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Ucibeta

  • Tratamento da Síndrome de Ménière caracterizada pela tríade de
    sintomas vertigem (com náuseas e vômito), perda de audição e
    zumbido;
  • Tratamento sintomático da tontura de origem vestibular.

Contraindicação do Ucibeta

O dicloridrato de betaistina é contraindicando para uso por
pacientes com hipersensibilidade conhecida à substância ativa ou a
qualquer um dos excipientes, e com feocromocitoma.

Como usar o Ucibeta

As doses recomendadas de dicloridrato de betaistina para adultos
variam de 24-48 mg por dia, divididos em duas ou três tomadas de
comprimidos por via oral.

Dicloridrato de betaistina 16 mg

Metade ou um comprimido três vezes por dia.

Dicloridrato de betaistina 24 mg

Um comprimido duas vezes ao dia.

A dosagem deve ser individualmente adaptada de acordo com a
resposta terapêutica. A melhora, algumas vezes, só pode ser
observada após algumas semanas de tratamento. Em alguns casos os
melhores resultados são obtidos após alguns meses.

Existem evidências de que o tratamento realizado desde o início
da doença previne a sua progressão e/ou a perda de audição em fases
avançadas da doença.

Posologia para populações especiais

Idosos

Embora existam dados limitados de estudos clínicos com esse
grupo de pacientes, a extensa experiência pós-comercialização
sugere que o ajuste de dose não é necessário para idosos.

Crianças

O dicloridrato de betaistina não é recomendado para menores de
18 anos devido às informações sobre segurança e eficácia serem
insuficientes.

Insuficiência renal e hepática

Não existem estudos clínicos disponíveis específicos com esse
grupo de pacientes, porém de acordo com experiência
pós-comercialização o ajuste de dose parece não ser necessário.

Conduta em casos de dosagem omitida

Caso o paciente se esqueça de tomar o medicamento no horário
estabelecido, oriente-o a ignorar a dose esquecida e tomar a
próxima dose no horário indicado, continuando normalmente o esquema
de dose recomendado.

O paciente não deve tomar uma dose dupla para suprir a dose
esquecida.

Precauções do Ucibeta

Pacientes com asma brônquica e com história de úlcera péptica
precisam ser cuidadosamente monitorados durante a terapia.

Gravidez

Não há dados adequados sobre o uso da betaistina em mulheres
grávidas.

Estudos com animais são insuficientes com respeito aos efeitos
na gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parto e
desenvolvimento pós-natal. O risco potencial para humanos é
desconhecido. Betaistina não deve ser usada durante a gravidez, a
não ser que seja claramente necessário.

O dicloridrato de betaistina está enquadrado na
categoria de risco B.

Lactação

Não está estabelecido se a betaistina é excretada no leite
humano. Não há estudos em animais sobre a excreção de betaistina no
leite. Antes de iniciar o tratamento com betaistina, recomenda-se
avaliar os possíveis benefícios do tratamento com betaistina em
mulheres amamentando e os possíveis riscos à criança.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas sem orientação médica.

Efeitos na habilidade de dirigir ou operar
máquinas

Betaistina é indicada para Doença de Meniere e vertigem. Ambas
as doenças podem afetar negativamente a habilidade de dirigir e
operar máquinas. Em estudos clínicos desenhados especificamente
para investigar a habilidade de dirigir e operar máquinas a
betaistina mostrou não ter efeito ou ter efeito insignificante
nesta habilidade.

Reações Adversas do Ucibeta

As seguintes reações adversas foram verificadas, com as
frequências abaixo indicadas, em estudos clínicos
placebo-controlados em pacientes tratados com betaistina:

  • Muito comuns (≥1/10);
  • Comuns (≥1/100 a lt; 1/10);
  • Incomuns (≥1/1.000 a lt; 1/100);
  • Raras (≥ 1/10.000 a lt; 1/1.000);
  • Muito raras (lt; 1/10.000).

Reações comuns (≥1/100 a lt; 1/10)

Distúrbios gastrintestinais:

Náusea e dispepsia.

Distúrbios do Sistema Nervoso:

Dor de cabeça.

Adicionalmente a essas reações adversas relatadas durante os
estudos clínicos, as seguintes reações adversas têm sido relatadas
espontaneamente durante uso pós-comercialização e em literatura
científica.

A frequência não pode ser estimada através dos dados disponíveis
e, portanto é classificada como “não conhecida”.

Distúrbios do Sistema Imunológico:

Reações de hipersensibilidade (por exemplo, anafilaxia).

Distúrbios gastrintestinais:

Queixas gástricas leves (por exemplo, vômito, dor
gastrintestinal, distensão abdominal e inchaço). Estes efeitos
podem ser normalmente contornados administrando-se a dose durante
as refeições ou reduzindo a dose.

Distúrbios da pele ou tecido subcutâneo:

Reações de hipersensibilidade cutânea e subcutânea, em
particular, edema angioneurótico, urticária, rash e prurido.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de
Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou para a
Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Interação Medicamentosa do Ucibeta

Não há dados de interação medicamentosa em estudos “in
vivo
”. Baseados em dados de estudos “in vitro”a
inibição das enzimas do citocromo P450 “in vivo”, não é
esperada.

Dados “in vitro” indicam a inibição do metabolismo da
betaistina por drogas que inibem monoamina-oxidase (MAO), incluindo
MAO subtipo B (por exemplo, a selegilina). Recomenda-se precaução
quando usar a betaistina e inibidores da MAO (incluindo MAO-B
seletiva) concomitantemente.

Como a betaistina é um análogo da histamina, a interação da
betaistina com anti-histamínicos podem, em teoria, afetar a
eficácia de um desses medicamentos.

Interação Alimentícia do Ucibeta

Não há relatos até o momento.

Ação da Substância Ucibeta

Resultados da eficácia

Estudo duplo-cego, controlado com placebo, no modelo
“crossover”, foi conduzido em 18 clínicas de otorrinolaringologia
com 82 pacientes que apresentavam vertigem de várias origens.

No primeiro período de tratamento, os pacientes receberam
betaistina (48 mg/dia) ou placebo por cinco semanas. No segundo
período de tratamento, houve inversão da medicação que cada grupo
receberia nas cinco semanas seguintes.

Durante o primeiro período de tratamento, o grupo que recebeu
betaistina demonstrou uma melhora estatisticamente
significativa na frequência das crises quando comparada com o grupo
placebo.

Quando os pacientes deste grupo inverteram a medicação com o
grupo placebo, houve um pequeno aumento na frequência de
crises.

Entretanto, quando os pacientes que começaram no grupo placebo e
passaram a receber betaistina, uma melhora ainda melhor ocorreu. O
dicloridrato de betaistina apresentou resultados significativamente
melhores que o placebo na redução da severidade das crises.

Em estudo multicêntrico, controlado com placebo, 144 pacientes
recrutados em 11 centros e que apresentavam vertigem recorrente
decorrente de Doença de Ménière ou vertigem paroxística posicional,
receberam 16 mg de dicloridrato de betaistina, 3 vezes ao dia ou
placebo por 3 meses.

O número mensal de crises de vertigem em pacientes com Doença de
Ménière foi significativamente reduzido pelo dicloridrato de
betaistina (de 6,70 crises para 2,06 crises depois de 3 meses),
quando comparado com o placebo desde o primeiro mês e durante o
estudo (plt; 0,05).

As escalas de auto-preenchimento para mensuração da intensidade
das crises, duração e sintomas associados à vertigem (tinnitus,
plenitude aural, náusea, vômito) mostraram uma melhora
significativamente maior no grupo tratado com dicloridrato de
betaistina, quando comparado ao grupo tratado com placebo (plt;
0,001 – plt; 0,02).

Não foram observados efeitos adversos após administração por
três meses de doses orais de até e acima de 250 mg/kg de
dicloridrato de betaistina em cachorros e ratos,
respectivamente.

Efeitos colaterais sobre Sistema Nervoso foram verificados em
cachorros e babuínos após administração intravenosa de doses de e
acima de 120 mg/kg.

Observou-se emese após doses orais e intravenosas de de 300
mg/kg e 120 mg/kg, respectivamente, em cachorros e esporadicamente
em babuínos.

Betaistina demonstrou não ter efeitos mutagênicos.


Características Farmacológicas

Farmacodinâmica

O mecanismo de ação exato da betaistina encontra-se parcialmente
esclarecido. Existem várias hipóteses plausíveis suportadas por
dados de estudos em animais e humanos:

Betaistina afeta o sistema histaminérgico

Betaistina apresenta uma ação agonista parcial sobre os
receptores histamínicos H1 e antagonista sobre os
receptores H3 em tecido neuronal, e tem atividade
negligenciável sobre os receptores H2. A betaistina
aumenta o turnover e liberação de histamina através do bloqueio de
receptores pré-sinápticos H3 e indução da regulação do
receptor H3.

Betaistina pode aumentar o fluxo sanguíneo tanto para a
região coclear como para todo o cérebro

Testes farmacológicos realizados em animais demonstram que
dicloridrato de betaistina melhora a circulação sanguínea do ouvido
interno, provavelmente por ação relaxante nos esfíncteres
pré-capilares da microcirculação do ouvido interno. Betaistina
também demonstrou aumentar o fluxo sanguíneo cerebral em
humanos.

Betaistina facilita a compensação
vestibular

A betaistina acelera a recuperação do vestíbulo após neurectomia
em animais, promovendo e facilitando a compensação vestibular. Este
efeito, caracterizado por uma regulação no turnover e liberação de
histamina, é mediado por antagonismo dos receptores H3.
Em humanos, o tempo de recuperação depois de uma neurectomia
vestibular foi reduzido quando tratados com betaistina.

Betaistina altera a ativação neuronal no núcleo
vestibular

Determinou-se, também, que a betaistina apresenta um efeito
inibitório dose-dependente na geração do pico neural nos núcleos
vestibulares lateral e médio.

As propriedades farmacodinâmicas demonstradas em animais podem
contribuir com o benefício terapêutico da betaistina no sistema
vestibular.

A eficácia da betaistina foi demonstrada em estudos com
pacientes com vertigem vestibular e com a Síndrome de Ménière pela
melhora da severidade e da frequência dos ataques de vertigem.

Farmacocinética

Absorção

Oralmente administrado betaistina é prontamente e quase
completamente absorvido por todas as partes do trato
gastrointestinal. Após absorção, a betaistina é rapidamente e quase
totalmente metabolizada em ácido 2-piridilacético (2-PAA).

Os níveis plasmáticos de betaistina são muito baixos. Todas as
análises farmacocinéticas são, portanto, baseadas em medidas de
2-PAA no plasma e urina.

A concentração máxima (Cmax) de betaistina após a
ingestão de alimentos é menor do que a observada quando em jejum.
Entretanto, a absorção total de betaistina é semelhante nas duas
condições, indicando que a ingestão de alimentos somente retarda
sua absorção.

Distribuição

A porcentagem da betaistina que é ligada à proteína plasmática
sanguínea é menor que 5%.

Biotransformação

Depois de absorvida, a betaistina é rapidamente e quase
totalmente metabolizada em 2-PAA (que não apresenta atividade
farmacológica). Depois da administração oral de betaistina a
concentração plasmática máxima (e urinária) de 2-PAA é observada
após uma hora da administração e declina com meia vida de
eliminação de aproximadamente 3,5 horas.

Excreção

2-PAA é rapidamente eliminado na urina. A dose de betaistina
varia de 8 mg a 48 mg e cerca de 85% da dose original é encontrada
na urina. A excreção renal ou fecal de betaistina é mínima.

Linearidade

A taxa de recuperação é constante, ao longo da dose oral de 8-48
mg, indicando que a farmacocinética da betaistina é linear e
sugerindo que as vias metabólicas envolvidas não são saturadas.

Dados de segurança pré-clínicos

Toxicidade Crônica

Reações adversas no sistema nervoso foram observadas em
cachorros e babuínos depois de doses intravenosas de
aproximadamente 120 mg/Kg.

Estudos sobre toxicidade oral crônica de dicloridrato de
betaistina foram realizados em ratos por um período de 18 meses e
em cachorros por 6 meses.

Doses de 500 mg/Kg em ratos e 25 mg/Kg em cachorros foram
toleradas sem causar alterações nos parâmetros clínicos
hematológicos e químicos.

Não existem achados histológicos relatados sobre o tratamento
com essas dosagens. Depois de aumentar a dose para 300 mg/Kg os
cachorros vomitaram.

Em um estudo de investigação com betaistina e ratos durante 6
meses com 39 mg/Kg hiperemia em alguns tecidos foram reportados na
literatura. Os dados apresentados na publicação são limitados.
Portanto, o impacto desses achados nesse estudo não é claro.

Potencial mutagênico e carcinogênico

Betaistina não tem potencial mutagênico.

Estudos especiais de carcinogenicidade não foram realizados com
dicloridrato de betaistina. Entretanto, em estudos de toxicidade
crônica de 18 meses em ratos não houve indicação de tumor,
neoplasias ou hiperplasias nos exames histopatológicos.

Portanto, dicloridrato de betaistina até a dose de 500 mg/Kg não
demonstrou nenhuma evidência de potencial carcinogênico neste
estudo limitado de 18 meses.

Toxicidade na reprodução

Dados limitados são disponíveis para betaistina na reprodução.
Em um estudo de uma geração em ratos, a dose oral de 250 mg/Kg/dia
de betaistina não causou efeito adverso na fertilidade de machos e
fêmeas, implantação de fetos, parto e viabilidade de filhotes
durante a lactação.

Nenhuma anormalidade foi observada em ratos desmamados. Em
coelhas prenhas tratadas oralmente com 10 ou 100 mg/Kg de
betaistina, não foram observados efeitos adversos nas implantações,
vitalidade ou peso dos fetos e anormalidade no esqueleto fetal ou
no tecido mole.

Pode-se concluir com esses estudos que não foram detectados
efeitos nos parâmetros relevantes de reprodução em ratos e coelhos
nos estudos descritos.

Betaistina não é teratogênica. Contudo, devido ao caráter
investigacional dos estudos o risco não pode ser totalmente
excluído.

Ucibeta, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.