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Estafilococos: conheça os sintomas e tratamentos – Prof. Alexandre Funck

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Staphylococcus: Uma Discussão Microbiológica

Olá! Seja bem-vindo a discussão de mais um tema relacionado a Microbiologia. No vídeo de hoje falaremos sobre os Staphylococcus. Você sabia que espécies dessa bactéria estão cada vez mais associadas às infecções, muitas delas de difícil tratamento? É o que veremos logo após a vinheta. Vamos começar?

Os Staphylococcus correspondem a um grupo de bactérias Gram-positivas que possuem um formato arredondado, ou seja, são cocos que podem ser visualizados ao microscópio nos mais diversos arranjos, tais como: isolados, aos pares, ou no seu aspecto mais característico, na forma de cachos. A própria palavra Staphylococcus vem do termo grego staphylé que significa “cacho de uvas”. Essas bactérias são catalase-positivas, com aproximadamente de 0,5 a 1,5 micrômetro de diâmetro, imóveis, não esporuladas e geralmente não encapsuladas. Parte das espécies de Staphylococcus são anaeróbias facultativas (capazes de crescer em ambiente com ou sem oxigênio).

Descrita pela primeira vez em 1880 pelo cirurgião escocês Sir Alexander Ogston é  atualmente um dos microrganismos mais comuns nas infecções piogênicas, ou seja, aquelas capazes de formar pus.

As espécies de Staphylococcus podem ser classificadas em – atenção – dois grupos de acordo coma presença ou ausência da enzima coagulase. Assim as espécies que possuem a enzima são denominadas coagulase-positiva, sendo o Staphylococcus aureus a única espécie desse grupo. Já as espécies que não possuem a coagulase são chamadas de Staphylococcus coagulase-negativa, cujas principais espécies são: Staphylococcus epidermidis e Staphylococcus saprophyticus.

Staphylococcus aureus

O Staphylococcus aureus é uma espécie normalmente encontrada na pele e nas mucosas das pessoas, principalmente boca e nariz e que normalmente não causa doença. No entanto, quando o sistema imunológico se encontra enfraquecido, o Staphylococcus aureus pode causar infecções, que podem ser leves (como uma foliculite) ou graves (como a sepse) que pode sim colocar a vida da pessoa em risco. Agora importante! O número crescente de cepas de Staphylococcus aureus Meticilina Resistentes (MRSA), apresenta resistência a múltiplos agentes antimicrobianos, estando implicadas diretamente em graves infecções hospitalares. Uma vez que as cepas de Staphylococcus aureus MRSA são introduzidas em um hospital, torna-se difícil a sua erradicação. Daí a necessidade de estimular o uso de equipamentos de proteção individual (os chamados EPIs) na tentativa de evitar a transmissão dessas cepas a indivíduos hospitalizados (principalmenteos imunocomprometidos), a equipe e aos visitantes, diminuindo dessa maneira a ocorrência das infecções hospitalares.

Staphylococcus epidermidis

O Staphylococcus epidermidis está presente normalmente na pele sem causar qualquer tipo de infecção. No entanto, o Staphylococcus epidermidis pode ser considerado o microrganismo – atenção – oportunista, uma vez que é capaz de causar doenças quando o sistema imunológico de uma pessoa está enfraquecido ou pouco desenvolvido, como no caso dos recém-nascidos. Esta espécie de Staphylococcus tem sido relacionada com muitas infecções em ambiente hospitalar devido à sua capacidade em colonizar: dispositivos intravasculares, feridas grandes, próteses e até mesmo valvas cardíacas, podendo estar associada a endocardite e até mesmo a casos de sepse.

Staphylococcus saprophyticus

O Staphylococcus saprophyticus é considerado um Staphylococcus coagulase-negativo, sendo necessária a realização de outros exames para que se possa diferenciar as duas espécies. A “Prova da Novobiocina” é justamente o teste que permite a diferenciação dessas duas bactérias, uma vez que, enquanto o Staphylococcus saprophyticus é normalmente resistentes a esse antibiótico, o Staphylococcus epidermidis é sensível. Essa bactéria pode ser encontrada naturalmente na pele e na região genital também sem causar sintomas. No entanto, quando houver um desequilíbrio da microbiota na região genital o Staphylococcus saprophyticus pode causar infecção urinária (principalmente em mulheres).

Cultura dos Staphylococcus

Para realizar a cultura dos Staphylococcus, podemos utilizar entre outros meios o ágar sangue e o ágar sal-manitol. No ágar sangue, o Staphylococcus aureus é visualizado na forma de colônias grandes, cremosos, com borda circular, de coloração branca ou amarela, sendo em geral beta-hemolíticos. Já o Staphylococcus coagulase-negativo no ágar sangue pode apresentar-se na forma de colônias médias, opacas, de coloração branco-acinzentado, e atenção, não hemolítico. Já no ágar sal-manitol, enquanto o Staphylococcus aureus apresenta-se na forma de colônias amareladas,o Staphylococcus epidermidis formam colônias avermelhadas.

Bem pessoal e era isso o que eu gostaria de falar com vocês nessa semana. E se gostaram do vídeo, chegou a hora de pedir seu like e se possível, a sua inscrição neste canal que é “NOSSO” e que serve tão somente para propagar conhecimento científico. Vejo vocês numa próxima oportunidade. Até mais!

Fonte: STAPHYLOCOCCUS (ESTAFILOCOCOS) – PROF. ALEXANDRE FUNCK por Alexandre Funck