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Principais patologias das vias biliares: Colecistite, Colelitíase, Colédocolítiase e Colangite

Principais Patologias das Vias Biliares

Olá pessoal, tudo bem? Eu sou Elton Barros e esse é o canal Medicina e 10 minutos. Hoje vamos falar para vocês sobre as principais patologias que acometem as vias biliares: colelitíase, colecistite, colédocolitíase e colangite. Também falaremos sobre alguns tumores e os principais exames de imagem utilizados para o diagnóstico dessas patologias. Não se esqueça de se inscrever, curtir e compartilhar nossos vídeos.

As patologias que acometem as vias biliares são a colelitíase, a colecistite, a colédocolitíase e a colangite. Primeiro, falaremos sobre como são formados os cálculos biliares, que na maioria das vezes são os responsáveis pelo aparecimento dessas patologias. Esses cálculos são formados por um desequilíbrio de algum dos componentes do suco biliar, principalmente o colesterol e a bilirrubina. Alguns fatores de risco, como sexo feminino, obesidade, multiparidade, genética, idade acima de 40 anos e anemia hemolítica em crianças, contribuem de maneira significativa na formação desses cálculos. Os cálculos formados a partir do colesterol, conhecidos como cálculos claros, representam a maior incidência quando falamos de patologias que acometem as vias biliares, seguido pelos cálculos pigmentados, que são formados em sua maior parte por bilirrubina, também conhecidos como cálculos pretos. Ainda dentro dos pigmentados, existem também os cálculos marrons, mais ligados a quadros de infecção, podendo aparecer na própria via biliar. A colelitíase é caracterizada pela presença desses cálculos dentro da vesícula biliar. Geralmente, os cálculos de colesterol, cerca de noventa por cento dos pacientes, não apresentam sintomatologia e quando apresentam os sintomas, são dor no hipocôndrio direito do tipo cólica e quadro de náusea.

O diagnóstico por imagem nos quadros de colelitíase é realizado através de ultrassonografia abdominal, onde um dos achados característicos desse exame é a sombra acústica posterior.

A colecistite é a informação da vesícula biliar. Esse processo inflamatório é causado na maioria das vezes pelos grandes cálculos biliares que impactam o ducto cístico ou o infundíbulo de Hartmann, chamado de colecistite aguda litiásica. Esse processo desencadeia uma série de eventos na parede da vesícula biliar, que se torna distendida, túrgida, podendo inclusive levar à necrose, aumentando o risco de perfuração do órgão. A sintomatologia da colecistite é muito mais grave do que nos quadros de colelitíase, podendo apresentar dor intensa no hipocôndrio direito, em forma de cólica, febre e sinal de Murphy positivo.

O diagnóstico por imagem, geralmente é feito através de ultrassonografia abdominal, onde além dos cálculos, é possível notar as alterações, como espessamento da parede da vesícula, geralmente acima de 4 mm, líquido inflamatório perivascular e nos quadros mais graves, abscesso hepático por rompimento dessa parede.

A colédocolitíase é definida como a presença de cálculo no conduto colédoco. Na grande maioria das vezes, a obstrução é causada por pequenos cálculos provenientes da vesícula biliar. A obstrução nesse nível traduz a três importantes sinais dessa patologia. Primeiro, a icterícia colestática, causada pela estagnação da bile nas vias biliares, levando os pacientes a uma coloração amarelada de pele e mucosas, devido aos quadros de hiperbilirrubinemia, ou seja, o aumento da concentração de bilirrubina plasmática. Outro achado é acolia fecal, fezes claras e com aspecto de massa de vidro, explicado pela retenção da bilirrubina direta dentro dos dutos, o que impede a coloração das fezes. E também a colédocolitíase apresenta quadros de colúria, urina escura com a cor de coca-cola, explicado pela hidrossolubilidade da bilirrubina direta e por não conseguir ser transportada até o duodeno para ser eliminada, pela obstrução do ducto colédoco, sendo secretada diretamente na corrente sanguínea. Dessa forma, parte dela será filtrada pelos rins e eliminada na urina, resultando em uma urina escura. Além desses três sinais, a colédocolitíase apresenta dor no hipocôndrio direito, que ajuda no raciocínio clínico nos quadros obstrutivos das vias biliares, como é o caso da colédocolitíase.

O diagnóstico de imagem na colédocolitíase pode ser realizado através de três exames diferentes. Primeiro, através de ultrassonografia abdominal, exame que na maioria das vezes é ineficaz por não mostrar o ponto de obstrução do ducto. A colangiorressonância magnética se torna então uma opção, onde é possível notar nitidamente a dilatação do colédoco, os cálculos e onde está obstruído o duto. O exame mais indicado é a ultrassonografia endoscópica ou eco endoscopia, que é o exame com maior sensibilidade nos diagnósticos de colédocolitíase. A câmera endoscópica é introduzida pela cavidade oral, seguindo até o duodeno, usando frequências, usualmente, superiores àquelas empregadas pela ecografia convencional. Assim, observam-se a parede do duodeno, intestinal, e também as estruturas vasculares, linfáticas e órgãos relacionados às diferentes porções digestivas, como os ductos biliares.

Quando é realizado o diagnóstico de colédocolitíase, a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) é o exame endoscópico que tem por objetivo detectar e tratar as doenças que acometem os ductos biliares e pancreáticos, como por exemplo, drenagem de ductos biliares, retirada de cálculos biliares, dilatação de estenoses. É o método de tratamento mais eficaz para desobstruir o ducto colédoco. Na cirurgia, aberta ou colédocotomia aberta, será opção nos locais onde não se dispõe de CPRE.

Há outras causas que também podem obstruir as vias biliares, como os tumores de cabeça de pâncreas, os tumores da papila, os tumores próprios do ducto colédoco e os tumores de duodeno, conhecido como tumores periampulares, além das estenoses e de doenças autoimunes, como a colangite esclerosante primária.

Obrigado e até o próximo vídeo!

Fonte: Vias Biliares: Principais Patologias (Colecistite ,Colelitíase, Colédocolítiase, Colangite) por MEDICINA EM 10 MINUTOS