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Tudo sobre cálculos na vesícula: sintomas e tratamentos

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E voltamos com Medicina e Saúde e agora vamos falar sobre um problema que atinge cerca de 20 milhões de brasileiros, a famosa pedra na vesícula ou cálculo biliar. Todos nós conhecemos alguém que tenha sofrido com pedra na vesícula, que não escolhe idade nem sexo, embora acometa mais mulheres, numa proporção quatro vezes maior do que em homens, como aconteceu com a professora Carina Castro, que sofreu até ter o diagnóstico e passar pela cirurgia.

Então, aos seis anos, já eu venho sofrendo né, com dores abdominais. Essas dores se intensificaram muito do lado direito, muitas cólicas e há três meses atrás, essas dores vieram se intensificando, onde eu consegui através do médico, do especialista, que me diagnosticou com pedra na vesícula. Daí, desde então, agente começou o tratamento e foi necessário fazer uma cirurgia. E passando por essa cirurgia, foi bem tranquilo. A cirurgia foi um sucesso. Então sinto a melhoria com a cirurgia e tive alguns benefícios, que foi além de me livrar da dor que eu sentia, eu tenho hoje uma vida mais saudável, uma alimentação mais adequada, uma qualidade de vida melhor. Então a cirurgia me deu esses benefícios. Hoje eu me sinto muito bem e estou seguindo numa linha mais saudável, melhoras.

Karina, olha agora eu converso com Dr. Carlos Alberto de Carvalho, que é cirurgião do Aparelho Digestivo da gastroclínica Cascavel, e vai explicar para gente o que causa as pedras na vesícula.

Boa tarde, doutor Carlos. Olá, boa tarde, boa tarde a todos que estamos assistindo. Na realidade, esses cálculos, essas pedras na vesícula, elas podem ter formação de várias origens, mas a mais comum é pelo colesterol. Não necessariamente o colesterol alto na corrente sanguínea, como a gente está acostumado acompanhar, mas o aumento do colesterol na bile que o fígado produz. A bile é aquele líquido amarelo que o fígado produz e a vesícula então armazena esse líquido. Quando existe um aumento da quantidade de colesterol dentro dessa bile, ou um desequilíbrio dos outros componentes, normalmente esses pequenos cristais de colesterol vão se agrupando e formando as pedras. Essa causa mais comum é possível de ser prevenida?

Doutor, a verdade é que acomete quatro vezes mais mulheres do que homens. Porque?

Beija, na realidade, existem alguns fatores que influenciam a formação desses cristais de colesterol na bile. Tem uma questão genética que a gente não pode negar que é muito forte. Então a gente vê famílias que várias pessoas tiveram pedras na vesícula, justamente porque geneticamente as pessoas têm um metabolismo associado com mais colesterol, então é uma predisposição genética. Mas também existem os fatores do dia a dia, como a obesidade e a alimentação, que já é um pouco complicada no sentido de estimular esse aumento de colesterol na bile. As mulheres sim são mais vítimas desse problema, porque por uma questão hormonal e também pela questão das gestações, que afetam um pouquinho o funcionamento da vesícula. Então, tradicionalmente, as mulheres acima de 40 anos, um pouco mais obesas e que tiveram filhos, são o maior grupo de risco.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico das pedrinhas na vesícula é muito simples. A gente usa um exame que é ultrassom abdominal, a ecografia. É um exame feito simplesmente pelo paciente em jejum, não invasivo, não exige muito do paciente. É um exame rápido e consegue, na grande maioria das vezes, diagnosticar se existe a presença dessas pedrinhas na vesícula.

O tratamento é apenas cirúrgico?

Doutor, como é a recuperação?

A recuperação do paciente no passado tentou-se algumas medicações que existem até hoje em dia, a tentativa de dissolver essas pedrinhas, se elas forem de colesterol puro, e até um certo tamanho, isso realmente pode funcionar para alguns pacientes, mas é momentâneo, porque o problema tem retorno devido aos fatores já mencionados. Então, as medicações não são muito usadas para tentar dissolver essas pedrinhas e o tratamento mais indicado é mesmo a cirurgia. Quanto à recuperação da operação, ela é muito rápida. Na primeira semana, o paciente precisa de um pouquinho de repouso em casa, evitar dirigir, evitar fazer algum esforço maior. No primeiro mês, basicamente sem atividade física importante. Mas é uma recuperação muito rápida, em uma semana, dez dias, o paciente já está de volta às suas atividades profissionais.

O fato de retirar a vesícula afeta o funcionamento do fígado ou do intestino?

Doutor, quais são os sintomas principais que podem levar à suspeita desse problema?

Essas pedrinhas podem ser bem silenciosas, quase sem nenhum sintoma, ou sintomas inespecíficos como uma digestão com o estômago meio pesado, uma digestão lenta, estofamento ou sintomas típicos realmente de crises de cólicas abdominais, às vezes na região do estômago ou mesmo mais pelo lado direito, principalmente depois das refeições. Colicas fortes com náusea, com vômito, que frequentemente levam o paciente a um atendimento de urgência.

Obrigada mais uma vez por sua participação aqui no Medicina e Saúde. Tenha um bom fim de semana, doutor Carlos. Agradeço espero que tenham aproveitado a entrevista. O programa e um bom final de semana a todos. A seguir aqui no Medicina e Saúde, vamos falar sobre a campanha de prevenção do suicídio: Setembro Amarelo.

Fonte: Pedra na vesícula – Sintomas e Tratamento por Medicina & Saúde