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Staphylococcus sp. coagulase negativas: uma análise aprofundada da microbiologia médica – Parte 2

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Staphylococcus – Parte 2

Olá pessoal! Sejam bem-vindos mais uma vez ao canal Ciências da Saúde. Esta é a segunda parte da aula sobre Staphylococcus. Neste vídeo, irei falar sobre outras duas espécies de Staphylococcus, mas que são coagulase-negativas.

As duas espécies de Staphylococcus que serão abordadas são o Staphylococcus epidermidis e o Staphylococcus saprophyticus. Ambas são bactérias gram-positivas, ou seja, cocos gram-positivos. Além disso, são bactérias anaeróbias facultativas e imóveis.

Staphylococcus epidermidis

O Staphylococcus epidermidis é comumente encontrado tanto na pele quanto nas mucosas de indivíduos normais. Sua predominância nessas regiões está relacionada à sua capacidade de produzir bacteriocinas. As bacteriocinas são substâncias ativas contra outras bactérias gram-positivas. Acredita-se que esta seja a razão pela qual o Staphylococcus epidermidis predomina tanto na pele e nas mucosas em comparação com outras espécies de bactérias gram-positivas. Em relação à virulência, o Staphylococcus epidermidis é muito menos virulento que o Staphylococcus aureus. Isso significa que ele possui menos fatores de virulência em comparação com o Staphylococcus aureus.

Os principais fatores de virulência do Staphylococcus epidermidis são a produção da toxina delta e a produção de duas proteínas com atividades de elastase. No entanto, o principal fator de virulência é a capacidade de formar biofilmes. O biofilme funciona como um reservatório de nutrientes e dificulta a penetração e difusão de antimicrobianos, bem como a ação das células fagocíticas do sistema imunológico. Portanto, uma vez estabelecido o biofilme, o Staphylococcus epidermidis se protege da ação de antimicrobianos e do sistema imunológico, tornando difícil o tratamento e controle de infecções causadas por essa bactéria.

É importante ressaltar que o Staphylococcus epidermidis raramente causa doenças mediadas por toxinas, ao contrário do Staphylococcus aureus. No entanto, quando o biofilme está presente, pode causar infecções em pacientes que utilizam dispositivos médicos implantados, como cateteres e próteses. A contaminação desses materiais geralmente ocorre durante o procedimento de implantação ou no ambiente hospitalar. O tratamento e controle dessas infecções são desafiadores devido à resistência antimicrobiana desenvolvida pelo Staphylococcus epidermidis, bem como à proteção oferecida pelo biofilme.

Staphylococcus saprophyticus

O Staphylococcus saprophyticus também faz parte da microbiota normal, sendo encontrado na pele e na região uretral de homens e mulheres. Este microrganismo é o agente mais comum de infecções do trato urinário em mulheres jovens sexualmente ativas. Suas principais infecções incluem uretrite, cistite, pielonefrite e bacteremia. Assim como o Staphylococcus epidermidis, o Staphylococcus saprophyticus possui a enzima urease, que contribui para a evasão da bactéria no tecido onde está colonizando.

Espero que tenham gostado dessa segunda parte sobre o Staphylococcus. Não se esqueçam de conferir o primeiro vídeo e de assistir o próximo, onde irei falar sobre os testes microbiológicos utilizados para a identificação desses microrganismos. Até breve!

Fonte: Microbiologia Médica – Staphylococcus sp. Coagulase Negativas Parte 2 por CS Ciências da Saúde