindo
também com receptores imidazolínicos. O perfil farmacológico é
complexo, tendo como variáveis principais: a dose; a distribuição
dos receptores no SNC, tecidos vasculares e órgãos; via de
administração e interação com outros fármacos. Em doses
terapêuticas pela via sistêmica age de forma sinérgica com
anestésicos opioides lipofílicos e com benzodiazepínicos. A demanda
de oxigênio é diminuída.

Através das vias intratecal e epidural, a clonidina exerce
efeito analgésico de ação opioide, por interação com receptores
adrenérgicos localizados no corno dorsal da medula.

Atua sinergicamente com opioides lipofílicos e anestésicos
locais.

Em doses baixas, o efeito hipotensivo é predominante e está
relacionado com a inibição dos neurônios catecolaminérgicos na
região dos núcleos reticulares no tronco cerebral. Receptores
imidazolínicos, situados ventro-lateralmente na medula oblonga
também estariam envolvidos neste efeito.

A elevada lipossolubilidade da clonidina (coeficiente de
partição octanol/água de 114:1) explica a sua distribuição
predominante no sistema nervoso. Após 10 minutos de infusão
intravenosa de 300 mcg de clonidina a cinco voluntários do sexo
masculino, os níveis plasmáticos de clonidina mostraram uma fase de
distribuição inicial rápida seguido de uma fase de eliminação mais
lenta durante 24 horas.

A meia-vida de eliminação está entre 9 a 12 horas. Cerca de 50%
são metabolizados para componentes inativos no fígado e o restante
é eliminado inalterado pelos rins. O desempenho insuficiente da
função renal pode alterar estes valores, prolongando a retenção do
fármaco.

O efeito analgésico inicia-se 15 minutos após a aplicação
intratecal, epidural, intramuscular ou intravenosa.

A analgesia é potente e de curta duração (4 a 6 horas) para as
aplicações intratecais e epidurais; é menos consistente nas
aplicações intramuscular e intravenosa.

Apenas a administração intratecal segue um perfil
dose-dependente: o tempo para o início da analgesia pode ser
reduzido para 3 minutos e a duração prolongada para até 14 horas em
função da dose.

Contraindicação do Clonidin

Este medicamento é contraindicado em pacientes com histórico de
reações de hipersensibilidade à clonidina, bem como a outros
componentes do medicamento.

A administração epidural é contraindicada na presença de
infecção no local da injeção, em pacientes sob terapia
anticoagulante e naqueles com diátese hemorrágica.

A administração de Clonidin acima de C4 é contraindicada uma vez
que não existem dados de segurança suficientes para este uso.

O medicamento também é contraindicado em caso
de

  • Diferentes formas de agitação e perturbações do coração, como
    por exemplo, ‘síndrome de Sinusknoten’ ou bloqueio
    átrio-ventricular II e III;
  • Pacientes portadores de doença no nó sinusal;
  • Frequência cardíaca abaixo de 50 batidas por minuto;
  • Período de amamentação;
  • Depressão.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.

Como usar o Clonidin

As necessidades posológicas são variáveis e devem ser
individualizadas conforme a indicação e perfil clínico do
paciente.

Na medicação pré-anestésica

As aplicações mais aconselháveis são IM profunda, IV lenta (7 a
10 minutos) ou diluída, por gotejamento intravenoso. Clonidina é
compatível com cloreto de sódio 0,9% para diluição.

Em procedimentos cirúrgicos de longa duração, dose adicional de
150 mcg ou manutenção por gotejamento intravenoso pode ser
necessário.

Na analgesia pós-operatória

A dose inicial recomendada de Clonidin para infusão epidural
contínua é de 30 mcg/h.

Embora a dose possa ser titulada para mais ou menos, dependendo
do alívio da dor e ocorrência de reações adversas, a experiência
com doses acima de 40 mcg/h é limitada. É essencial estar
familiarizado com os dispositivos de infusão epidural contínua, e
os pacientes devem ser cuidadosamente monitorados nos primeiros
dias, avaliando sua resposta.

A dose usual está entre 2-4 mcg/kg por via epidural e 0,5-1
mcg/kg por via intratecal produz analgesia de curta duração (4 a 6
horas) e deverá ser repetida de acordo com as respostas do
paciente. Na aplicação intratecal, a analgesia é de duração dose
dependente.

Em associação com outros fármacos

A posologia deve ser individualizada para cada caso. Nas
associações com anestésicos locais (lidocaína, bupivacaína e
mepivacaína) o procedimento e a dose mais usual consiste na adição
de 150 mcg de Clonidin solução injetável à dose escolhida do
anestésico local, antes da aplicação.

Importante: Ampola com ponto de corte.

Instruções:

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os
horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o
tratamento sem o conhecimento do seu médico.

O que devo fazer quando eu me esquecer de usar o
Clonidin?

Uma vez que este medicamento é administrado por um profissional
da saúde em ambiente hospitalar não deverá ocorrer esquecimento do
seu uso.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico
ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.

Precauções do Clonidin

As indicações para o produto não preveem tratamento
prolongado.

O uso prolongado (6 ou mais dias) requer cuidados especiais: o
tratamento não deve ser interrompido abruptamente; pode haver
efeito rebote, com desestabilização do quadro hemodinâmico. Em
portadores de hipertensão, a interrupção brusca pode levar as
crises hipertensivas graves, de consequências imprevisíveis.

O fármaco deve ser usado com cautela em portadores de doenças
vasculares cerebrais, nos casos de insuficiência coronária ou de
infarto do miocárdio recente, nos portadores de distúrbios
vasculares periféricos oclusivos tais como a doença de Raynaud e em
casos de histórico depressivo.

Durante o tratamento com Clonidin, a frequência cardíaca não
deve estar abaixo de 56 batimentos por minuto.

Os portadores de lentes de contato devem ocasionalmente observar
a diminuição do fluxo lacrimal.

Efeitos Cardíacos 

A clonidina epidural causa frequentemente diminuição na
frequência cardíaca. A bradicardia sintomática pode ser
tratada com atropina. Raramente foi relatado bloqueio
atrioventricular maior do que o do I Grau. O fármaco não altera a
resposta hemodinâmica ao exercício, mas pode mascarar o aumento do
batimento cardíaco associado com a hipovolemia.

Depressão Respiratória e Sedação

A administração de clonidina pode resultar em sedação através da
ativação dos alfaadrenoceptores no tronco cerebral. Altas doses de
clonidina causam sedação e anormalidades ventilatórias normalmente
moderadas. Pode haver desenvolvimento de tolerância a esses efeitos
com a administração crônica. Esses efeitos têm sido relatados com
doses em bolus, que são significativamente maiores que a velocidade
de infusão recomendada para o tratamento da dor no câncer.

Depressão

Tem ocorrido depressão em pequena porcentagem de pacientes
tratados com clonidina oral ou transdérmica. A depressão ocorre
normalmente em pacientes com câncer e pode ser exacerbada pelo
tratamento com a clonidina. Os pacientes, especialmente aqueles com
história conhecida de desordens afetivas, devem ser monitorados em
relação aos sinais e sintomas de depressão.

Dor de Origem Visceral ou Somática

Em pesquisas clínicas, nas doses testadas, a clonidina
mostrou-se mais efetiva na dor neuropática bem localizada,
caracterizada como de natureza elétrica, de queimação, pontada,
localizada nos dermátomos ou distribuida ao longo do nervo
periférico. O medicamento pode ser menos efetivo, ou possivelmente
inefetivo no tratamento da dor difusa, pouco localizada ou de
origem visceral.

Hipotensão

Pode ocorrer grave hipotensão após a administração de Clonidin
e, portanto, cuidados devem ser tomados com todos os
pacientes. O produto não é recomendado na maioria dos pacientes com
doença cardiovascular grave ou para aqueles que são
hemodinamicamente instáveis. O benefício de sua administração
nesses pacientes deve ser cuidadosamente calculado contra os
potenciais riscos resultantes da hipotensão.

Os sinais vitais devem ser frequentemente monitorados,
especialmente durante os primeiros dias da terapia epidural com
Clonidin. Quando a clonidina é infundida nos segmentos espinhais
torácicos superiores, podem ser verificadas quedas mais
pronunciadas na pressão sanguínea.

A clonidina diminui o estímulo simpático do sistema nervoso
central resultando em diminuição da resistência periférica,
resistência vascular renal, frequência cardíaca e pressão
sanguínea. Contudo, na ausência de hipotensão profunda, o fluxo
arterial renal e a taxa de filtração glomerular permanecem
essencialmente inalterados.

Os relatos publicados sobre o uso de clonidina epidural na
analgesia intra e pós-operatória, também demonstram hipotensão
consistente e marcante como resposta ao fármaco. Pode ocorrer
hipotensão grave mesmo se houver pré-tratamento com fluído
intravenoso.

Abstinência

A interrupção repentina do tratamento com clonidina,
independente da via de administração, tem resultado, em alguns
casos, em sintomas como nervosismo, agitação, cefaleia e tremor,
acompanhado ou seguido por uma rápida elevação na pressão
sanguínea. A probabilidade de tais reações parece ser maior com o
uso de doses mais altas ou com o tratamento concomitante com
beta-bloqueadores. Nestas situações devem ser tomados cuidados
especiais. Após retirada abrupta de clonidina foram relatados casos
raros de encefalopatia hipertensiva, acidentes cerebrovasculares e
óbito. Pacientes com histórico de hipertensão e/ou outras condições
cardiovasculares subjacentes podem estar sob risco das
consequências da descontinuação abrupta da clonidina.

O monitoramento cuidadoso do funcionamento da bomba de infusão e
a inspeção do cateter, verificando a existência de obstrução ou
deslocamento, pode reduzir o risco de supressão abrupta inadvertida
de clonidina epidural. Os pacientes devem comunicar imediatamente
seu médico se houver interrupção inadvertida, por qualquer razão,
da administração de clonidina. Os pacientes também devem ser
instruídos para não descontinuar a terapia sem consultar o
médico.

Quando houver descontinuação da terapia epidural com clonidina,
o médico deve reduzir a dose gradualmente por 2 a 4 dias para
evitar os sintomas de abstinência.

Um excessivo aumento na pressão arterial, após a descontinuação
da clonidina epidural, pode ser tratado com clonidina ou
fentolamina intravenosa. Se a terapia tiver que ser descontinuada
em pacientes sob tratamento concomitante com clonidina e
beta-bloqueadores, o beta-bloqueador deve ser interrompido vários
dias antes da descontinuação gradual da clonidina epidural.

Infecções

As infecções relacionadas com os cateteres epidurais implantados
são um sério risco. A ocorrência de febre em paciente que esteja
recebendo clonidina epidural deve incluir a possibilidade de
infecção relacionada com o cateter, tal como a meningite ou abcesso
epidural.

Informação para pacientes

Os pacientes devem ser instruídos sobre os riscos da hipertensão
rebote e avisados para não descontinuar a clonidina, exceto sob a
supervisão de um médico. Os pacientes devem notificar o seu médico
imediatamente se o uso de clonidina for inadvertidamente
interrompido por qualquer razão. Os pacientes que se envolvem em
atividades potencialmente perigosas, tais como a utilização de
máquinas ou de condução, devem ser aconselhados sobre os efeitos
sedativo e hipotensor potenciais da clonidina epidural. Eles também
devem ser informados de que os efeitos sedativos podem ser
aumentados por fármacos depressores do SNC como o álcool e
barbitúricos, e que os efeitos hipotensores podem ser aumentados
por opiaceos.

Carcinogenicidade, Mutagenicidade e Diminuição da
Fertilidade

A clonidina não mostrou potencial carcinogênico em estudo com
animais. A fertilidade de ratos machos ou fêmeas não foi afetada
pelas doses de cloridrato de clonidina de 150 mcg/kg, ou cerca de
0,5 vez a dose máxima humana recomendada. A fertilidade de ratos
fêmeas, contudo, pareceu ser afetada em outra experiência com
níveis de doses orais de 500 a 2000 mcg/kg, ou 2 a 7 vezes a dose
máxima humana recomendada.

Uso em Analgesia Pós-Operatória ou
Obstétrica

Clonidin não é recomendado para o controle da analgesia do
parto, pós-parto ou peri-cirúrgica. O risco de instabilidade
hemodinâmica, especialmente hipotensão e bradicardia, após
clonidina epidural, pode ser inaceitável nesses pacientes.

Interações Medicamentosas

A clonidina potencializa os efeitos depressivos do SNC do
álcool, barbitúricos ou outros fármacos sedativos. Os analgésicos
narcóticos podem potencializar os efeitos hipotensivos da
clonidina.

Não deve ser usada com antidepressivos tricíclicos, agentes
bloqueadores beta-adrenérgicos. Os primeiros podem antagonizar os
efeitos hipotensivos da clonidina, sendo que seus efeitos sobre a
ação analgésica da clonidina são desconhecidos. Os agentes
beta-bloqueadores podem contribuir com a hipotensão aguda e também
podem exacerbar a resposta hipertensiva verificada com a supressão
da clonidina. Também, devido ao potencial para efeitos aditivos
como a bradicardia e o bloqueio AV, cuidados devem ser tomados em
pacientes recebendo clonidina que estejam sob tratamento com
agentes que afetem a função do nó sinusal ou a condução AV nodal,
isto é, digitálicos, bloqueadores do canal de cálcio e
beta-bloqueadores.

Existe um relato de caso de paciente com delírio agudo associado
com o uso simultâneo de flufenazina e clonidina oral. Os sintomas
cessaram quando houve a suspensão da clonidina e houve recorrência
quando a clonidina foi reinstituída.

A clonidina epidural pode prolongar a duração dos efeitos
farmacológicos dos anestésicos locais epidurais, incluindo tanto o
bloqueio sensitivo quanto o motor.

Nota: O medicamento é restrito ao uso hospitalar e sua
administração somente deve ser feita por profissionais
familiarizados com os procedimentos anestésicos.

Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está
fazendo uso de algum outro medicamento.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico.
Pode ser perigoso para a sua saúde.

Reações Adversas do Clonidin

Reação muito comum (gt;1/10)

Hipotensão, hipotensão ortostática, náuseas, xerostomia,
astenia, confusão, tontura, sonolência

Reação comum (gt;1/100 e lt;1/10)

Bradiarritmia, precordialgia, diminuição ou aumento do débito
cardíaco, taquicardia, sudorese, obstipação, zumbido, agitação,
nervosismo, alucinações, disfunção erétil, diminuição da atividade
sexual, perda da libido, fadiga.

Reação incomum (gt;1/1.000 e lt;1/100)

Palpitação, alopecia, erupções na pele, Prurido, rash,
urticaria, ginecomastia, pseudo-obstrução intestinal crônica,
parotidite, cefaléia, insônia, depressão, dificuldade de micção,
noctúria, retenção urinária, angioedema, mal-estar.

Reação rara (gt;1/10.000 e lt;1.000)

Bloqueio atrioventricular, bradicardia atrioventricular nó
sinoatrial, insuficiência cardíaca congestiva, fenômeno de Raynaud,
bradicardia sinusal, ritmo nodal sinusal, síncope, trombocitopenia,
hepatite, acidente vascular cerebral, visão embaçada, sensação de
queimação nos olhos, olhos ressecados, delírio, distúrbios do
sonho, inquietação, ressecamento de mucosa nasal, acidente vascular
cerebral após abrupta interrupção do tratamento com clonidina,
morte após abrupta interrupção do tratamento com clonidina.

Relatos de casos

Prolongamento do intervalo QT, hipertensão rebote, obstrução
gastrointestinal, aumento da pressão intracraniana, episódios de
apneia, abuso do fármaco, arritmias ventriculares sérias após
abruptas interrupções do tratamento com clonidina.

Sem informação detalhada

Diminuição da pressão arterial diastólica e sistólica, lúpus
eritematoso sistêmico, desordens psicóticas agudas (exacerbação de
tiques ou alucinações visuais e auditivas), depressão respiratória,
depressão respiratória, retirada da droga: o aumento agudo da
pressão arterial (crise hipertensiva) após a interrupção abrupta da
terapêutica clonidina é bem documentado, síndrome de abstinência
aguda da clonidina (dor de cabeça, tonturas, transpiração,
palpitações, ansiedade, insônia, tremores, dispneia e compressão do
peito, aumento da excreção de adrenalina e noradrenalina urinária
(catecolaminas) e aumento da atividade da renina plasmática),
eventos adversos neurológicos associados com a privação de
clonidina (cefaleia), eventos adversos psiquiátricos associados com
a privação de clonidina (ansiedade, suor, palpitações e
tremores).

Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou
farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do
medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de
atendimento.

População Especial do Clonidin

Gravidez

Categoria de Risco C.

Os estudos de reprodução em coelhos, com doses de cloridrato de
clonidina em concentrações de até a dose máxima humana recomendada,
não demonstraram evidência de potencial teratogênico ou
embriotóxico. Em ratos, contudo, doses baixas de até 1/3 da dose
máxima humana recomendada, foram associadas com reabsorções
aumentadas, em um estudo no qual as ratas foram tratadas
continuamente dois meses antes do acasalamento.

A clonidina atravessa rapidamente a placenta e suas
concentrações são similares no plasma materno e no do cordão
umbilical; as concentrações do fluído amniótico podem ser 4 vezes
àquelas encontradas no soro. Não existem estudos adequados e bem
controlados em mulheres grávidas durante o início da gestação,
quando ocorre a formação dos órgãos. Os estudos utilizando
clonidina epidural durante o parto, não têm demonstrado reações
adversas aparentes na criança no momento do parto. Contudo, esses
estudos não monitoram os efeitos hemodinâmicos na criança, nos dias
após o parto. O cloridrato de clonidina injetável deve ser usado
durante a gravidez somente se os potenciais benefícios justificarem
o potencial risco ao feto.

Parto e trabalho de parto

Não existem estudos clínicos adequadamente controlados avaliando
a segurança, eficácia e dose da clonidina em procedimentos
obstétricos. O uso de clonidina como analgésico durante o parto e
trabalho de parto não é indicado, pelo fato de a perfusão materna
da placenta ser criticamente dependente da pressão sanguínea.

Amamentação

As concentrações de clonidina no leite humano são de
aproximadamente duas vezes àquelas encontradas no plasma materno.
Deve haver muito cuidado ao se administrar clonidina a mulheres em
fase de amamentação. Deve-se tomar a decisão de descontinuar a
amamentação ou a administração de clonidina, em função do potencial
para a ocorrência de reações adversas nas crianças lactentes.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.

Uso pediátrico

A segurança e a eficácia da clonidina, nesta indicação e
população clínica é limitada.

Efeito na capacidade de dirigir veículos e operar
máquinas

Durante o tratamento com Clonidin o paciente não deve dirigir
veículos, operar máquinas ou trabalhar em serviços contínuos, pois
a sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas.

Composição do Clonidin

Cada mL contém:

Cloridrato de
clonidina
150 mcg
Veículo estéril
q.s.p.
1mL

*Equivalente a 129,482mcg de clonidina.

**Veículos:

cloreto de sódio e água para injetáveis.

Superdosagem do Clonidin

Pode haver desenvolvimento de hipertensão precoce seguida de
hipotensão, bradicardia, depressão respiratória, hipotermia,
sonolência, reflexos diminuídos ou ausentes, irritabilidade e
miose. Com doses orais excessivas foram relatadas, alterações na
condução cardíaca reversível ou arritmias, apneia, coma e
convulsões.

Inexiste antídoto específico para a superdose de clonidina. A
terapia de suporte pode incluir sulfato de atropina para a
bradicardia, fluídos intravenosos e/ou agentes vasopressores para a
hipotensão. A hipertensão associada com a superdose tem sido
tratada com furosemida intravenosa, diazóxido ou agentes
alfa-bloqueadores como a fentolamina. A naloxona pode ser um
auxiliar no tratamento da hipotensão e/ou coma induzida pela
clonidina; a pressão arterial deve ser monitorada pois a
administração de naloxona pode resultar ocasionalmente em
hipertensão paradoxal. A administração de tolazolina forneceu
resultados inconsistentes e não é recomendada como terapia de
primeira linha. A diálise não parece aumentar significativamente a
eliminação de clonidina.

A maior superdose relatada até agora envolveu um paciente branco
de 28 anos de idade, que ingeriu 100 mg de cloridrato de clonidina
em pó. Este paciente desenvolveu hipertensão seguida de hipotensão,
bradicardia, apneia, alucinações, semicoma e contrações
ventriculares prematuras. O paciente recuperou-se completamente
após tratamento intensivo.

Em casos de superdose observa-se uma baixa considerável da
pressão arterial (sem colapso) acompanhada de uma sonolência
profunda, podendo levar a um estado semicomatoso com hipotermia e
bradicardia. Este estado é revertido espontaneamente em 24 a 48
horas.

A normalização dos valores tensionais pode ser obtida
rapidamente por administração de agentes alfa-inibidores.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento,
procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do
medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você
precisar de mais orientações.

Interação Medicamentosa do Clonidin

A redução da pressão arterial induzida por clonidina pode ser
potencializada pela administração concomitante de outros
anti-hipertensivos. Isto pode ser útil no tratamento com outros
agentes antihipertensivos, tais como diuréticos, vasodilatadores,
betabloqueadores (como propranolol), antagonistas do cálcio e
inibidores da ECA (Enzima Conversora da Angiotensina), mas não com
bloqueadores alfa-1(p. ex. atenolol).

Substâncias que elevam a pressão arterial ou induzem uma
retenção de sódio e água, tais como antiinflamatórios
não-esteroidais (como ácido acetilsalicílico e diclofenaco
potássico), podem reduzir o efeito terapêutico da clonidina.

Substâncias com propriedades bloqueadoras alfa-2, tais como
fentolamina ou tolazolina, podem abolir de forma dose-dependente os
efeitos desenvolvidos pela clonidina através dos receptores
alfa-2.

A administração concomitante de substâncias com efeito
inotrópico ou cronotrópico negativo, tais como betabloqueadores ou
glicosídeos digitálicos (digoxina), podem provocar ou potencializar
distúrbios bradicárdicos.

Não pode ser excluída a possibilidade de que a administração
simultânea de um betabloqueador provoque ou potencialize doenças
vasculares periféricas.

A administração concomitante de antidepressivos tricíclicos
(como amitriptilina) ou de neurolépticos (como clorpromazina) com
propriedades alfa-bloqueadoras pode reduzir ou abolir o efeito
antihipertensivo e provocar ou agravar transtornos da regulação
ortostática.

A clonidina pode potencializar os efeitos de substâncias
depressoras centrais e do álcool.

Ação da Substância Clonidin

Resultados de eficácia

A Cloridrato de Clonidina (substância ativa) é um agente
hipotensor potente que age predominantemente através da estimulação
de receptores adrenérgicos alfa. Em pacientes hipertensos, uma dose
única de Cloridrato de Clonidina (substância ativa) produziu queda
máxima de 56 mm Hg na pressão arterial sistólica e 29 mm Hg na
diastólica, além de redução da frequência cardíaca.

Devido ao efeito anti-hipertensivo importante da Cloridrato de
Clonidina (substância ativa), doses pequenas podem ser usadas. O
estudo Clobass, multicêntrico, randomizado, duplo-cego, controlado
com placebo, avaliou 559 pacientes hipertensos com pressão arterial
diastólica entre 95 e 110 mm Hg e demonstrou que Cloridrato de
Clonidina (substância ativa) em doses baixas é um tratamento eficaz
para hipertensão essencial leve a moderada. Além disso, o efeito
antihipertensivo não foi atenuado durante a administração
prolongada. Pelo contrário, a redução da pressão arterial induzida
pela Cloridrato de Clonidina (substância ativa) aumentou do
primeiro ao quarto mês de tratamento. Nos pacientes não
respondedores à Cloridrato de Clonidina (substância ativa) como
monoterapia, a combinação com diurético tiazídico em doses baixas
produziu significativa redução adicional da pressão arterial. A
Cloridrato de Clonidina (substância ativa), como monoterapia ou em
associação a diuréticos tiazídicos, controlou cerca de 80% dos
indivíduos com elevação leve a moderada da pressão arterial.

A administração oral de Cloridrato de Clonidina (substância
ativa) demonstrou ser eficaz e segura no tratamento da hipertensão
leve a grave. Seu início de ação é rápido, em 30 a 60 minutos após
dose oral. A maioria dos pacientes responde a doses de 0,3 mg ao
longo de 2 horas.

A administração intravenosa de Cloridrato de Clonidina
(substância ativa) em pacientes hipertensos resultou em resposta
rápida seguida de redução prolongada das pressões sistólicas e
diastólicas. Em pacientes com hipertensão essencial, a redução da
pressão arterial após administração oral de Cloridrato de Clonidina
(substância ativa) foi associada com redução do débito cardíaco na
posição supina. Em contraste, na posição em pé, houve redução tanto
do débito cardíaco quanto da resistência vascular periférica. Não
houve alterações no fluxo arterial renal e na taxa de filtração
glomerular, tanto aguda quanto cronicamente.

Em 174 pacientes hospitalizados, a administração oral prolongada
resultou em melhora significativa da pressão arterial em 61% dos
casos. Em 115 pacientes ambulatoriais, melhora significativa
ocorreu em 64%. A Cloridrato de Clonidina (substância ativa) foi
adicionada ao regime terapêutico de 20 pacientes ambulatoriais,
tratados com diuréticos isoladamente, que permaneciam hipertensos e
80% destes demonstraram resposta antihipertensiva significativa,
tanto na posição supina quanto em pé. O efeito adverso mais comum
foi tontura e secura na boca.

A administração oral ou intramuscular de Cloridrato de Clonidina
(substância ativa) demonstrou ser muito eficaz em emergências
hipertensivas, com redução rápida da pressão arterial. Em estudo
com 64 pacientes assintomáticos com hipertensão arterial grave, a
Cloridrato de Clonidina (substância ativa) reduziu adequadamente a
pressão arterial e o controle da pressão foi mantido mesmo após o
tratamento emergencial.


Características farmacológicas

Farmacodinâmica

O cloridrato de Cloridrato de Clonidina (substância ativa) atua
essencialmente sobre o sistema nervoso central, reduzindo o fluxo
adrenérgico simpático e diminuindo a resistência vascular
periférica, resistência vascular renal, frequência cardíaca e
pressão arterial. O fluxo sanguíneo renal e a taxa de filtração
glomerular se mantêm praticamente inalterados. Como os reflexos
naturais posturais permanecem intactos, sintomas ortostáticos são
leves e infrequentes.

Com o tratamento prolongado, o débito cardíaco tende a voltar
para os valores normais, enquanto a resistência vascular periférica
permanece diminuída. Na maioria dos pacientes tratados com
Cloridrato de Clonidina (substância ativa), observa-se diminuição
da frequência cardíaca, contudo, o medicamento não altera a
resposta hemodinâmica normal ao exercício.

Farmacocinética

Absorção e distribuição

A farmacocinética da Cloridrato de Clonidina (substância ativa)
é dose-dependente, entre 75-300 mcg. A Cloridrato de Clonidina
(substância ativa) é bem absorvida e sofre baixo efeito de primeira
passagem hepática. A concentração plasmática máxima é atingida
dentro de 1-3 h após administração oral. A fixação às proteínas
plasmáticas é de 30-40%.

A Cloridrato de Clonidina (substância ativa) é rápida e
amplamente distribuída nos tecidos e atravessa as barreiras
hematoencefálica e placentária.

Metabolismo e eliminação

A meia-vida de eliminação final varia de 5 a 25,5 horas e pode
ser prolongada até 41 horas em pacientes com disfunção renal
grave.

Cerca de 70% da dose administrada é excretada pela urina,
principalmente na forma inalterada (40-60% da dose). O seu
metabólito principal, p-hidroxiCloridrato de Clonidina (substância
ativa), é farmacologicamente inativo.

Aproximadamente 20% do total é excretado pelas fezes.

A farmacocinética da Cloridrato de Clonidina (substância ativa)
não é influenciada por alimentos, nem pela etnia do paciente.

O efeito anti-hipertensivo é alcançado com concentrações
plasmáticas entre 0,2 e 2,0 ng/ml em pacientes com função renal
normal. O efeito hipotensivo é atenuado ou reduzido com
concentrações plasmáticas acima de 2,0 ng/mL. 

Cuidados de Armazenamento do Clonidin

Conservar o produto em temperatura ambiente, entre 15 e 30°C,
protegido da luz. O medicamento não contém conservantes.

O prazo de validade é de 24 meses a partir da data de fabricação
impressa na embalagem.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide
embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde-o em sua embalagem original.

Características do medicamento

Solução límpida, incolor, praticamente isenta de partículas.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso
ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no
aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá
utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das
crianças.

Dizeres Legais do Clonidin

MS nº 1.0298.0193

Farm. Resp.:

Dr. José Carlos Módolo
CRF-SP nº 10.446

Registrado por:

Cristália – Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda.
Rodovia Itapira-Lindóia, km 14 – Itapira / SP
CNPJ N.º 44.734.671/0001-51
Indústria Brasileira

Fabricado por:

Cristália – Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda.
Av. Nossa Senhora da Assunção, 574 – Butantã – São Paulo – SP
CNPJ nº 44.734.671/0008-28

Venda sob prescrição médica.

Uso restrito a hospitais.

Clonidin, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.