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Apendicite Aguda: Entenda os Conceitos Essenciais

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Atendendo ao Apendicite Aguda

Hoje nós vamos falar sobre atendendo ao apendicite aguda, que é simplesmente a principal causa de todos os tipos de abdome agudo. Ver comigo, tem muita coisa interessante aqui nessa aula. O aluno, o médico residente e os colegas, sejam bem vindos a mais uma aula!

Hoje nós vamos falar sobre a apendicite aguda. Essa primeira aula aqui é uma aula mais conceitual. Eu vou trazer para vocês as causas, as fases da apendicite e a parte importante da anatomia que vai mudar muito em relação à clínica do seu paciente. Podemos dividir essa aula em algumas aulas diferentes para vocês terem um conteúdo bem completo.

A primeira coisa que aprendi é lógico que é a inflamação do apêndice. Ok, isso aí todo mundo sabe, mas o que é que causa essa inflamação? Qual é o motivo da pendenga da apendicite aguda? O principal motivo é a obstrução da luz do apêndice. O apêndice, se vocês se lembram da anatomia, ele é uma vezcesinha oca em forma de verme que drena no ceco no intestino grosso, bem na transição ali do íleo com o cólon, perto da válvula íleocecal. E como ele é uma vez, ele é oco. Ele tem uma luz, a sua mucosa produz um muco que drena dentro do ceco, que ajuda na lubrificação das fezes.

Agora, quando alguma coisa obstrui essa luz, o que vai acontecer? Esse muco não vai conseguir drenar e vai estender o apêndice até levar uma isquemia, necrose, perfuração, e assim por diante. E qual é a principal causa desta obstrução? É a obstrução por algum pedacinho de fezes, o chamado fecalito ou o fecalito. Ele obstrui as fezes dentro do apêndice. Mas tem outras causas também. Tem a hiperplasia linfóide, que é a proliferação do tecido linfóide no apêndice. Ele pode também, por si só, obstruir sua luz. Mas tem outras causas mais raras, como por exemplo, uma obstrução por um corpo estranho que pode ser ingerido. Uma obstrução por um contraste, como o bário, por exemplo, aquele exame de enema opaco. Hoje em dia é pouco utilizado, mas ele pode obstruir. E também tem o tumor. Lá vai descobrir uma apendicite e um tumor maligno no apêndice. E outras causas mais raras, como obstruções por parasitas. Mas todas elas vão levar à mesma coisa: obstrução da luz.

A partir do momento que obstrui a luz do apêndice, você tem as fases da apendicite que vão acontecendo sistematicamente. Quais são as fases da apendicite? Se dividem em quatro fases. É fácil, é só você raciocinar comigo que você vai entender a fisiopatologia, inclusive. A primeira fase é a fase edematosa ou fase inflamatória. Alguns livros podem trazer também como a fase hiperêmica ou a fase catarral. Há uma certa confusão entre esses termos, entre a fase 1 e a fase 2, mas em geral eles estão colocados na primeira fase fazendo o edematoso ou fazendo o inflamatória.

Nesse momento, o indivíduo ainda tem só uma distensão da víscera e não tem aquela dor mal definida.

Vamos falar depois sobre a clínica da apendicite, mas o processo continua. Continua obstruído, o muco não drena, e ele vai estendendo cada vez mais. E então surge um processo inflamatório da mucosa em direção à serosa. E aí, nesse momento, na segunda fase, tem uma secreção, a produção de fibrina, produção de pus. Então a segunda fase é quando você tem uma secreção fibrinosa ao redor do apêndice, é a chamada fase purulenta ou fase supurativa.

Neste momento, esse pus já vai irritar o peritônio parietal e a dor já vai se localizar ali na região da fossa ilíaca direita.

Depois continua aumentando a pressão até que a pressão de perfusão arterial. Então as arteríolas do apêndice já não chegam sangue oxigenado. Se não chega o sangue oxigenado, vai acontecer o quê? Ele vai isquemiar. Então a terceira fase é a fase isquêmica ou necrótica ou gangrena. Qualquer parte do apêndice que vai sofrer primeiro é a pontinha dele, porque é mais longe da vascularização, é óbvio. Então você vai ter uma necrose do apêndice.

Então, de acordo com a posição dessa pontinha do apêndice, o apêndice é um órgão que é fixo na base do ceco, mas ponta de umbigo pode estar em qualquer local num eixo de 360 graus. Ele pode estar pra esquerda, direita, pra trás, pra cima, pra baixo, pensa de uma forma tridimensional. Mas normalmente ele está na fossa ilíaca direita, então é onde vai ter a dor mais intensa. Ah, a gente vai ver depois também onde é o ponto de McBurney.

Então, a terceira fase é a fase necrótica ou esquêmica, ou seja, necrose seguida de isquemia da ponta do apêndice, principalmente.

Depois continua com a pressão aumentada dentro de uma víscera que já está isquêmica, vai acontecer o quê? Vai perfurar. Então a quarta fase é a fase perfurativa. Mas essa perfuração acontece em peritônio livre. Tem casos de peritônio por apendicite, muito raro, muito difícil, porque esse processo é lento e gradual. O indivíduo que inunda o peritônio ele bloqueia o processo. Então você vai ter um abscesso intra-abdominal, um bloqueio no epíplon em direção à parede abdominal. Ele pode perfurar dentro desse bloqueio. A não ser em pacientes imunossuprimidos, crianças muito pequenas e pacientes gestantes, que a gente vai ver que o útero vai empurrando o apêndice para cima e ele pode não alcançar para bloquear, ele pode perfurar no peritônio livre. Então, guarde aí: quatro fases da apendicite.

Daí, para revisar, qual é a principal causa da apendicite? Obstrução da luz do apêndice, principalmente por fecalitos, aquele pedacinho de fezes que obstrui. Apendicite tem quatro fases. Fase edematosa ou inflamatória, fase purulenta ou fibrinosa, fase isquêmica ou necrótica e fase perfurativa.

Gostou da aula, pessoal? Fiquem aqui no nosso canal, se inscrevam, ativem o sininho, entrem aqui no nosso estado para compartilhar com os colegas essa aula. Ou então dividam em outras aulas também. Vamos falar sobre a clínica, sobre o exame físico, sobre as imagens, sobre o tratamento. Calma, tem muita coisa ainda pra vocês me acompanhem que vocês vão receber esses vídeos todas as semanas. Grande abraço, boa sorte e até a próxima!

Fonte: APENDICITE AGUDA – CONCEITOS por Dr Fábio Colagrossi