Pular para o conteúdo

Principais sintomas da depressão pós-parto: conheça aqui

  • por
  • posts

Alerta de saúde: depressão pós-parto

É normal sentir-se feliz e cansada após dar à luz um bebê. No entanto, se esses sentimentos persistirem por meses, podem ser sinais de depressão pós-parto, um transtorno que afeta quase 30% das mães brasileiras.

A boa notícia é que existem tratamentos eficazes, mas é essencial fazer o diagnóstico rapidamente, como mostra a reportagem de Elaine Cortês.

Hoje, o riso é fácil e corre solto pela casa, às gargalhadas da mãe e da filha. Marca uma fase de cura depois de um longo tratamento.

“Maior sentimento que eu tinha na tristeza e insatisfação, né? Nada estava bom e eu tinha um serzinho que era uma responsabilidade minha de cuidar. Tinha os afazeres de casa, o marido na época. Então a gente se cobra muito”, conta Tatiana.

Raramente se levantava. “Eu achava que era um cansaço normal por conta dessa nova fase de ser mãe. Dores físicas que ela pensava serem musculares, a dor no ombro que era uma dor assim insuportável sem motivo. A gente sempre liga um esforço a mais que a gente fez, um exercício, uma sacola que carregou no supermercado, mas nunca está ligado ao psicológico, que é um jeito do psicológico também se manifestar”, explica Elaine.

Um pedido de socorro que ela escondia no banheiro. Aquele banho de cinco minutos de mãe eram cinco anos de choro.

Dois meses depois de um aborto espontâneo, ela engravidou do primeiro filho. “Realmente tinha essa confusão dos sentimentos, de querer entender do porque que eu não tava naquela explosão de felicidade que todo mundo sempre vende”.

Ela não se deu conta que os sintomas mudaram um pouco, mas a doença era reincidente. Na primeira vez ninguém desconfiou e não tinham conhecimento para poder perceber isso. “E eu fui levando. Eu fui levando até a segunda gestação”.

A maternidade não era tão colorida quanto parecia. “Você pensa, ela não me fez nada, né? Se você falar ‘não tem culpa’, porque eu sinto isso? Tristeza, medo, ansiedade, inquietação, preocupação, angústia. Sentimentos tão comuns depois que o bebê nasce que é muito difícil as mulheres perceberem que tudo isso pode estar associado à depressão pós-parto”.

A doença atinge quase 30% das brasileiras e raramente é percebida pelos parceiros ou pela família. Depressão não é frescura e pode levar a graves consequências. Depressão precisa ser tratada.

O desabafo de Tatiana é o que está calado em muitas mulheres que sequer entendem o que estão sentindo. “A cada quatro uma dia, o tratamento da depressão por não entender se os sintomas deveriam ou não ser esperados logo depois do nascimento do bebê. E às vezes até durante a gestação, existe um quadro que chama blues puerperal, tal o que a gente chama também de tristeza materna. É uma oscilação de humor que ela tem, se afasta gira e logo a mulher consegue voltar ao que era antes. Então isso tem uma duração aproximada de um mês”.

Os especialistas em saúde mental alertam que após duas semanas de sofrimento intenso e frequente, os cuidados precisam ser imediatos. Alguns sintomas para ficar mais atento: choro frequente, perda de vontade, falta de interesse, apatia, falta de emoções e falta de interesse pelo bebê.

O tratamento só funciona com medicamentos e psicoterapia. Tatiana acreditou por um momento que só o remédio bastava. “Achei que estava tudo resolvido só com a medicação. As cobranças continuam. Você tem que ser mãe perfeita e agora tem que ser a mãe perfeita duas vezes. Você tem que ser esposa perfeita. Tem que estar magra, tem que tá bonita, sem estar sorrindo. Você tem que estar bem profissionalmente. Você tem que estar pronta para o mundo”, relata Tatiana.

Ela teve uma crise pesada de ter que parar no hospital. “Era o pico da crise depressiva. A depressão de forma geral se não tratado adequadamente, ela pode levar a um quadro mais grave a elevar assim ao suicídio. Eu realmente não aguentava mais. A vontade que eu tinha era de sumir, até pensar, de repente já se eu morrer, se isso talvez passaria”.

Depois de um ano de tratamento, que parecia impossível, ficou mais fácil. “Simplesmente comer, conferir a lição de casa, entender que não dar conta de tudo é parte da rotina. Eu consigo hoje, na verdade, partilhar de bons momentos com eles. A casa tá uma bagunça? Mesmo tá. Mas essa bagunça pode esperar. Eu posso brincar com eles no parque, vou escutar risada dos meus filhos, vou dormir abraçada com eles”, diz Tatiana.

Ela consegue finalmente dizer não para os filhos sem culpa. Compartilha o diário de recordações como páginas de um caderno de prevenção. Porque depressão é doença. Infelizmente, tem cura. “Eu renasci e recomecei. Eu floresci. Eu me reencontrei. E acho que a primeira coisa que a gente tem que buscar é se reencontrar e buscar o que queria e renascer, reflorescer, recomeçar”.

Fonte: Conheça os principais sintomas da depressão pós-parto por Hoje em Dia