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Milhem Cortaz: Minha luta contra as drogas desde jovem – Entrevista Embrulha Sem Roteiro


O jogo aos 13 anos foi uma grande mudança em minha vida. Eu era muito criativa e acabei tendo contato com as drogas, principalmente com a cocaína, de maneira muito compulsiva. Isso quase destruiu minha vida, pois fiquei viciada dos 13 aos 15 anos, o que assustou toda minha família. Antes de me internarem para tratamento, participei de um encontro de jovens na Mooca, onde fiz um teatrinho de sábado e o Rômulo Chagas me convidou para fazer uma peça.
Não gostei muito da experiência, mas acabei indo para a Itália morar com minha tia por dois meses, que se tornaram cinco anos. Lá, vi uma escola de teatro chamada Piccolo teatro de Milano e comecei a fazer aulas, conhecendo muitas pessoas interessantes. Um ano depois, fui convidada para fazer uma audição para o papel do Capitão na commedia dell’arte do Piccolo di Milano. Fiquei subsidiada por três anos e foi uma das melhores experiências da minha vida.
O espetáculo era improvisado e eu tive que aprender muitas técnicas de improviso. O Capitão era uma personagem da commedia dell’arte que tinha medo de tudo e falava coisas estranhas. Fiquei três anos trabalhando nesse papel e foi incrível. Cheguei a viajar pelo mundo e ver muitas coisas interessantes.
Mas o ponto de virada na minha vida foi quando passei pela imigração na Itália. Eu tinha cheirado cinco grandes porções de cocaína antes de pegar o avião e cheguei na Itália louca. Mas depois desse episódio, consegui organizar minha vida e minha loucura de maneira positiva, canalizando tudo para o palco e para o teatro. E é isso que a arte faz: nos dá liberdade para enlouquecermos no palco de maneira organizada.
Fonte: “COMECEI MUITO CEDO NAS DROGAS” – MILHEM CORTAZ | EMBRULHA SEM ROTEIRO por Cortes Embrulha sem Roteiro