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Coceira na região anal: o que é e como tratar a larva migrans

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Caso Clínico: Coceira na bunda

Mais um caso que chamou a atenção dessa vez vem dos nossos atendimentos através da teleconsulta da RL Clínica. O paciente é de Campo Grande, uma cidade lá no interior do Estado do Rio Grande do Norte, e procurou a gente por um caso clínico de coceira na bunda. Um caso interessante, bem legal de se ver, mas primeiro, solta a vinheta:

Introdução

Era um menino menor de 5 anos com coceira na bunda. A mãe dele estava aqui e a coceira na bunda havia iniciado há mais ou menos 7 dias. A mãe procurou a unidade básica de saúde da região, onde foi iniciado um tratamento com xarope (Loratadina) e uma pomada tópica (Dexametasona). Porém, não houve melhora, pelo contrário, a mãe relatava na teleconsulta que o filho havia piorado o quadro, motivo pelo qual ela nos procurou na RL Clínica.

A mãe fez a anamnese e nos relatou a história patológica pregressa do menino, sem história de doenças, com o calendário vacinal habitual, sem internamentos prévios e sem nenhuma comorbidade que chamasse a atenção. O menino era perfeitamente saudável, com hábitos adequados para a idade, gostava de brincar com os amigos e tinha um cachorrinho de estimação.

Dianto do caso, avaliamos apenas pela foto e videos feitos pela genitora, observando as lesões nas nádegas da criança. Verificamos diversos sinais de escarificações de atrito, muito provavelmente causados pelas unhas da criança que coçava muito e acabavam ocasionando infecções secundárias na pele.

As hipóteses diagnósticas incluíram verminose, dermatite atópica, dermatite seborreica, psoríase inversa e liquen plano. Porém, as características das lesões levaram-nos a pensar em larva migrans.

A mãe foi solicitada a apresentar uma foto mais antiga, no momento em que as lesões iniciaram, e ela tinha a foto que mostrava a primeira lesão, uma lesão linear e elevada, sugerindo larva migrans associada à epidemiologia da criança, que gostava de brincar na rua e tinha um cachorrinho de estimação.

Prontamente, instituímos o tratamento com anti-histamínicos (tiabendazol), antibióticos e um sabonete anti-histamínico, e orientamos o acompanhamento em diferentes momentos. A evolução do tratamento foi satisfatória e a criança se recuperou completamente.

Nesse caso, mais uma vez, foi possível chegar a um diagnóstico adequado apenas com base no método clínico, sem a necessidade de muitos exames complementares.

Fonte: Coceira na bunda: larva migrans por RL Conexão Saúde