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Experiência de contato físico com pessoa autista | Relato #2 sobre autismo e autism.

Olá pessoal! No meu último vídeo, vocês puderam ver que eu tive um momento muito fofo com um jovem. Muitas pessoas questionaram como seria meu toque, por ser uma pessoa autista, então eu vim falar sobre contato físico entre pessoas autistas.

Primeiro é bom salientar que nenhum objeto é igual. No meu caso, eu aceito contato físico sim, mas tem que ser uma coisa específica. Eu aceito troca em cima de preferência quando eu dou, por exemplo, perguntar o Diogo se ele queria carinho. Nesse momento, eu gosto dele. Mas quando ele fica me acariciando, já não gosto. Eu peço para ele parar. Quando é um toque leve, me avisar tocar na minha mão, por exemplo, vocês viram no vídeo que eu toquei na mão dele e segurei ou então só deixei em cima tá tudo bem, mas quando a pessoa me acaricia, a sensação que tenho é muito ruim. É como se ela estivesse violando o meu corpo de alguma forma, como se estivesse fazendo uma coisa ruim comigo. Eu não gosto e depois que a pessoa tira a mão, ainda fica a sensação como se a mão dela estivesse lá. É diferente é meu tipo de razão.

Condo, por exemplo, sabe esses dois furos que eu tenho no braço e os dois piercings? Eu furei sozinha. O Diogo sente muita dor embaixo. Eu decidi não existir dois, não sentir. Desculpa a gente, esse vídeo ficar bem cortado, que eu não consigo criar uma linha de raciocínio. Fica falando várias coisas e precisa organizar.

Eu abraço pessoa assim, mas eu me sinto muito mais confortável se eu tivesse a iniciativa quando decidi abraçar alguém ou alguma coisa. Quando as pessoas me abraçam, não gosto. Algumas pessoas até aceito, principalmente pessoas mais velhas. Eu fico quieta assim, deixa elas me abraçarem, mas eu não gosto. As pessoas até me chamavam de fresca na escola na igreja, quando era mais nova, que era costume fazer a oração de mãos dadas. Que eu apertar a mão, mas sempre depois, eu ia direto lavar a mão e passar o que gela e regular um pouco, porque é ruim. Eu pude até mascarar um pouco mais quando era mais nova, mas era claro a minha insatisfação, porque eu nunca gostei disso. Eu vou gostar.

Uma pessoa comentou no meu canal do YouTube algo como: “Isso é muito ruim da sua parte, porque a minha linguagem de amor é toque. Então, eu quero sempre tocar na pessoa, mostrar que eu gosto dela.” E o que eu queria dizer para quem também tem esse tipo de linguagem é: “Ok. Você pode ter, mas você não deve tocar em outra pessoa sem a permissão dela. Mesmo que para vocês seja uma coisa boa, para a pessoa pode não ser. Mais que uma pessoa ao meu lado querendo demonstrar o amor dela, só que, para mim, eu não gosto. De mesma forma vamos em tive o lado, eu vou me sentir, vamos sentir abusada. Não quero, sabe?”

Então, você nunca deve tocar uma pessoa que você não conhece. Principalmente uma pessoa autista. Nunca abrace alguém assim, se você não conhece. Você não sabe se tem permissão para isso, porque não é legal, não é agradável.

E aí gente, se vocês gostaram, favor contanem sigo e tchau.

Fonte: Contato físico com uma pessoa autista | Relato 2 #autismo #autism por Raquel Neryof