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Displasia de quadril: Causas, sintomas e tratamento


Você conhece alguém que teve problema no quadril? O nascimento? Já ouviu falar de displasia de quadril? Nesse vídeo, vou explicar o que é displasia de quadril, quais são os grupos de risco em que os pais devem ficar mais atentos, como se faz o diagnóstico, um pouco do tratamento e muito mais.
A primeira informação que você deve saber é o que é displasia do desenvolvimento do quadril, ou simplesmente displasia de quadril. Antes de explicar sobre o problema, eu preciso falar um pouco de como é a anatomia e o desenvolvimento da articulação do quadril.
O quadril é a articulação do osso da coxa, chamado de fêmur, com a bacia. Propriamente dita, para ser mais preciso, essa articulação é formada pela cabeça do fêmur e por uma parte da bacia que chamamos de acetábulo. Essas duas estruturas encaixam-se perfeitamente, sendo a cabeça do fêmur de uma forma esférica em formato de bola e a região etabular em forma de taça. É esse formato da articulação dos ossos que possibilita você mexer a perna para frente, para trás, por um lado para o outro, fazer um movimento circular.
Para o desenvolvimento perfeito dessas estruturas, precisamos que ambos os ossos sejam encaixados de forma correta. Qualquer detalhamento desses ossos pode levar a uma formação inadequada. Então imagine que minha mão direita seja a cabeça do fêmur e a mão esquerda as etapas. Se o filme está na posição correta e do acetábulo, irá desenvolver normalmente e, ao final desse processo, a criança terá uma articulação normal. Por outro lado, se a cabeça do fêmur do bebê não está na posição certa (mais para cima, por exemplo), a sertabu não irá se desenvolver adequadamente, e ao final disso, a articulação que era para ser uma articulação fechada envolvendo toda a cabeça do fêmur, estará mal formada, ficando com o teto acetabular inclinado – chamamos de displásicos.
A definição médica de displasia de quadril é uma alteração na formação da articulação do quadril que gera perda parcial ou completa da congruência entre a cabeça do fêmur e o acetábulo. E o que isso pode causar para a criança? Quando estando mal formado, possibilita o fêmur ficar parcialmente ou totalmente fora da articulação. Muitas vezes, mais para cima. Se o fêmur fica mais próximo a perna toda fica mais para cima. E o resultado final é que uma criança terá uma perna mais curta que a outra. Esse termo, estando fora da posição ideal, pode também gerar limitação de algum movimento da perna e desgaste precoce dessa articulação, podendo evoluir até para artrose. Além de importante limitação física e funcional durante o crescimento.
Então, quando você, pai ou mãe, deve estar atento a esse problema? Na fase inicial, logo após o nascimento, os sintomas são muito pouco evidentes. É exatamente por isso que os pais devem ficar atentos. Especialmente se estiverem presentes os seguintes fatores de risco. Eu vou destacar cinco deles:
1. Durante a fase final da gravidez, o bebê pode permanecer na posição sentado e o que chamamos de apresentação pélvica
2. Segundo a história familiar, se você tem algum familiar que teve displasia, a sua chance de ter um bebê com displasia é 12 vezes maior.
3. Se o primeiro filho teve ou tem displasia, a chance do segundo filho é 17 vezes maior, ou terceiro.
4. O sexo do bebê, displasia de quadril é quatro a cinco vezes maior em pacientes do sexo feminino.
5. Está ligado a gestação, é muito mais comum na primeira gestação da mulher. 6 em 10 casos acontecem na primeira gestação. É mais comum também se a gestação for de gêmeos e se a mulher tiver pouco líquido no útero durante a gravidez, o que chamamos de oligodramnia.
O quinto fator são os problemas do bebê. Se seu filho nasceu com torcicolo congênito, um metatarso aductus, você deve ficar atento. Porque esses problemas podem estar associados a displasia de quadril.
No Brasil, usamos o que chamamos de rastreamento seletivo para essa doença. Ou seja, na maternidade, todas as crianças são submetidas a dois testes clínicos que chamamos de teste de Ortolani e Barlow. São testes de instabilidades provocativos, em que avaliamos a instabilidade do quadril. O médico movimenta a perna do bebê em diferentes posições, geralmente em rotação externa e abdução, e dessa forma, conseguimos avaliar a congruência da articulação do quadril. Caso seja escutado um estalo na região do quadril, esse teste é considerado positivo. E nesse caso, deve ser encaminhado para uma avaliação mais criteriosa com exames complementares. Na presença dos fatores de risco que eu falei, especialmente apresentação pélvica, história familiar e parto gemelar é aconselhável encaminhar para um exame complementar, mesmo se o teste clínico for negativo.
O diagnóstico é feito por ultrassom de quadril, normalmente indicado a partir das primeiras semanas de vida do bebê. Nos pacientes mais velhos, após quatro meses, o raio-x da bacia também auxilia no diagnóstico.
Feito o diagnóstico, e agora? O que fazer? Como é o tratamento realizado? Devemos iniciar o tratamento o quanto antes. O tratamento é baseado no restabelecimento da posição correta da cabeça do fêmur no acetábulo, ou seja, a congruência da articulação do quadril. Estando na posição correta, isso propicia o desenvolvimento adequado dessa articulação. Como se faz isso?
Até seis meses, o tratamento inicial é o uso de um aparelho que chamamos de suspensório de Pavlik. Este aparelho mantém a perna do bebê aberta e dobrada, estabilizando a articulação no lugar. O suspensório deve ser usado por aproximadamente 6 a 12 semanas e apresenta mais de 90% de bons resultados.
Agora, se o diagnóstico for feito após os seis meses de idade ou em caso de falha no tratamento inicial, tratamentos mais invasivos podem ser indicados. Que vão desde o gesso do quadril até o pé ou mesmo cirurgias. Por isso, o diagnóstico precoce é tão importante.
Entendido isso, tem mais um aspecto que eu queria chamar sua atenção. A displasia do quadril é um problema mais comum do que as pessoas imaginam. Estima-se que um em cada mil bebês que nascem têm esse problema. Como eu falei, o diagnóstico precoce ajuda muito no tratamento e evita complicações sérias ao longo da vida. Por isso, fique atento aos fatores de risco e sinais que eu falei.
Se você suspeita de displasia de quadril, você deve procurar um médico quanto antes. No caso, o médico mais indicado é o ortopedista, e de preferência, o ortopedista infantil. Esse é o objetivo do canal doutor ajuda. De informar você. Estando bem informado, ajuda seu médico chegar no melhor diagnóstico e tratamento.
Você sabia? O uso de chamados charutinhos. Hoje, alguns tipos de cangurus não apropriados podem aumentar o risco de desenvolvimento de próteses de quadril em algumas crianças. Por isso, sempre consulte seu médico sobre os modelos mais apropriados.
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Fonte: DISPLASIA DE QUADRIL: O que é? Quais as causas e sintomas? por DOUTOR AJUDA