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Tuberculose versus Tumor de Pulmão: Entenda as diferenças

Queixas Respiratórias na Era do Coronavírus

Uma queixa muito comum atualmente é a presença de tosse crônica e dispneia, principalmente no cenário da pandemia de coronavírus. Diante disso, muitos pacientes acabam recebendo solicitação para a realização de tomografia de tórax contrastada. Nesse caso, é importante entender como interpretar o exame para obter um diagnóstico preciso.

Análise do Exame de Tomografia de Tórax Contrastada

Logo de início, podemos perceber que o exame apresenta alterações significativas. Nota-se aumento da densidade no lobo direito, principalmente na região inferior. Há uma área de consolidação franca com base na oblíqua associada a um pequeno derrame pleural.

O primeiro passo é analisar a densidade para determinar se é atelectasia ou uma infecção por um tumor. No caso, a densidade alcança mais de 90 Hounsfield, o que sugere atelectasia. Além disso, há presença de uma massa de partes moles no lobo inferior com ampla base na fissura.

Com isso, surgem duas possibilidades: neoplasia ou quadro infeccioso. No entanto, como o paciente não tem febre, a neoplasia se torna a principal suspeita.

Porém, é preciso examinar outras áreas em busca de mais informações. Não é possível identificar um plano de clivagem com a lesão e há outra área com aspecto semelhante que se estende até a região do rio. Nesse caso, é possível dar uma reconstruída para tentar detectar a atelectasia.

Com isso, é possível observar que a lesão está se estendendo para o aspecto mais central do lóbulo inferior. Além disso, há filtragem do tecido que está infiltrando o interstício peribroncovascular e broncas. Há tecido conjuntivo estressado e os septos interlobulares estão espessados, sugerindo doença linfática.

Surgem alterações linfonodais do lado direito, bem como linfonodomegalias nas fossas supraclaviculares. Esses achados indicam disseminação linfática e reduzem ainda mais a probabilidade de infecção, aumentando a suspeita de neoplasia de pulmão.

Possíveis Diagnósticos

Os diagnósticos mais prováveis são infecção que cursa com inseminação peribroncovascular, algumas patologias com disseminação pelo interstício peribroncovascular, neoplasia de pulmão com disseminação linfática e quadro infeccioso com disseminação bacteriana.

Portanto, é importante examinar todo o exame em busca de pistas e utilizar as estratégias de algoritmo UNIP. Caso haja múltiplos nódulos pulmonares bilaterais, com histórico de tosse crônica e dispneia, a suspeita de neoplasia de pulmão é ainda mais forte.

Fonte: TUBERCULOSE OU TUMOR DE PULMÃO? por Radioposts