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Sintomas, exame físico e tratamento da espondilite anquilosante com Dr. Robson Sitta, fisioterapeuta

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Espondilite Anquilosante: Quadro Clínico e Avaliação Fisioterapêutica

Olá, saudações a todos! Dando continuidade ao tema espondilite anquilosante, vou falar agora um pouco para vocês sobre o quadro clínico deste paciente.

Os indivíduos com diagnóstico de espondilite anquilosante têm em comum um quadro de queixa de dor e rigidez na região do dorso, região lombar e na região do esqueleto axial, ou seja, da coluna vertebral. Eles também apresentam rigidez principalmente pela manhã ao acordar ou durante o dia após repouso em determinada postura. Quando o paciente fica sentado por um longo período em uma determinada postura e depois se levanta e começa a se movimentar, ele sente mais dor nesse momento. Porém, essa dor geralmente melhora com o movimento e com exercícios prescritos de forma adequada. O movimento de baixa carga tende a beneficiar melhor os sintomas do paciente.

Além disso, esses pacientes costumam apresentar um quadro de lombalgia, ou seja, uma dor crônica na região lombar de longa data (acima de três meses). Eles também apresentam uma limitação da expansibilidade da caixa torácica devido ao envolvimento das articulações vertebral-costais, onde as costelas se inserem na vértebra torácica, e das articulações costovertebrais, onde as costelas se inserem na região anterior do externo-costal. Essa limitação é causada pela rigidez articular e pela diminuição da mobilidade devido à ossificação dos ligamentos, o que resulta em uma restrição da mobilidade da unidade torácica do paciente.

Alguns desses pacientes também podem apresentar envolvimento de articulações periféricas, ou seja, articulações que não fazem parte do esqueleto axial em geral. Alguns pacientes podem ter sintomas nas mãos, pés, tornozelos, o que às vezes é confundido com artrite reumatoide devido a sintomas simétricos de comprometimento das articulações do esqueleto apendicular. Além disso, também podem ocorrer comprometimentos extra articulares, como o comprometimento ocular (uveítes), comprometimento pulmonar (fibrose pulmonar) e comprometimento dos rins. Problemas cardíacos, como insuficiência cardíaca congestiva, e problemas neurológicos também podem estar associados.

Os critérios de diagnóstico para a espondilite anquilosante são utilizados em pacientes com história de lombalgia com mais de três meses. A dor piora com o repouso e melhora com o movimento, o que é muito característico desta condição. Os pacientes também apresentam limitação na amplitude de movimento da coluna vertebral nos planos sagital e frontal, ou seja, limitação para flexão, extensão e inclinação lateral da coluna.

Na avaliação física realizada pelo fisioterapeuta, é importante observarmos como o paciente se apresenta e como ele se movimenta. Devemos levar em conta as condições com as quais ele chega até nós, se ele usa algum dispositivo auxiliar de marcha e a postura do paciente desde o momento em que ele entra no consultório. Além disso, é importante questionar sobre história familiar e se algum parente apresenta a doença. A queixa principal do paciente também é muito importante, assim como todos os sinais e sintomas que conseguimos mensurar como fisioterapeutas.

Lembro-me de um paciente que atendi durante o estágio, que tinha espondilite anquilosante. Ele mencionou que uma das coisas que mais sentia falta era conseguir abraçar e beijar sua esposa, devido à postura de esquiador que assumia. Ele tinha dificuldade em erguer o tronco para poder beijá-la. É algo que, no nosso dia a dia, nunca imaginamos, mas para quem passa pelo problema, as dificuldades vão se tornando cada vez mais evidentes.

Por isso, a avaliação postural minuciosa nos planos sagital, frontal e transversal é muito importante para coletar dados tridimensionais que nos permitam trabalhar futuramente com objetivos e condutas personalizadas para atender às necessidades específicas do paciente. Além disso, é necessário realizar um exame físico avaliando a mobilidade de toda a coluna vertebral, incluindo coluna cervical, torácica, lombar e sacroilíacas. Também é interessante avaliar a mobilidade das articulações periféricas, se o paciente tiver alguma queixa nessa região.

Existem critérios de diagnóstico associados ao comportamento de sinais e sintomas, além de exames laboratoriais que podem auxiliar no fechamento do diagnóstico da espondilite anquilosante, como a presença do marcador genético HLA-B27.

Espero ter elucidado um pouco mais para vocês sobre o quadro clínico desses pacientes e os critérios utilizados para seu diagnóstico, bem como a avaliação do fisioterapeuta para estabelecer os objetivos e condutas adequadas. Fiquem à vontade para deixar seus comentários e compartilhar este texto com seus colegas.

Um grande abraço e até breve!

Fonte: ESPONDILITE ANQUILOSANTE Quadro Clínico, Sintomas e Exame Físico – Fisioterapia Dr. Robson Sitta por Dr. Robson Sitta